Não era nem 11 horas da manhã e a sexta-feira já estava toda cagada.
Os trabalhos chegaram como uma enxurrada, lotando minha mesa com pilhas de arquivos para revisar e estudar. Sem escolha designei alguns casos para outros dois colegas. Mas as pessoas insistiam em querer meu trabalho. Eu estava honrada, estava mesmo, mas era cansativo.
Eu não podia conciliar tanto trabalho assim, considerando ainda o trabalho na instituição que eu continuava a fazer. Três vezes na semana agora ia até lá pela metade do dia.
Na semana eu chegava cedo no escritório e saia depois de anoitecer, me deixando exausta e impossibilitando uma vida social.
Quando percebi, assim que cheguei no escritório, que depois de segunda eu não tinha visto mais Rain nem Jude porque estava ocupada demais, separei alguns casos e entreguei a Victor Martin e Verônica Alba, sabia que eles se dedicariam tanto quanto eu.
O dia já não tinha começado bem quando me encontrei com Jean no corredor. O mesmo olhara para mim dos pés a cabeça e dissera que eu parecia outra pessoa.
- Uma pessoa melhor, obrigada- respondi com desprezo.
- Você só parece mais patética agora - fora o que ele dissera antes de sair em direção a recepção.
Apesar de ficar irritada eu não dava a mínima mais para o que Jean pensava de mim ou não. Difícil mesmo estava sendo lidar com o bombardeio de ligações de jornalistas e blogueiros de notícias querendo saber sobre o caso de Milla.
Assim como Rain dissera Milla publicou um vídeo, dois dias depois, dizendo que o cara que vazou as fotos dela havia sido preso finalmente. Porque ele fora. Quando Phil apresentou as provas Rude Andras fora convocado com um mandato de prisão. Prestou depoimento mas não teve como escapar. Fora solto logo em seguida, claro. Seu advogado insuportavelmente arrogante lhe garantira isso. Mas o homem teve que pagar uma boa grana a Milla Matarazzo.
Quanto a Phil eu também tinha feito o meu trabalho. O homem estava solto e responderia por crime virtual em liberdade junto com trabalhos comunitários. Era pouco. Mas eu havia prometido que os danos seriam pequenos.
E ela também disse que a pessoa que ela achava ser o responsável não tinha absolutamente nada a ver com a situação. E pediu desculpas. A internet e seus seguidores foram a loucura.
Então pela décima vez dentro de dois dias meu telefone havia tocado assim que sentei a bunda na cadeira.
- Eu sinto muito Lis, mas é aquele repórter, ele quer uma entrevista com você - disse Ross.
- Diz que eu vou encontrá-lo no dia de São nunca.
Ross dera risada e desligara.
Quando os blogs de fofoca sobre celebridades viram o vídeo de Milla entraram em colapso. Também bombardearam as redes sociais de Rain com mensagens e perguntas. Aparentemente agora ele era o cara injustiçado. Mas ninguém parecia se lembrar que era porque a própria Milla não teve responsabilidades. Porém eles pareciam determinados a querer um esclarecimento real de como tudo se resolvera e de quem era o verdadeiro culpado. Porque o nome dele não havia sido divulgado, cortesia mais uma vez de seu advogado que garantiu isso. Mas ele havia perdido sua licença para fotografar o que achei bem feito.
Resumindo, a semana estava uma loucura. Eu estava na base do estresse e só queria que o sábado chegasse enfim, porque então Rain, Jude e eu poderíamos nos enfiar no apartamento de Rain, eu gostava muito mais de lá do que da minha casa, e assistir a filmes e comer pipocas. Ou então passear pela cidade. E só eles importaria. As merdas do mundo que ficasse para depois.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flores para Lis
Roman d'amourLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...
