capítulo 7

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Domenico Fontenelle

Mais um soco foi deferido contra o meu rosto jogando a minha cabeça pesada para trás.

Eu estou com fome, com sede e cheio de dor pelo corpo inteiro, sério infinitamente mais fácil pedir que me matem de uma vez, mas eu não vou implorar.

Não vou me curvar.

— Se você não me contar os planos de ação do seu primo, toda a sua família vai pagar com a vida! Não seja tão covarde a ponto de sacrificar a vida de todos os que você diz amar. — Nesse momento eu ouvi o grito de uma garota completamente desesperada aos prantos pedindo para não machuca-la.

Como alguém pode descer tão baixo ao ponto de machucar uma mulger inocente? A famiglia não permite homens machucando mulheres, simplesmente é contra as regras!

Cuspi um pouco de sangue no chão.

— Eu não vou te contar nada, desista, e se quer um conselho, o que eu acho que você precisa desesperadamente, me mata antes que eu saia daqui, por que se eu sobreviver, vou te caçar até no inferno. Você não vai gostar nada quando eu te encontrar.— Respondi com a voz arrastada, mas forçando os músculos do meu rosto a se contorcerem formando um sorriso debochado.

Durante a iniciação nós passamos por várias coisas terríveis, e resistir a um interrogatório é simplesmente uma das mais importantes.

"Sempre prefira morrer se a única opção for trair a cosa nostra" eles disserem enquanto nos ensinavam a resistir.

— Palavras audaciosas para alguém na sua posição, você não tem vergonha de já ter nascido sendo um monstro?— Ele perguntou passando uma faca afiada nas minhas costelas.

A pior coisa desse sequestro é que eu estou a dias pendurado pelos braços, meus músculos já não tem mais força para se manter e mesmo assim, por causa da gravidade, eu tenho que continuar pendurado.

— De que diabos você está falando, imbecil?— Questionei.

— Ah por favor, acha que eu não sei que você matou a sua mãe? Ela está morta por sua culpa Domenico Fontenelle, e o seu pai deve te odiar muito por isso.....

Despertei sentindo o meu coração acelerado como se estivesse espancando o peito.

Que droga, esses pesadelos tem ficado cada vez mais frequentes.

Eu sempre pensei na minha parcela de culpa pela morte da minha mãe, sei que foi culpa minha o meu pai ter ficado tantos anos enterrado na tristeza, mas antes do sequestro ninguém nunca tinha me dito isso.

Foi incrivelmente doloroso ouvir isso de outra pessoa, mesmo vindo de alguém tão desprezível quanto o Jean.

E eu vou cumprir o que eu disse a ele, vou caça-lo e arrancar a cabeça dele.

Olhei o relógio em cima do criado-mudo ao lado da minha cama, são seis da manhã e eu não vou conseguir dormir de novo.

Me levantei e peguei o celular, respondi uma mensagem da Karla de forma vaga, mas não de forma rude e desliguei a tela do celular novamente.

Vou aproveitar para dar uma corrida pelo quarteirão antes de passar na casa do Marco, ele está obcecado com a investigação e com o treinamento do Rael, ele morre de medo que o Jean ataque novamente e o filho dele esteja completamente desprotegido.

É uma questão bem séria para ser honesto e tudo o que eu puder fazer para  manter o meu sobrinho longe de todo perigo.

Comecei a correr deixando a minha mente retornar para os acontecimentos recentes.

Eu consegui amedrontar a grande maioria dos imbecis inúteis que queriam casar com a estrelinha, o que sinceramente foi a coisa mais importante que eu fiz nos últimos dias, nunca que eu conseguiria me perdoar caso ela se casasse com algum deles.

No entanto o Nicco está sendo bem difícil de descartar.

Cheguei na porta da casa do Marco e entrei direto dando logo de cara com o Rael correndo a todo vapor.

Juro que não sei como a Ana consegue dar conta dele sem a ajuda de alguma babá, uma vez eu perguntei a ela sobre isso e ela me disse que não consegue imaginar nada mais aterrorizante do que uma pessoa completamente estranha com as mãos no filho dela.

— Chegou bem cedo, caiu da cama?— Meu primo questionou com um sorriso no rosto.

Revirei os olhos automaticamente.

— Tive um pesadelo, mas tá tudo bem, alguma novidade na investigação?— Falei me jogando no sofá mesmo estando ensopado de suor. O Marco é a única pessoa que sabe dos meus pesadelos, e isso apenas por que eu acabei pegando no sono no sofá do escritório dele e tive uma crise gigante de ansiedade causada por um pesadelo similar ao de hoje.

Ele costuma se repetir muitas vezes quando não é substituído pela visão terrível de todos os membros da minha família me chamando de mostro por todo mal que eu causei.

— Ótimo, agora vou ter que jogar o meu sofá fora.— Ana disse me olhando com repreensão.

— Ainda bem que o seu marido é podre de rico.— Respondi lhe dando lingua como uma criança birrenta.

— Não te chamei por causa da investigação, na verdade é mais como um convite mesmo.— Ele disse se sentando no sofá de frente para mim puxando a sua esposa para sentar no colo dele.

— Que tipo de convite?— Perguntei curioso.

Ele olhou para a Ana como se pudesse falar apenas pelo olhar que era para ela falar qual o assunto.

— Bom, eu estou sentindo falta das festas brasileiras e o carnaval já está chegando, depois de muito esforço eu consegui convencer o meu amado marido a tirar alguns dias de férias para isso. O melhor de tudo é que a família do barulho vai inteira junto.— Ela disse batendo as mãos uma na outra de forma bastante animada fazendo o Marco sorrir enquanto olha para ela de forma encantada e apaixonada ao mesmo tempo.

— Todo mundo já concordou?— Perguntei sem resistir a um sorriso também.

Umas férias vão me cair bem, eu nem me lembro de ter tirado um tempo assim em algum momento da minha vida.

— Sim sim, eu até pensei em convidar o Nicco também já que ele parece bem determinado a se casar com a Stella, talvez eles voltem de lá com um compromisso sério.— Marco disse dando de ombros enquanto me observa com atenção.

— Eu aceito ir, mas se você chamar ele não vai dar certo.— Respondi aitomaticamente.

— Você fala mal dele desde o dia da festa da famiglia então eu tive a preocupação de investigar todo e qualquer esqueleto que ele possa ter no armário, mas não encontrei nada. Ele não tem histórico de agressão contra as mulheres, não usa drogas, nem mesmo fuma cigarro, não é conhecido por criar problemas desnecessários e é bastante solicito às ordens da famiglia. Então me deixe perguntar, quais as duas objeções a ele?— Marco perguntou franzindo a testa como se estivesse mesmo tentando entender os meus motivos.

Ele não precisava ter se dado ao trabalho de investigar, eu já sabia de tudo isso a respeito do Nicco e ele não tem mesmo nenhum tipo de coisa que possa ser usada como arma contra ele, mas eu simplesmente não consigo gostar.

Ele não é bom o bastante para a minha estrelinha, e se não é bom o bastante não vai poder tê-la.

— Ele não é bom o bastante para ela, apenas isso.— Respondi dando de ombros sem olhar diretamente para eles.

— Tudo bem então, ele não vai com a gente.— Marco disse me olhando de olhos estreitos.

Me concentrei no fato de que as férias vão compensar todo o estresse de ter que tirar esses sanguessugas de perto da estrelinha.

E de quebra vou poder ficar de olho nela, para o caso de mais desse tipo surgirem.










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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora