A luz muito clara feriu meus olhos quando os abri, fazendo com que eu tivesse que piscar várias vezes antes da minha visão entrar em foco.
Eu me sentia confortável e quentinha. Foi então que percebi que estava em uma cama macia. Bem, pensei que deveria ser uma cama.
Sentia como se tivesse sido atropelada, mas a cada segundo meus sentidos ficou mais claro.
Até que tive plena noção de que estava no hospital. Sentei depressa olhando para os lados. Minha cabeça doeu um pouco. Mas era menos do que estava doendo mais cedo.
Estava em um quarto individual, as paredes eram extremamente brancas pareciam ainda mais imaculadas com a luz florescente. Em um dos cantos repulsava uma poltrona cinza claro . Era só isso. Aquela coisa sem graça de sempre que se pode esperar de um hospital.
Olhei para baixo e percebi que eu não estava com minhas roupas. Mas, sim, com uma camisola branca com bolinhas azul bebê.
Não sabia se podia levantar. Ou se deveria. Então fiquei sentada, encarando a porta de madeira, pintada de branca também, esperando que alguém entrasse.
Não precisei esperar mais do que alguns minutinhos.
A porta se abriu e entrou duas pessoas. Uma delas vestindo um jaleco branco por cima de roupas azuis escura. A outra...
- Rain - murmurei, inclinando a cabeça de lado. - O que houve ?
Ele sorriu ao me ver acordada e veio com passos rápidos até mim, pegando meu rosto entre as mãos e me beijando na boca, depois nas bochechas.
- Minha-flor eu fiquei tão preocupado.
- Mas o que aconteceu? - perguntei de novo.
- Não lembra ? - indagou.
- Lembro, sim. Mas só de ficar tonta, vomitar e tudo apagou - falei. Meus olhos desceram para a frente da blusa jeans dele, estava com uma mancha horrível. E ao fungar uma vez percebi que ele cheirava a vômito azedo.
Ele passou os dedos mais uma vez no meu rosto, como se dissesse que não tinha problema.
A médica pigarreou, me fazendo virar a cabeça para olhá-la.
- Olá Amarílis. Me chamo Julieta Lu. Pode me chamar só de doutora Lu - ela abriu um sorriso gentil e bonito em lábios finos. - Como se sente ?
- Como se tivesse sido atropelada - admiti.
Ela parou aos pés da minha cama e pegou meu prontuário médico.
- Certo. O senhor Connal aqui - ela fez um gesto para Rain que ainda segurava minha mão - estava me dizendo que você havia reclamado mais cedo que não se sentia bem depois de uma noite de diversão.
Corei um pouco. Mas não tinha julgamento em sua voz. Era só o procedimento médico.
- Me conte tudo que sentiu durante o dia.
- Acordei com dor de cabeça, enjôo e vomitei de manhã. Aquela típica sensação de ressaca - Rain virou a cabeça para mim. Eu não havia contado com exatidão como estava me sentindo. - Tomei um analgésico e melhorou um pouco. Passei o dia com dor de cabeça e com enjoos. Mas então eu comecei a me sentir tonta mais cedo e uma dor incomoda na barriga, ou poderia ser no estomago, eu não sei dizer. Nunca tive uma ressaca tão forte.
Ela me analisou por completo.
- Posso te examinar ? - fiz que sim.
Ela realizou o procedimento padrão. Ouviu meu coração. Apertou aqui e ali, fazendo expressões que me deixavam ansiosa. Era uma mulher bonita a doutora Lu. Os olhos puxados tinham uma harmonia perfeita com o formato do rosto em coração. As bochechas sobressalentes e rosadas.
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Flores para Lis
Storie d'amoreLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...
