Capítulo 48 🌹

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No dia seguinte como prometido a doutora Lu me deixou ir pra casa. O sangramento tinha parado, eu não sentia mais dores e nem enjoos.

Depois de mais um exame rápido ela disse que eu estava mais do que boa e logo poderia voltar e ouvir o coração do bebê.

Rain soltou um suspiro alto de alívio. Eu também estava aliviada para falar a verdade.

Rain transformou minha volta pra casa numa grande comoção, me fazendo dar risadas e ele ficar emburrado. Mas ele não queria que eu fizesse esforço nem para andar. Era engraçado e irritante ao mesmo tempo.

Mas eu entendia sua preocupação e até estava gostando de toda a atenção. Porém ele não queria me deixar sozinha. Quando precisava sair fazia senhora O'leary ficar de olho em mim, tornando os dias seguintes chatos e entediantes já que eu não podia fazer quase nada.

- Repouso completo - foram as palavras da médica antes de me liberar. Rain levará muito a sério.

- Vou cuidar disso - dissera. E tinha feito mesmo, só pra constar.

Ele passou a dormir com Jude na minha casa. Nós três deitados juntinhos na minha cama, que era grande o suficiente para nos acomodar.

Quando Jude não estava, ele deitava com a orelha colada na minha barriga e passava muito tempo assim. As vezes dava beijinhos, mesmo que a barriga ainda estava reta e não se notava que um bebê morava ali. Mas isso não parecia importar para ele que cochichava e sorria. Geralmente eu olhava a cena com admiração, acariciando seus longos cabelos.

Eu me sentia sortuda por ter a oportunidade de ser mãe. Mas principalmente por ser Rain a estar ali. Por ser ele a ser pai do meu bebê. Porque eu sabia com tudo que tinha que ele seria um excelente pai, tanto quanto era para Jude.

Ela ainda não sabia sobre o novo irmão.

- Acha que devemos contar a ela ? - Rain perguntou quando sai do hospital.

- Não por enquanto.

- Eu queria contar - confessou dando de ombros.

- Eu também. Mas vamos esperar mais um tempo. Não sabemos o que pode acontecer dentro das próximas semanas.

- Não seja pessimista minha-flor - ele repreendeu, com voz calma.

- Não é ser pessimista quando quase aconteceu o pior. É ser realista.

Ele ficara pensativo depois disso, mas concordara em não contar a Jude por um tempo. Ela era só uma criança não entendia a complexidade da questão.

A verdade é que depois que o choque havia passada, conforme os dias também passavam eu fui me acostumando com a ideia de que agora uma criança crescia dentro de mim.

Eu ficava mais feliz a cada dia. Sonhava com os olhinhos e os cabelos, porque eu tinha certeza que teria muito cabelo, e também as mãos e os pés minúsculos.

Meu amor crescia a cada momento. Mas não totalmente. Rain tinha um pouco de razão, as vezes eu ficava pessimista. Ou talvez com um pouco de cautela demais o deixando preocupado. Porque em certos momentos eu tinha muito medo de acreditar demais, de me envolver muito com a ideia do bebê em meus braços, com o amor que crescia e então tudo isso escorresse como areia entre meus dedos.

Então em muitos momentos eu ficava irredutível e quando Rain se animava me incentivando a fazer planos para o quarto, para as roupas e acessórios eu simplesmente dizia que ele não deveria cantar vitória antes do tempo.

- Essa é uma coisa péssima de se dizer Lis - ele dizia aborrecido.

- Mas é a realidade.

- Você está bem. Está descansando e nosso filho ou filha vai ficar bem - insistia com determinação. Ele acreditava mesmo nisso. - Não vamos voltar nesse assunto.

Flores para LisOnde histórias criam vida. Descubra agora