O dia com meus sobrinhos fora no mínimo reconfortante. Como algo revigorante. Algo bom em semanas.
Eu simplesmente sorri o dia todos.
No café da manha senhora O'leary fez panquecas com olhinhos de mirtilos e sorrisos de morangos, o que levou os meninos a loucura, sorrindo e pendido mais.
O dia ensolarado, nem um vestígio da tempestade do dia anterior, contribuiu para os planos de um dia divertido.
Levei os meninos ao parque de diversões, onde tinha uma roda gigante e algo como uma montanha russa que eu escapei de ir porque tive que ficar com um Nick aos prantos por não poder acompanhar os irmãos.
Tinha muitos outros brinquedos que alguns eu não tive como escapar. E no meio da tarde sentamos perto de uma pista com carros de corridas achatados e coloridos. Vimos a corrida enquanto devorávamos cachorro quentes e sanduíches, além de sorvetes com quatro bolas.
Os meninos sorriam tanto, e pulavam e gritavam que eu não consegui deixar de sorrir também. E ao final do dia eu estava exausta, os músculos do meu rosto doendo de tanto falar e sorrir, e meu coração estava aquecido.
- Obrigada tia, foi o melhor dia de todos - disse Henry, quando passei no apartamento de Jaz para deixá-los.
- Sim, o melhor - concordou Mario.
Nick dormira no caminho e já estava nos braços de meu irmãos.
- Foi muito legal dormir na sua casa e passar o dia com você tia - disse Mario.
- Eu amei também meninos. Da próxima vez espero passar mais tempo com vocês.
- Agora que você não está mais casada com Jean podemos passar mais dias lá na sua casa ? - perguntou Henry.
Eu fiquei imóvel e disparei um olhar para meu irmão. Eu não sabia o que responder. Jaz lançou ao filho um olhar mortal.
- Leve seu irmão para o quarto - disse meu irmão e passou Nick para os braços de Mario. Quando eles sumiram no corredor meu irmão se virou para mim. - Desculpe Lis, Henry é meio indelicado.
- Ele tem razão Jaz, não se preocupe.
- Eu juro que não falei nada a eles - disse meu irmão.
- Eu sei. Preciso ir - falei, me apressando até a porta.
- Lis, não precisa ir. Vamos conversar - disse ele.
Mas eu já estava com a mão na maçaneta e forcei um sorriso para ele.
- Nos vemos em breve. Traga os meninos até mim antes de levá-los embora - falei e fechei a porta atrás de mim.
Segui pelo corredor até o elevador meio cambaleando, com a voz do meu sobrinho ainda ecoando em meus ouvidos.
Ele era só uma criança mas tinha percebido coisas que nem mesmo eu percebi. Meus sobrinhos, nenhum, nunca passaram mais que algumas horas na minha casa antes. Eles iam visitar sim, mas quando seus pais iam embora eles iam junto. Eu nunca havia sequer os convidados para dormir lá, apesar de saber que eles ficariam mega feliz.
Jean nunca os tratara mal, mas também nunca fizera muita questão de tê-los por perto. Mas sempre pensei que era algo dele. Porque Jean era assim com todo mundo. Mas eu não havia percebido o quanto esse jeito dele havia me afastado da minha família. De pessoas que importavam.
E vê-los tão feliz naquela manhã, durante aquele dia... Não tinha explicação pro quanto me senti feliz e bem. Sempre que eles vinham passar o verão com meu irmão eu saia com eles, mas desta vez fora diferente.
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Flores para Lis
RomanceLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...