Maju
Até agora estou pensando no efeito que o olhar da Tóia tem sobre mim, nunca pensei que ficaria assim por uma mulher, toda vez que a vejo mesmo de longe meu corpo todo reage, isso não pode ser normal.
Naquele mesmo dia o César chegou de viagem, já sabendo da visita inesperada do VT e da Tóia, provavelmente da boca desse povo fofoqueiro. Eu já estava dormindo, apanhei pra cacete naquela noite, estou tão marcada que pra sair escondo com maquiagem, até para andar dói, mas não dou o gostinho de demostrar, engulo tudo calada, ele não me perguntou nada só me bateu e falou que isso é o que mulher safada que deixa homem entrar em sua casa quando o marido não está merece, a mulher que se diz minha mãe no outro dia apareceu e jogou na minha cara que eu mereci tudo aquilo, até hoje não entendo por que ela é assim, ela pegou minha filha e desde aquele dia não a vejo é sempre assim.
Hoje o babaca resolveu me levar a uma pensão que tem aqui que serve café da manhã e almoço, depois vamos na casa dos pais dele que diferente dos meus me tratam super bem. Eles nem imaginam o que passo nas mãos do filho, preferia ficar em casa odeio sair com esse traste me visto com uma saia vermelha ela não é curta vai um pouco acima do joelho ela é bem justa, uma blusa social branca de manga curta, deixo alguns botões abertos um saltinho bem confortável nos pés, faço uma maquiagem bem elaborada para esconder as marcas e deixo o cabelo preso em um rabo de cavalo. O babaca faz questão que eu saia com joias, não ligo para isso, mas ele diz que o povo tem que vê que ele dá de tudo para mulher dele.
A pensão fica um pouco abaixo fomos de carro fui o caminho todo calada, enquanto ele falava pra cacete, a sua voz me causa ânsia, sem brincadeira. Ele estaciona o carro e quando desço ele faz questão de pegar na minha mão, caminhamos para dentro do estabelecimento um local bem aconchegante que é muito bonito por sinal e sentamos em uma mesa, minutos depois que sentamos senti que estava sendo observada, não entendia por que estava tão nervosa só sentia que tinha que olhar para frente e foi isso que fiz, e lá estava ela a razão dos meus pensamentos impuros e imorais, seus olhos são como imã me puxam, por um minuto esqueço de tudo e de todos.
- O que você tanto olha? Viu que seu amante tá na mesa a frente? Se comporta como uma mulher de respeito ou te deixo mais uma semana sem vê sua filhinha. - Olho para ele de cara feia e cruzo os braços, ele colocou na cabeça que eu estou afim do VT, se eu contar a ele quem realmente tá chamando a minha atenção nem ele acreditaria, resolvo ir ao banheiro, quando me levanto o traste pega em meu braço.
- Vou ao banheiro. - falo.
- Vai comer o quê?
- Nada, se eu comer é bem capaz de vomitar na sua cara. - sussurro só para ele ouvir, ele solta meu braço e eu caminho em direção ao banheiro, entro em uma cabine faço xixi e dou descarga, ajeito minha saia e quando saio da cabina para minha surpresa ela estava lá, parada no início tomei um susto, nos encaramos sem pudor... parece até que ela enxergava a minha alma, me sinto despida só com aquele olhar, o que é isso? Caminho até a pia, tentando não demostra o incomodo que ela me causa, mas tá difícil, e mais uma vez não consigo desviar o meu olhar do dela.
- Você está bem? - pergunto depois de um tempo, ela se vira me olhando e o efeito que seus olhos tem sobre mim não é bom, não é nada bom, até respirar tá difícil, será que ela percebeu algo.
- Sim, claro, estou. - ela responde, parece nervosa deve ter acontecido algo, o jeito que ela me olha faz meu corpo todo arrepiar, ela seca as mãos, coloco minha bolsa sobre a pia e ligo a torneira não querendo demostrar nervosismo mas tá difícil, juro tô me tremendo.
Ela se afasta e eu penso que ela vai sair;
Foi quando eu ouvi seus passos e logo um sopro quente de respiração forte invadiu a minha nuca e ouvidos, fiquei tão alucinada que deixei minha bolsa cair no chão.
- Eu pego. - ela sussurrou e se abaixou aos meus pés, foi quando eu senti seus dedos deslizarem pela minha perna ela desliza vagarosamente até o meu joelho, se já estava difícil respirar só com ela me olhando imagine como estou agora, ela não tem pudor e eu tô gostando, soltei um suspiro tentando controlar todas as minhas vontades, ela aperta o meu joelho me causando uma dorzinha gostosa, fecho os olhos quando sinto suas mãos deslizar pela minha coxa, aperto as mãos na pia quando sinto minhas pernas tremerem, ela percebe e me pressiona na pia me segurando, ela faz um carinho pela minha coxa eu mordo os lábio não querendo emitir nem um som. - Só queria ter a certeza. - ela sussurra no meu ouvido e cheira o meu pescoço me deixando sem ar. - Agora já tenho, você é minha Maju! - abro os olhos ao ouvir suas palavras. - Só minha! - ela gira o meu corpo me deixando de frente, ela me olha com luxúria, com desejo e com possessividade e o pior, é que eu quero isso... se é errado? Não sei, só sei que eu quero, ela me olha mais uma vez, me dá um selinho rápido e sai.
Me seguro tentando me acalma, te contar o que foi isso mesmo em, meu Deus o que estou fazendo, minha vida já é um verdadeiro inferno, lavo meu rosto e retoco a maquiagem estou tremendo ainda, batem a porta do banheiro nem preciso abrir pra saber quem é, nessa hora me sinto frustrada, não posso fazer merda com a minha vida, eu sei o quanto o César pode ser perigoso, não é só a minha vida que está em jogo, tem a minha filha.
Termino de me maquiar com ele quase derrubando a porta, na certa já tem vários curiosos. Termino e caminho até a porta, de volta a realidade.
- Que merda você tava fazendo sua desgraçada? - ele fala entredentes. - Quem está ai com você em? - olho ao redor vendo algumas pessoas nos encarando, estreito os olhos e tento passar, mas ele aperta o meu pulso com uma certa força.
- Me larga, estão olhando! - falo baixo tentando não demostrar o incomodo.
- Quem está aí dentro? - ele me aperta com mais força. - ME RESPONDE SUA VAGABUNDA! - arregalo meus olho ao ouvir suas palavras, não que ele nunca tenha me xingado das piores palavras que existe, mas em público assim, nunca.
- Entre e veja se tem alguém aí. - tento me soltar mas ele não permite. - Está me machucando! - puxo meu braço isso só faz a dor intensificar mais ainda.
- Solta ela! -ouço a voz da Tóia, olho por cima do ombro do César, ela está parada nos encarando e sua cara não é uma das melhores. - SOLTA ELA PORRA... -ele me solta e se vira, ele olha a arma que ela está em mãos, engulo em seco pensando na merda que pode rolar aqui.
- Ela é minha mulher, só estamos tendo uma conversinha de casal, coisa boba. - ela olha diretamente para mim, desvio o olhar não quero que o babaca perceba nada, se eu olhar para ela do jeito que eu sempre olho eu tô ferrada.
- Isso não te dá o direito de aperta o pulso dela assim, não sei se te passaram a visão das leis daqui da favela, vou só reforçar, caso você não saiba já fica sabendo, se liga, não aceitamos nenhum tipo de violência contra mulher, crianças e idosos. - ela encosta a arma no peito dele e nunca orei tanto para uma arma disparar. - Tem suas diferenças e se for algo sério procura alguém da boca que apuramos o B.O e resolveremos da melhor forma, se ligou? - o César confirma com a cabeça. - Que essa seja a primeira e a última vez, se eu só imaginar que você encostou um dedo nela eu mesmo farei questão de acabar com a sua raça. - ela guarda a arma na parte de trás da bermuda e olha para mim. - O churrasco que o VT falou é hoje, leve o babaca do seu marido, o churrasco é em seu agradecimento por ter ajudado ele no dia da invasão, não aceitaremos um não como resposta, ás dez o menor passa em sua casa. - ela não espera resposta só volta a encara o César e sai logo em seguida, o César me olha e aquele olhar me diz tudo, eu tô ferrada.
Olá mais um capítulo para vcs, espero que gostem,dê uma ajudinha pra MIGA, curtam e comentem bjs meus amorecos.
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MINHA MELHOR ESCOLHA (Romance Lésbico)
RomanceMaju e Tóia duas mulheres, dois mundo completamente diferente, porém o acaso acaba unindo as duas, que se veem envolvidas em uma trama de desejo, amor, preconceito, guerra, e descobrem juntas que para o amor não existe barreira.