Capítulo 58

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Stella Fontenelle

O Caribe é um lugar perfeito mesmo que nós ainda estejamos saindo do aeroporto.

Ok, eu admito que estou o cumulo da animação e da ansiedade, especialmente depois das nossas atividades matrimoniais dentro do avião. 

— Estrelinha, o carro já chegou. — Dom disse chamando a minha atenção.

Eu precisei prender o riso quando vi que ele está andando desconfortavelmente enquanto faz a manobra milagrosa de carregar as nossas malas e manter uma mochila na frente do seu corpo para disfarçar o pouco tempo que tivemos para aproveitar um ao outro.

Bom, a culpa foi inteiramente dele.

Entrei no carro ainda deslumbrada com o fato de estar aqui e agradecendo mentalmente pela minha recente, porem muito forte amizade com o Enzo. 

Ele é um homem tão doce, mesmo que agora tenha se fechado em seu próprio casulo e tente assumir a postura de homem frio e distante eu consigo ver a verdade, ele esta em conflito com tudo o que tem dentro de si, todas as coisas boas a seu respeito mas ao mesmo tempo parece que todas as coisas ruins estão a ponto de fazer todas essas coisas boas desintegrarem no ar... peço que Dio o ajude a superar isso.

Talvez alguém com o coração tão bom ao ponto de fazer a dor dele diminuir... Bom, eu sou uma grande romântica e sempre acredito que um amor pode salvar um coração da ruína. 

Enzo nos cadastrou em um resort perfeito, assim que chegamos eu me dei conta disso, não que eu estivesse esperando menos por parte dele, se tem uma coisa que todos os Fontenelle's fazem questão é de serem completamente memoráveis.

Dom foi na recepção fazer o nosso check-in e enquanto isso eu fiquei concentrada nos detalhes completamente praianos do resort.

Eu nunca sai da Itália para absolutamente nada que não aquela missão ao México, na realidade se formos analisar as coisas de um parâmetro mais concreto até pouco mais de dois anos atrás, quando eu ainda vivia com o meu pai, eu nem mesmo tinha autorização de colocar o rosto para fora de casa, mesmo que fosse no intuito de respirar um ar puro.

Ele nunca permitia, e eu simplesmente parei de tentar e me convenci de que a vida era para ser daquele jeito mesmo e que nunca iria melhorar, eu me contentava que a vizinha sentia um pouco de pena da minha solidão e do meu exilio e sempre quando eu estava no meu quarto ela colocava a televisão na janela para que eu pudesse assistir. Não dava para ouvir nada daquela distância, mas eu me divertia fazendo leitura labial tentando sempre adivinhar o que os personagens estavam falando.

Era a minha única alegria naquela casa e agradeço a Dio por meu pai nunca ter descoberto.

— Em quê você está pensando bonequinha?— A voz do Dom me trouxe de volta para o presente em um pequeno susto. Ele já está perfeitamente emparelhado ao meu lado segurando um cartão que imagino ser a chave do nosso quarto em mãos, pensei em perguntar sobre nossas malas mas imediatamente me dei conta de que isso aqui é um resort de alta qualidade, obviamente nossa bagagem já deve estar a nossa espera.

— Em como estou contente por minha primeira viagem internacional esteja sendo como sua esposa.— Respondi enlaçando a sua cintura aproveitando o conforto de seus braços.

Dom, como o excelente marido que eu sei que ele é, me pegou em seus braços no estilo noiva e foi caminhando lentamente até o elevador, sem se importar nem um pouco com os olhares que estão sendo atraídos na nossa direção.

— Amore mio, você deve estar bem cansada mesmo para esquecer disso, mas essa não é  a primeira vez, esqueceu do México?— Questionou com a testa franzida depois de fazer a maior manobra de todos os tempos: Apertar o botão do nosso andar do elevador me segurando com apenas uma das mãos.

— Aquilo foi trabalho, agora é diferente.— Retruquei sabiamente, e ele não vai mesmo tirar o brilho desse lugar para mim.  — Eu quero conhecer tudo!— Exclamei animada.

Por mim começaríamos as atividades turísticas agora mesmo, ignorando com maestria o cansaço das horas de viagem.

— Certo principessa, vamos começar pelo nosso quarto então.— Meu marido disse abrindo a porta de numero 60, um dos quartos presidenciais do andar mais alto do resort.

É absolutamente perfeito! As cores do quarto contrastam com o aspecto praiano, apenas um azul leve e algumas coisas em branco para nos dar a sensação de mar, afinal de contas o nosso quarto é bem em frente ao mar.

A cama é simplesmente gigantesca, ao ponto de eu poder afirmar sem nenhum receio que caberiam pelo menos umas sete de mim nela.

Dei uma curta caminhada até o banheiro onde além de duas pias e dois chuveiros tem uma enorme banheira marmorizada de hidromassagem literalmente pedindo para ser usada.

Me virei para comentar o quanto o Enzo acertou no nosso presente quando precisei parar a minha empolgação bruscamente ao ver o meu marido completamente imóvel encarando uma caixa preta até então desconhecida para mim, que está secretamente posicionada em cima da mesinha lateral.

Será um presente do resort?

—O que é isso Dom? Presente do resort?— Questionei e ele balançou a cabeça em uma negativa antes de levantar um bilhete que estava em cima da caixa para ler para mim. — Sei que são recém casados e com toda certeza estão a todo vapor, mas mesmo assim eu me vi na obrigação de de ajudar um pouquinho, afinal dizem que o casal tem dificuldade para estabelecer um ritmo no começo do casamento. Usem os apetrechos com sabedoria crianças, quero sobrinhos em breve, aproveitem.— Dom terminou de ler e prendeu o riso quando ergueu o olhar para mim e se deparou com a visão de uma mulher completamente estática, de olhos arregalados.

— Dio Santo, o que será que tem ai?—Perguntei ainda tentando assimilar as palavras escritas do Enzo.

— Só tem um jeito de saber.— Ele corajosamente pegou a grande caixa preta nas mãos e colocou em cima da cama para finalmente descobrirmos o conteúdo dela.

Dom abriu e eu fiquei parada observando ele tirar item por item. Primeiro uma frasco que parece ser de um creme de massagem com fatores sensoriais, logo em seguida um par de algemas felpudas igualmente pretas, uma venda, umas velas, algumas fantasias incluindo uma de gato preto. Ele parou de tirar as coisas de dentro da caixa chegando a conclusão que isso é informação demais para mim.

— Vamos guardar isso ou jogar na cabeça dele quando voltarmos?— Perguntei caindo na gargalhada, foi a forma que eu encontrei de dizer a ele que essa brincadeira do Enzo não me deixou desconfortável.

As bochechas do Dom ficaram coradas, algo que eu nunca pensei que fosse presenciar na vida.

— Eu tenho uma ideia melhor.— Disse com certa cautela me fazendo franzir a testa desconfiada.

— Tipo o quê? — Questionei.

Ele estendeu a mão para a tiara de orelhinhas de gato em cima da cama e colocou gentilmente em minha cabeça.

—Claro que não quero que se sinta obrigada a nada, mas ficou uma maravilha.— Dom disse ainda vermelho sem saber qual vai ser a minha reação e foi só ai que eu entendi.

Ele quer que usemos esses "apetrechos".

Cheguei bem perto dele e fiz uma garrinha com a mão esquerda.

—Miau.— Disse tentando soar sexy e não engraçada, para dar maior efeito eu o arranhei levemente por sobre a camisa.

Ao que tudo indica em atingi o meu objetivo com sucesso, Dom parece hipnotizado nos meus movimentos e os olhos escureceram de desejo.









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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora