Tommy se colocou na frente das telas e começou abrir um monte de abas.
- Ah - exclamou.
- O que foi ? - perguntei ansiosa.
- Consegui.
Rain sorriu abertamente e passou um dos braços sobre o meu ombro, me puxando pra mais perto.
Ignorei a pequena luz que se ascendeu no meu peito com aquele gesto.
- Beleza, eu combinei os... - Tommy parou de falar e inclinou a cabeça para cima para nos olhar. - Não importa, vocês não entenderia mesmo. Certo, o nome Phil Andras te diz alguma coisa ?
Rain ficou mais ereto e franziu a testa, como se tentasse lembrar.
- Não. Definitivamente não.
- Eu achei que não dissesse- ele teclou mais algumas coisas. - Eu duvido que a pessoa que quer te ferrar, cara, tenha feito ela mesma. Esse cara aqui com certeza foi contratado. Ele é muito bom, mas eu sou melhor, e talvez bem mais experiente.
Tommy continuou procurando por algo, entrando em várias páginas e pesquisando um monte de coisas na barra de buscas. Tão rápido que meus olhos mal podia. Acompanhar. Ele era bom de fato. Pela forma como os olhos de Rain corriam de um lado para o outro percebi que ele também não fazia ideia do que Tommy fazia.
- Prontinho - ele clicou num outro botão e a impressora começou a fazer um barulho de tic-tac. Deslizando ainda em cima da cadeira ele foi até ela e puxou uma folha de papel de lá. - Aqui está o nome completo dele, endereço e telefone. É tudo que eu consigo nesse momento.
- É muito mais do que tínhamos meu amigo - falei, deslizando do braço de Rain e abraçando Tommy.
- Fico feliz em ajudar - disse ele com um sorriso na voz.
Quando saímos da casa de Tommy já era mais de 15 horas. Ele insistira que ficássemos mais tempo, aparentemente ele adorara Rain. Eu podia entende-lo. Mas tínhamos um longo caminho pela frente. Então recusamos e seguimos para o carro.
- Isso é ótimo não é? - falei, sentindo-me mais animada do que eu estive em dias. Saltitei até a porta do passageiro e entrei no carro.
- Sim. Se conseguirmos arranjar uma forma de fazer o cara falar - ponderou Rain. E tinha razão.
Ele ligou o carro e colocou um endereço no GPS, que percebi era ali mesmo em Los Angeles, no centro da cidade.- Precisa ir em algum lugar ? - perguntei com os olhos na pequena tela.
- Nós vamos a um lugar - informou, se acomodando no banco.
- Onde ?
O sorriso dele foi resposta suficiente. Ele não diria até chegar lá. A curiosidade começou a queimar a boca do meu estomago. Ou talvez fosse a pimenta idiota.
O caminho foi silencioso, comigo olhando o tempo todo pela janela do carro aberta, fascinada com a cidade.
Paramos o carro em um estacionamento grande e lotado, desci do veículo batendo a porta atrás de mim.
- Teremos que andar até o final da rua - disse Rain, indicando a rua levemente inclinada abaixo.
Notei que ele estava com algo em volta do pescoço. Era como um sinto, e pairando na altura do peito uma pequena bolsa de couro no formato de uma câmera fotográfica.
- Pra que a câmera? - perguntei, apontando para o peito dele.
- Pode ser que eu precise- sugeriu, num tom misterioso.
O olhei de esguelha, deixando claro meu aborrecimento por ele não dizer onde estávamos indo. Rain me ignorou.
Caminhamos pela calçada um pouco inclinada, tomando cuidado para não esbarrar nas pessoas apressadas. Algumas delas, idiotas, com os rostos enterrados em telas de celular. Ou então em bêbados que perambulava por ali.
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Flores para Lis
Lãng mạnLis é uma das mais renomadas advogadas de sua cidade, com éticas de trabalho pessoais que conquistou a confiança de seus clientes, junto de seus outros quatro irmãos advogados. Mas alguns deles parecem não mais compartilhar das mesmas opiniões. Uma...