⊰ 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐨 ⊱

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Haviam algumas canções coreanas que naturalmente escutou muito quando criança. Sempre tocavam na rádio pela parte da manhã, quando não se podia ter uma televisão. Eram muito boas de se ouvir, divertidas, e transmitiam paz, e era isso o que a fazia se lembrar agora e cantá-las em tom baixo, de forma suave, para acalmar a bebezinha ao berço, enquanto tocava sutilmente a barriguinha dela, massageando a região com carinho. E, enquanto era uma boa tia para Min-ji, Taehyung a ouvia cantar baixo, ainda que a porta do banheiro estivesse fechada. O médico sorria ao ouvir sua voz enquanto fazia a barba de frente para o espelho, refletindo as vezes o quanto aquele lugar teria se tornado sua segunda casa, e do quanto não se arrependia de estar ali. Taehyung estava exatamente no lugar certo e no momento certo.

Naquela manhã, ele parecia meramente despreocupado com a vida, sorrindo a todo momento para si mesmo, e por você, à quem ele não queria ter soltado logo pela manhã quando viu o sol passar pela cortina. E dessa vez, não teria sido a pequena Min-ji a acordá-los cedo. A bebê dormiu bem durante a noite, e parecia estar mais confortável agora.

Definitivamente tudo estava indo bem, até Taehyung erguer a tampa da lixeira para se desfazer de seu barbeador usado, e parar por um momento ao vidrar seu olhar na caixa de tamanho médio dentro desta, intencionalmente a pegando para matar sua curiosidade, o que acabou fazendo seu coração acelerar por um momento. A caixinha rosa teria o enganado, se não fosse por sua curiosidade, vendo do que se tratava após ler mentalmente a frase "teste de gravidez" estampada nesta, buscando de maneira calma o conteúdo dentro da caixa, e respirando fundo antes de ver o resultado. Ele teria ficado ansioso por um momento ao imaginar que veria um resultado positivo, mas encolheu os ombros ao ver que foi o oposto disso, mordendo os lábios com um pouco de força antes de colocar o teste novamente dentro da caixa e colocá-la no mesmo lugar que a encontrou, no fundo do lixo.

O fato de não ter dito nada a ele sobre esse teste e muito menos sobre a suspeita de estar grávida, o intrigou um pouco, mas respeitaria seu espaço. Até  porque, se lembrava bem de tudo o que passou após perder seu bebê no início da gravidez. Ainda era um assunto delicado, e ele não queria que você se machucasse emocionalmente com isso. Passando então a fingir que não teria visto nada após sair do banheiro. Taehyung então apenas caminhou sutilmente até você, lhe dando um abraço carinhoso, enquanto a ouvia cantar um pouco mais baixo do que antes para a pequena Min-ji. Não queria acordá-la com sua cantoria desenfreada pela manhã.

TH: Você está bem? – Ergueu seu rosto em direção ao dele, assim que o sentiu tocar em sua face, esboçando um belo sorriso caloroso para Taehyung, que se aproximou um pouco mais, selando seus lábios em um beijo curto, mas significativo. Era a idealização perfeita de que estavam juntos, independente de qualquer situação.

S/N: Só estou um pouquinho preocupada com ela. Mesmo que esteja mais calma, senti que ela estava um pouco febril esta manhã. Já melhorou, mas estou com receio. Ela deveria ter ido fazer exames de rotina com a pediatra, mas sabe que eu sinto medo de levá-la para o hospital e a Sra. Min estar só na espera de uma oportunidade para pegá-la de volta… Pode ter alguns daqueles homens que ela contrata por lá…

TH: Olha, até que o hospital está muito tranquilo esses dias. Não digo em relação aos pacientes e às pessoas que são levadas até lá em estado grave, mas em relação senhora Min. Eu não tenho a visto lá, e muito menos aqueles caras que parecem os homens de preto. Mas se quiser, eu posso falar com a Seo sobre isso e fazer ela vir até aqui ver a Min-ji.

S/N: Seo está tão ocupada ultimamente... Não sei se ela poderá vir até aqui, mas agradeço se falar com ela, e Tae... – Se virou para ele, que segurou em seus ombros, mantendo-a perto o suficiente para que ele pudesse ouvir com clareza. – Já nos arriscamos demais, não é? Eu com a bebê, você com o Namjoon. Quem ouvir essas histórias vai pensar que estou inventando..., mas quem dera se fosse invenção. Sei bem os riscos que estou correndo, e tudo o que estou colocando em jogo por conta das minhas atitudes. Até porquê mesmo que tudo tenha começado no hospital, eu amo aquele lugar, amo ser médica e amo cuidar das pessoas, independente de quem seja. Não consigo negar isso nem para mim mesma. E embora ache que estou sendo imatura outra vez, acredito de que no fim de tudo isso, vamos ser felizes e normais, como uma grande família feliz. – Sorriu para ele que assentiu breve e lhe deu um beijo sobre a testa. Um gesto de carinho que a fez se sentir confortável e com "borboletas no estômago". Ele ainda era capaz de fazer tão sensação surgir em você.

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