Quando abri os olhos, no que se pareceram minutos depois, uma pequena quantidade de luz entrava por uma pequena fresta entre a cortina em cima da lateral da cama.
Tive que piscar algumas vezes para organizar os pensamentos e lembrar onde eu estava.
Casa de Rain. Em sua cama.
Virei a cabeça pro lado e encontrei o local vazio, com a borda da coberta jogada para o lado.
Mas ao lembrar da noite anterior um sorriso estampou meus lábios. Eu me sentia inteiramente feliz. Felicidade que não sentia em muito tempo. Não só pelo sexo. Mas por tudo que veio durante e depois. A forma que Rain me fizera sentir a mulher mais linda do mundo. A forma como ele fora carinhoso ao mesmo tempo que me dava o que eu queria, da forma que eu queria.
E depois de um banho rápido e muito quente, como ele afofou o travesseiro pra que eu deitasse, puxando a coberta sobre mim aninhando-se ao meu lado, de modo que ficamos entrelaçados, eu sentia seu corpo forte enrolado ao meu. A forma que ele acariciou meu rosto com o polegar até eu pegar no sono.
Peguei meu celular em cima da mesinha de madeira ao lado da cama, onde um abajur suspenso iluminava fracamente.
Eram 6 horas. E Rain não estava mais na cama. Curiosa para saber onde ele estava chutei as cobertas macias para o lado e sai da cama, calçando chinelos que eu tinha certeza que não estavam ali quando fui dormir.
Com a mão na cintura olhei em volta do quarto escuro a procura do meu vestido. Mas não achei. Além do mais não queria colocar ele mesmo.
Fui até o interruptor e ascendi a luz. O quarto entrou em foco. Eu não tinha realmente reparado nos detalhes na noite anterior, e por um ótimo motivo.
Mas o lugar era muito diferente do que eu imaginava.
Era pequeno, se eu comparasse ao meu.
As paredes eram pintadas de cinza claro, e as cortinas eram de um tom de azul escuro e branco. A cama de casal ficava colada a parede, e aos pés dela uma bancada que parecia ser de trabalho pela quantidade de canetas, papeis, pastas, uma garrafa de água e uma caneca que dizia: Eu sou o melhor papai do mundo.
Na outra parede havia um roupeiro espelhado, com armários aéreos rodeando o quarto. Tudo em azul-água.
Olhei mais uma vez em volta, e algo na parede acima da bancada me chamou atenção. Me aproximei para enxergar melhor. Era um mural colorido com dezenas de fotos. A maioria de Jude em diversas fases da vida. Examinei cada uma das fotos.
Rain com uma pequena menininha nos braços, ele a olhava com tanto amor que meu coração aqueceu ao sentir aquele sentimento mesmo por aquela foto.
Uma dele no que parecia um barco, agachado com a câmera nos olhos, fazendo o que ele mais gostava.
Eram tantas fotos que eu devo ter passado muitos minutos olhando cada uma.
Em cima da cadeira em frente a mesa de trabalho tinha uma blusa de manga comprida de linho, a qual peguei e vesti pela cabeça. O que não era surpresa alguma, a blusa ficou enorme. Dobrei umas três vezes as mangas para poder conseguir usar as mãos, e de cumprimento ela alcançava as minhas coxas.
Já vestida abri a porta e enfiei a cabeça para fora primeiro, olhando ao redor, para um pequeno corredor que se conectava a outra porta, esta a madeira pintada de lilás com flores de pétalas pontudas na cor branca. O quarto de Jude.
Tudo estava em silencio, mas quando respirei um pouco mais fundo meu estomago respondeu ao maravilhoso aroma de café, baunilha e o que parecia ser chocolate.
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Flores para Lis
Storie d'amoreLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...