⊰ 𝐀𝐬 𝐟𝐚𝐜𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫𝐚 ⊱

38 3 0
                                    

6 Anos antes - Distrito de Seul - 13:30pm

[…]

"Os papéis estavam todos espalhados pela sala, cheio de rabiscos e cores, que formavam em sua grande maioria, figuras sem sentidos, e em outros, podiam-se ver pequenos bonequinhos, que em sua face, despojavam um belo sorriso. Enquanto seguravam a mão uns dos outros. Eram uma bela família, ou melhor dizendo, era a família de Eon-jin. Que ela acreditava ser feliz e boa. Transmitindo isso para os papéis. Eram os desenhos de uma criança inocente." – Narradora.
 
A pequena Eon-jin tinha apenas doze anos. Já sabia muita coisa, e ao mesmo tempo, não sabia nada. Era assim que a pequena senhora, sua avó, à sua frente, a enxergava. Uma criança inocente que não sabia de nada. Tanto que com os lápis de desenho em mãos, contornava sutilmente as belas nuvens que teria feito em suas folhas, que deixaram de ser brancas há muito tempo. Não havia mais espaço no papel, tudo havia sido tomado por um colorido intenso, do que ela acreditava ser a sua vida, junto à de sua família. Apontando para o papel e contando mais de uma vez a "mamãe, papai, o maninho e a vovó", o que fazia a doce senhora rir diante da neta, e soltar um longo suspiro antes de se levantar e ir até a cozinha outra vez, desligar o fogo que começava a fazer sua comida ferver na panela grande. Preparando tudo para que Eon fosse comer, mesmo que ela não quisesse. As vezes ela era difícil.

V/T: Vamos meu anjinho, largue o desenho e venha se sentar à mesa para comer… – A pequena mesinha onde Eon estava, simplesmente ficou tomada pela bagunça, tornando o lugar impossível dela comer. – A vovó não vai falar duas vezes… – um pequeno bico se formou nos lábios de Eon, que levantou e caminhou até a avó, ainda segurando um lápis de cor em mãos. A vontade de desenhar era maior que a de comer.

EJ: Vovó, quando eu vou poder ver a minha mãe de novo? Eu sinto saudade dela... E do papai também. – Eon se sentou à mesa e viu a avó fazer o mesmo, engolindo em seco diante da pergunta da menina. Ela realmente não gostava de mentir, mas não era a primeira vez que Eon fazia tal pergunta, e ela sempre tinha de pensar em algo. Se sentindo mal por ver a neta triste e sem esperanças por não poder ver a família que tanto sentia falta... A mentira era um peso que ela tinha de carregar, pelo bem de quem amava.

V/T: Bem, primeiro você vai ter que terminar os seu estudos, meu amor, antes de voltar para a casa dos seus pais outra vez... Ainda mais agora que eles estão trabalhando, e o seu irmão precisa terminar os estudos também. É difícil. Você os entende, não é? – Um sutil balançar de cabeça confirmando a resposta foi visto pela mais velha, que deduziu apenas pela expressão de Eon, que ela não havia entendido, e que ainda se sentia triste diante daquela resposta. Sem data prevista para ela voltar para casa. –… Você não gosta de ficar com a vovó? Sei que sente falta dos seus pais, mas ficar aqui é tão divertido! Não acha isso? – Um doce sorriso surgiu quando Eon ergueu o rosto para ver a mais velha, que retribuiu de tão bom grado pela forma gentil que a neta a olhava no momento.

EJ: É claro que eu gosto de ficar aqui com você vovó, mas já tem tanto tempo... E o meu aniversário está perto. Queria ver o meu pai e a mamãe. Queria passar o meu aniversário com eles e o meu irmão. Já passei tantas vezes aqui, e sinto falta deles toda vez. Por isso queria ir para casa… Mas já que não posso…, podemos comer bolo juntas! – O grande sorriso dela ao pensar no bolo de aniversário aqueceu o coração da avó, que a viu pegar o prato da mesa e levar para a mesinha onde estava sentada antes, sem se importar com a bagunça e o pouco espaço que tinha para fazer ambas as coisas, comer e desenhar. Voltando a rabiscar os papéis distraidamente, enquanto sua avó apenas praguejou mentalmente por sua família não ser nenhum pouco estável. Levantando-se da mesa e indo diretamente para o seu quarto, onde havia um telefone que ela utilizava apenas para fazer ligações para a casa da filha, considerando o momento importante demais para se fazer uma. E claro, mais uma vez, decepcionando-se ao ouvir a voz de seu genro do outro lado da linha, ao menos dessa vez, estava sóbrio. Diferente das outras vezes…

⊰ Save Me ⊱Onde histórias criam vida. Descubra agora