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Marina

Passaram-se alguns dias e hoje é terça-feira. O mês de fevereiro já começou com tudo. Na semana que vem as aulas retornarão e Lucas estudará comigo. Eu deveria ter mente que isso iria acontecer, pois as outras escolas ficam bastante longe daqui e eu sei que o pai dele poderia levá-lo de carro, mas todas essas suposições o trouxeram até a minha escola. Já traçamos planos de irmos e voltarmos juntos e eu irei apresentá-lo aos meus amigos. Eu não tenho mantido muito contato com eles, apenas por telefone. Mas ontem a Lili foi matar a saudade lá na banca e conversamos bastante. Foi incrível.

Não tive coragem de falar sobre Lucas. Até então. Não quis deixar meu interesse mais óbvio do que já está. E eu quero fazer uma surpresa. Eles apenas conhecerão Lucas no primeiro dia de aula.

Consigo vestir a calça jeans apertada na cintura, pois eu disse que iria conseguir e eu deu certo. Abro o meu roupeiro e olho para minhas sapatilhas. Não quero ir de tênis. E também não tenho muitas opções, de qualquer maneira. Opto pela minha sapatilha rosa que combina com a minha camisa de manga comprida. Ando em direção ao banheiro e me olho no espelho: nenhuma acne. Graças a Deus. Ponho um pouco de creme nas mãos e passo em meus cabelos. Alguns minutos antes de ir me arrumar eu não sabia qual penteado usar. Mas irei com eles soltos. Mais natural possível.

Desço as escadas lentamente e minha mãe está sentada no sofá, com Tigresa ao lado, dormindo como sempre.

— Já deu comida a ela? — pergunto, endireitando as mangas da camisa.

— Já, sim. — ela responde e me olha dos pés até a cabeça. — Nossa, como você está linda e arrumada! Parece hna âncora de telejornal com estas roupas. Escolheu muito bem, Mari.

Sorrio.

— Obrigada, mãe.

Ela pega o recipiente enrolado com um pano de prato e abre a porta. Juntas, seguimos até a casa de Lucas, para um jantar.

❣️

Toco a campainha e a mãe de Lucas não demora praticamente nada para abri-la. Não duvido de que ela estava ali nos esperando.

Ela e minha mãe dão um caloroso abraço e eu apenas vejo, sorrindo. E querendo vê-lo. Muito.

— É um prazer conhecê-la, querida. Mari fala de vocês o tempo todo. Eu lhe vi algumas vezes por aqui, mas fiquei com vergonha de acenar ou algo do tipo. — minha mãe diz, corando um pouco. Ela não se mostrava tímida para qualquer pessoa.

— Mari é uma menina de ouro. Lucas gosta muito dela. E nós também. — a mãe diz e dá alguns passos para me abraçar. — Vamos, entrem. Por favor.

Minha mãe não disfarça a surpresa ao ver a casa que ninguém comprava lelo preço, decorada com coisas tão bonitas. E chiques. Muito chiques. Ela não para de olhar para o lustre preso no teto. Fico um pouco envergonhada.

— Mãeeeee! Elas chegaram? — Lucas grita de algum lugar da casa. Provavelmente de seu quarto.

Minha mãe cumprimenta o pai dele e os três conversam sobre a rua e coisas a quais paro de prestar atenção, pois Lucas aparece vestindo uma bermuda jeans e um moletom amarelo que rralfa a cor de sua pele. Em seus braços, seu irmãozinho, quase dormindo.

Ando um pouco em sua direção e lhe abraço sem pensar duas vezes. O seu perfume doce novamente. O cheiro da perdição.

Sorrimos e seu pai rapidamente pega o bebê e sobe as escadas com ele.

— Vamos nos sentar. Meu marido descerá em um instante. — sua mãe está tão feliz. Ela faz muito gosto por nossa amizade. Como se Lucas nunca tivesse tido tantos amigos.

— Ah, eu trouxe isto. Para a sobremesa. — diz minha mãe ao entregar o recipiente para a mãe dele. — É um pudim de chocolate que aprendi com a minha falecida sogra.

— É muita gentileza de sua parte. O cheiro está maravilhoso. Irei deixá-lo na geladeira. — a mãe de Lucas diz.

Nós dois estamos sentados um do lado do outro. Meu coração já começa a dançar em uma balada.

Um Amor Em 94Onde histórias criam vida. Descubra agora