Pessoal, denominei esse capitulo como "especial" porque ele está num formato diferente do que os outros. Vocês vão poder acompanhar como foram algumas das sessões da terapia da Lis.
Boa leitura.
Sessão N° 1.
- Bom dia Amarílis, posso te chamar assim ou você prefere de outra forma ?
- Lis. Gosto só de Lis, por favor.
Era a minha primeira consulta e eu me sentia muito nervosa. Eu havia feito muitas pesquisas e a psicóloga Adriana Ávila era mais do que recomendada, mas também disputada.
Eu havia chegado no escritório dela timidamente. Não sabia o que viria pela frente então me sentia nervosa. Ao entrar na sala fiquei surpresa do quanto parecia aconchegante.
Quando pensava numa sala de psicologia eu sempre imaginava um sofá com uma cadeira na frente. Mas não era nada disso. O local era bem iluminado com vidraças que iam do chão ao teto dando vista para um jardim colorido que já gostei logo de cara. As outras paredes eram uma de cada cor. Laranja, azul e amarelo. Eu adorava amarelo. Na azul uma estante que ocupava metade da parede estava repleta de livros com tomos coloridos.
Na outra parede tinha uma bancada com café, biscoitos, água e uma jarra de suco.
E onde eu imaginava que estaria um sofá, no lugar tinha um enorme pufe de camurça. Sério era enorme, podia acomodar todo o meu corpo e mais um pouco. Mas ao lado desse tinha uma espreguiçadeira. Onde a psicóloga deveria estar sentada em uma cadeira tinha um tapete felpudo no qual ela estava sentada, descalça e com as pernas cruzadas.
Pra falar a verdade quando vi o ambiente me senti muito mais animada. Ela havia me pedido para entrar e escolher qualquer lugar da sala para sentar. Escolhi o pufe que como imaginei era muitíssimo confortável.
- Ok Lis. Seja bem-vinda. Eu espero que esse seja um lugar confortável para você e que você se sinta segura para fazer e falar qualquer coisa. Você pode me chamar somente de Adriana e espero que tenhamos ótimos momentos.
Pisquei algumas vezes. Não sabia o que dizer. Não sabia o que fazer. Eu esperava algo totalmente diferente que isso. Mas Adriana parecia uma profissional tanto quanto parecia aquelas pessoas simpáticas que faz amizade com todo mundo e a gente gosta logo de cara.
- Eu não sei muito bem o que falar ou o que fazer - confessei, encolhendo os ombros.
- Não existe uma fórmula mágica, pra falar a verdade - ela afirmou. - Nem algo que seja uma regra. A gente pode conversar. Você pode deitar e descansar. Ou pode ler algum livro quem sabe.
Ela inclinou a cabeça um pouco pro lado. Era uma mulher muito bonita. Sua pele era morena e seus cabelos eram castanhos e cacheados na altura dos ombros. Seus óculos tinham lentes grossas que aumentavam um pouco seus olhos castanhos. E seus lábios eram bem delineados e carnudos que exibiam um sorriso com dentes certinhos.
- Existe alguma coisa que você gosta muito ?
- Dançar - falei. - Jazz. Gosto de dançar Jazz.
- Ótimo. Pode dançar se sentir vontade. Mas me diga quando foi a última vez que dançou?
Pensei por um momento . Fazia muito tempo.
- Antes de ficar grávida eu acho. Eu não podia fazer esforço e então parei de dançar. Mas agora que já fui liberada acabei não dançando mais.
- Quanto tempo de gravidez você está?
- Cinco meses, quase.
- Que barriguinha mais grande para cinco meses.
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Flores para Lis
RomanceLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...