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O Amor - junho de 2002

Marina e Lucas chegam ao aeroporto. A retransmissora da Rede Globo enviou Marina e outros funcionários em uma viagem para a cobertura da Copa Do Mundo realizada na Coreia do Sul e no Japão. Ela estava realizando o seu sonho. Estou muito feliz por ela. O Destino, meu amigo, já havia me dito que algo bom iria acontecer para cada um deles.

Lucas está muito feliz por estar ao lado da esposa. Comprou vários casacos e botas para ela. O trabalho na editora estava a todo vapor e ele conseguiu férias durante o período da Copa. Poucos dias atrás ele foi procurado por Estela e pelo garoto que o atacou quase nove anos atrás. Eu fiquei com muita raiva ao vê-los, mas eles se ajoelharam e pediram desculpas a ele, que abraçou os dois e os desculpou. Lucas contara em uma entrevista a respeito do racismo e suas falas obtiveram grande repercussão. Marina estava ao seu lado e isso chegou até a um senhor que morava em um abrigo no norte do país. Ele conseguiu o número de Lucas e entrou em contato com ele.

— Ainda falta mais de uma hora para o nosso voo. Está com fome? — Mari pergunta ao olhar para um restaurante no lado esquerdo de onde estavam.

— Estou, meu amor. Vamos fazer um lanche. — o cavanhaque recém adquirido deixava Mari atônita e com vontade de senti-lo em seu pescoço, mas ali não era lugar. — Preciso atender a uma ligação. Vá na frente, por favor, Mari.

— Está bem. — ela beija seus lábios e eu admiro. Adoro vê-los aos beijos.

Alguns rapazes olham para ela. É uma jornalista reconhecida nas ruas, Lucas sabia disso, mas não gostava quando ela era observada daquele jeito.

Lucas atende a ligação.

— Boa noite, senhor. Estamos no segundo andar. Estou com um casaco marrom, em frente a alguns bancos. Estou à sua espera. Um abraço.

Mas eu sei que não é apenas ele quem está à espera desse homem.

Então Lucas olha para Mari e a chama.

— O que houve, Lucas? Está nervoso?

— Você chegou rápido, Mari. E não, não estou. Fique um pouco. Ninguém pegará nossos lugares. Uma pessoa está vindo ao nosso encontro.

Mari olha para ele com o cenho franzido.

— É algum dos nossos amigos? Nós nos reunimos ontem. Ainda estou de ressaca. — ela ri ao recordar-se da noite de bebedeira. — Lembrando que eu apostei que a final será entre Brasil e Alemanha.

— Também apostei neles. Não quero mais perder para a França em uma final. — Lucas comenta e olha ao redor do saguão.

Então o senhor aparece entre algumas pessoas com suas malas. Ele possui cabelos e barba grisalhos, mas parece em forma.

Lucas toca o ombro de Mari e aponta para as pessoas que estão chegando.

— Não pode ser! — Ela grita e corre em direção ao senhor, que abre os bracos para abraçá-la por muitos minutos. — Pai!

Dezessete anos atrás o pai de Mari desapareceu sem deixar pistas. E hoje ele reaparece para explicar seu sumiço (dívidas) e voltar para a sua família.

— Eu amo você, meu pai! Meu Deus, é o dia mais feliz da minha vida!

Lucas não consegue segurar as lágrimas e junta-se ao abraço. O desejo que ele fez em 1994 finalmente havia se realizado.

Faltavam poucos minutos e a mãe de Mari apareceria para rever o esposo e levá-lo de volta para casa, pois a filha e Lucas estavam indo à Ásia.

Eu os acompanhei de perto e posso dizer uma coisa: nunca quis tanto ser um adolescente em 1994.

Um Amor Em 94Onde histórias criam vida. Descubra agora