Domenico Fontenelle
— Anda logo estrelinha, temos que ir pra pista de embarque com um pouco de antecedência ou o Marco vai me culpar pelo atraso.— Falei bem alto do andar de baixo esperando a minha estrelinha descer com a sua grande mala.
Tudo bem que é uma mala grande, mas eu seria capaz de apostar tudo e qualquer coisa em como essa mala é a menor em comparação a das outras mulheres da família.
A Ana está muito empolgada com o Carnaval então eu arrisco o palpite de que ela está levando um milhão de fantasias diferentes, incluindo algumas para o Rael e para o Marco também.
Eu quero ver como ela vai conseguir convencer o meu primo a usar isso, mas não acho que ela vá falhar na missão.
O Marco não consegue negar nada àquela coisinha perigosa.
— Tô aqui, desculpa.— Ela disse aparecendo rapidamente no meu campo de visão.
— Ótimo principessa, eu vou dirigindo.— Meu pai disse saindo porta a fora.
Coloquei Taylor Swift para tocar no carro assim que entrei no lado do passageiro enquanto a minha estrelinha se acomoda no banco de trás.
O caminho até a pista de decolagem foi bem rápido já que fica praticamente no mesmo quarteirão, isso é uma das grandes maravilhas de ser um Fontenelle, nós somos dos de praticamente toda a cidade, isso nos dá permissão para ter uma pista de decolagem bem perto.
Quando descemos do carro eu fui andando na frente na direção do avião, mas encontrei uma coisa no meio do caminho que me fez parar abruptamente.
A coisa em questão é mais conhecida popularmente como a grande pedra no meu sapato.
— O que diabos você acha que tá fazendo aqui Nicco? É uma viagem de família, e você não faz parte dela.— Falei me aproximando dele e joguei a minha mochila no chão esperando ansiosamente que ele me dê um bom motivo para começar uma briga.
— Fica frio aí, eu não vim por sua causa.— Ele disse com um leve sorriso no rosto.
Antes que eu consiga dizer mais alguma coisa, a estrelinha aparece olhando de forma bem animada para ele.
— O que você tá fazendo aqui?— Ela perguntou.
Ótima pergunta estrelinha, eu também quero saber o motivo desse verme nojento estar aqui estragando o meu dia.
Cruzei os braços e esperei em silêncio ele responder.
O Nicco me olhou de uma forma estranha, como se estivesse esperando que eu os deixe a sós.
Uma grande pena pra ele, não tem a menor chance disso acontecer.
— Eu só trouxe uma coisa para você pensar em mim durante a viagem.— Ele disse estendendo para ela uma pequena sacolinha.
Rapidamente estreitei os olhos na direção do embrulho, infelizmente não tenho olhos de raio-x então não consigo ver atravéz do embrulho.
Cazzo, ter visão de raio-x seria do caramba.
Stella estendeu as mãos meio incerta e grazie Dio abriu o pacote da minha frente.
É uma camisa.
Não uma camisa feminina, é grande demais para ser isso, é uma camisa masculina.
Uma camisa DELE.
Ah, mas ela não vai vestir isso nem por um cacete.
— Uma camisa?— Stella perguntou dividida entre sorrir e ficar confusa.
— É só um pequeno suvenir, pra você não esquecer o meu cheiro ou qualquer coisa relacionada a mim. Dizem que isso também ajuda as pessoas a criarem mais sentimentos pela outra pessoa, e eu preciso admitir que estou contando com isso.— Ele disse com um sorrisinho.
— Ah, tenha santa paciência.— Não consegui evitar falar diante desse monte de baboseira.
— Algum problema comigo?— Nicco questionou olhando para mim tentando parecer intimidador.
Na minha opinião ele tá precisando melhorar.
— Vários, mas todos já são de conhecimento público, não tô afim de fazer um resumo especialmente pra você.— Respondi de maneira debochada, segurando a vontade de rir quando me dei conta de que ele tentou forçar ainda mais a cara de bravo para mim.
— Você vai ter que aceitar que eu vim para ficar, amigão.— Nicco disse erguendo o queixo.
— Olha, você não merece, mas eu vou te dar um conselho, treina essa cara de intimidador na frente do espelho antes de fazer isso na frente de outras pessoas, tá uma grande piada e nada assustador.— Retruquei tomando a mesma expressão que ele apenas agora irrita-lo.
— Acho que tá na hora de crescer Domenico, você precisa entender que nem todo mundo se importa com a sua opinião.— Ele disse e eu sorri de forma presunçosa e me aproximei mais dele a passos lentos para falar de forma que só ele escute. Eu não me importaria de falar em alto e bom som, mas a estrelinha ainda tá aqui tentando entender a nossa hostilidade.
— Para o seu azar, a Stella se importa, e muito.— Me afastei dele sorrindo, me abaixei para pegar a minha mochila e segurei a mão da estrelinha levando-a para longe dele.
— Por que você é assim com ele, Dom?— Ela questionou olhando para mim assim que entramos no avião.
— Por que se fosse algo que dependesse da minha decisão ele nunca mais chegaria perto de você. Por que você ainda tá saindo com esse cara?— Não resisti e questionei.
Stella deu de ombros e olhou para baixo, como se dissesse que não sabe bem o motivo.
— Eu acho que a sua família ficaria feliz com esse casamento.— Ela respondeu com a voz meio baixa.
Nesse momento eu comecei a entender as coisas de uma forma melhor.
A Stella ainda está insistindo nisso por querer agradar, e não por realmente estar interessada.
— Estrelinha, presta atenção, a minha família quer pra você exatamente o que eu quero, que você seja feliz. Entendeu? Você tem que se casar apaixonada, e não por pensar no que vai agradar os outros. Mas se você quiser agradar alguém pode ser a mim, eu vou ficar muito feliz se você der um pé na bunda dele.— Respondi dando de ombros e acabei sorrindo com a risada dela.
Essa risada é sem dúvidas a melhor coisa que eu já ouvi na vida.
— Não sei se consigo fazer isso.— Stella respondeu com o olhar um pouco conformado e triste ao mesmo tempo.
— Tive uma ideia, vamos usar essa viagem para mudar isso, tá bem?— Sugeri animado com a possibilidade de passar ainda mais tempo com ela, principalmente por poder usar esse tempo como uma forma completamente criativa para fazer ela esquecer essa ideia estapafúrdia de casamento.
Vou conseguir mudar isso, tenho certeza.
— Vamos ver o que você consegue fazer em apenas quatro dias. Mas se não conseguir, vai ter que aceitar esse casamento, tudo bem?— Ela disse como se fosse uma condição para selar o nosso trato, e só de pensar na ideia dela casada com o Nicco fez o meu sangue gelar nas veias.
Imaginar isso é literalmente vizualizar o meu pior pesadelo se tornando realidade.
Mas se essa é a condição....
— Tudo bem, eu concordo, principalmente por que eu sei que não vou perder.— Constatei com um sorriso presunçoso e voltei a olhar para frente ouvindo o barulho da família inteira entrando no avião.
Oi meus amoresssss, tudo bem com vocês?? Comigo está tudo uma grande bagunça, mas conseguir entregar esse capítulo pra vocês. Será que o Dondon consegue mudar isso em 4 dias? Façam suas apostas.
Não esqueçam de votar e comentar MUITO viu ♥️
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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle
RomanceDois anos após o ocorrido Domenico ainda é atormentado por pensamentos e lembranças terriveis e principalmente pela culpa. Uma das poucas fontes de alegria e paz que ele possui além da sua família, é a relação de familiaridade que foi construída com...