21

5.8K 261 2
                                    

Gabriella 🍯

Viviane: achei que não ia vim mais - abriu a porta sorrindo.

Gabriella: você marcou para às 14:30 e agora que são 14:10, para de exagero.

Viviane: quer alguma coisa?

Gabriella: não, acabei de almoçar. Mesmo assim, obrigada. Vamos fazer o trabalho onde?

Viviane: aqui na sala mesmo,meu pai acabou indo trabalhar.

Gabriella: certo- coloquei minha mochila no sofá e tirei as apostilas - eu já fiz um resumo do que vamos fazer , então não vamos demorar tanto.

Viviane: tudo bem,eu aproveitei que hoje não teve aula e dei uma revisada no assunto também.

Hoje acabou não tendo aula,porque decidiram fazer uma reforma nela.

Dei a apostila a ela e ela foi falando o que tinha entendido do assunto,depois fomos escrevendo outros pontos do assunto que achamos interessante , até a porta ser  aberta.

Xxx: eu não quero erro,daqui a dois meses vamos invadir aquele morro de merda novamente.

Olhei pra trás e vi um senhor que aparentava ter aproximadamente uns 45 a 50 anos, falando no celular.  Ele ainda não tinha visto que estávamos na sala , então continuou falando:

Xxx: e você acha que eu não sei que perdemos muitos homens? mas eu não estou nem aí,eu quero o morro da Rocinha nas minhas mãos.

Viviane olhou pra mim e riu sem graça, logo depois o senhor que estava falando no celular percebeu que estávamos ali.

Xxx: depois conversamos, tenho que desligar - ele desligou e olhou para nós sorrindo - boa tarde,quem é essa, filha? 

Viviane: essa é...- cortei a fala dela,ela parecia estar nervosa.

Gabriella: boa tarde,meu nome é Gabriella- levantei e estendi minha mão para ele.

José Luiz: satisfação, José Luiz - apertou minha mão - vejo que vocês estão estudando,não se preocupem,eu só vim pegar uma coisa e já estou saindo.

Ele saiu andando pelo corredor, olhei pra Viviane e ela deu um suspiro. Olhei séria pra ela sem entender e perguntei:

Gabriella: tá tudo bem?

Viviane: eu...- parou de falar quando ouviu os passos vindo pra sala.

José Luiz: já estou indo, fiquem a vontade - foi até a Viviane e deu um beijo em sua testa, vi que ela recuou um pouco e deu um sorriso forçado,ele abriu a porta e saiu.

Gabriella: responde, Viviane. Tá tudo bem?

Os olhos dela começaram a encher de lágrimas e ela desviou o olhar.

Viviane: desculpa - falou com a voz falha - eu não consigo - depois disso ela começou a chorar mais e mais.

Olhei pra ela e não sabia o que fazer,me aproximei dela devagar e dei um abraço todo torto.

Gabriella: olha pra mim- peguei no rosto dela- fica calma,eu só vou tentar ajudar.

Viviane: ele me trata mal - falou assim que se acalmou.

Gabriella: mal como?

Viviane: às vezes ele me bate,ele me pede desculpas, sabe? Só que eu ainda fico com um pouco de medo .

Gabriella: já tentou denunciar? isso não pode tá acontecendo- ela riu sem graça e olhei pra ela sem entender.

Viviane: Gabi,ele é um delegado. Você acha mesmo que tem como denunciar ele? Eu iria denunciar ele,para ele mesmo. E quando chegasse em casa iria ser pior.

Gabriella: não sabia que ele é  delegado,mas por quê você não tenta ir embora daqui? Eu sei que não é fácil,mas vai juntando algum dinheiro pra sair daqui. Não tem como você morar com esse cara.

Viviane: você acha que ele iria deixar? Ele não deixou nem eu ir pra sua casa fazer um trabalho da faculdade, imagina ir embora. Mas ele já parou de me bater,ele só bate em mim quando tá um pouco estressado.

Gabriella: parou? Parou há quanto tempo?

Viviane: essa semana ele não bateu - olhei séria pra ela - é sério, pelo menos está progredindo.

Gabriella: não tem essa de " pelo menos", você mesmo falou que ele " só" te bate quando está estressado e se ele chegar estressado e te bater de novo? Viviane,a gente estuda psicologia,sabemos muito bem onde isso termina.

Viviane: não precisa se preocupar,vamos terminar logo o trabalho - falou pegando o caderno e mudano de assunto.

Não me conformei com isso,não mesmo. Mas eu deixei de lado,só por aquele momento mesmo.

Depois de quase uma hora terminamos o trabalho todo,fui olhar a hora e já era 16:40. Me despedi dela e chamei um uber, estava com preguiça de ir de ônibus.

Viviane - 22 anos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Viviane - 22 anos

Comentem e deixem sua estrelinha, bjs !

Por Um Acaso.Onde histórias criam vida. Descubra agora