Capítulo 20 🌹

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Eu estava quase na porta da minha sala quando Jaz me alcançou. Ele pegou meu cotovelo e me virou para ele.

- Você está bem ?

- Não - falei com sinceridade. Porque eu não estava.

Mesmo com meu pedido eu não me sentia bem sabendo que criminosos frequentaria aqueles corredores com disfarces de bons moços e injustiçados. Ou mesmo a ideia de qualquer um ali atendendo tais pessoas.... A ideia não se assentava. Não encaixava.

- Mas vai ficar tudo bem. Me parece que você pensou em algo.

Jaz colocou as mãos na minhas costas e me levou para o saguão, onde a bancada com cafezinho ficava. Eu tinha tomado tudo o café que eu comprara mais cedo, mas eu precisava de mais.

Jaz encheu duas xícaras e entregou uma a mim. Antes que eu pudesse responder Eloise parou o nosso lado, um cheiro de flores selvagem nos envolveu. Eu sempre amara a escolha de perfume de minha amiga. Mas aquele era meu preferido.

- Como foi ? Imaginei que você estaria cheia de mordidas - zombou ela, dando uma olhada no meu corpo.

- Muito engraçado - falei sem animação.

- Faltou muito pouco - concordou Jaz. - De acordo com Violet eles pareciam mesmo dois cães raivosos.

Os dois riram e eu até consegui abrir um pequeno sorriso.

Enquanto Jaz contava basicamente como fora a reunião eu bebi meu café e usei o tempo para assimilar tudo.

- Conte sobre seu pedido Lis - pediu Jaz.

Eu encostei no balcão, e assoprei minha xícara que eu tinha colocado mais um gole de café. Eu sempre bebia muito café quando estava chateada.

- Pense Jaz - falei. - As pessoas que trabalham aqui, metade é da época de papai. Trabalharam com ele e sempre seguiram seus costumes, papai conquistou essas pessoas.

Jaz e Eloise balançaram, juntos, a cabeça em concordância.

- Outra metade sempre seguiu nossos princípios alegremente. Você os conhece. Sabe que são pouquíssimos, ou arrisco dizer ninguém, aceitará atender o tipo de cliente que Ray quer - mas então acrescentei: - Bem, tirando Jean claro. E talvez Ray.

- Acha que Ray pode voltar aos tribunais ? - perguntou Jaz.

- Ele quis zombar de mim pela zona de conforto mas quem vive numa zona de conforto é ele. Faz anos que Ray não atende um cliente, duvido que comece agora - falei com convicção.

- Você tem toda razão - disse Jaz, agitando um dedo no ar. - Se for como você está dizendo então a decisão dessa mudança será completamente inútil.

- Isso é genial - elogiou Eloise.

- Eu fiz o que eu tinha que fazer, e o que eu podia fazer - argumentei.

- E as pesquisas ? - ponderou Jaz, enfiando as mãos nos bolsos.

- Você acredita mesmo nelas ? Faça suas próprias pesquisas e verá. E se nós nos atentássemos mais as finanças da empresa Ray não viria com aquela baboseira toda pra cima da gente - garanti.

- Você deu uma olhada - não era uma pergunta.

- Dei. E não tem nada de errado lá.

- Nunca esteve - complementou Eloise. Ela era chefe da contabilidade, podia dizer com mais propriedade que ninguém.

Me virei para ela.

- Eu deveria ter chamado você para reunião.

- Não me meta nesse rolo de família - ela estremeceu de leve.

Flores para LisOnde histórias criam vida. Descubra agora