capítulo 39

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Domenico Fontenelle

Cheguei em casa esperando ver a Stella me esperando, o que infelizmente não aconteceu.

Em partes isso é bom, me dá tempo para tomar um banho para me livrar desse cheiro horrível de sangue e suor, não quero receber a mulher que eu amo completamente fedorento.

Fui direto para o banheiro do meu quarto e devo ter permanecido com a cabeça embaixo do chuveiro pelo menos dez minutos apenas para colocar a cabeça no lugar.

O pesadelo com as noites do meu cativeiro recentemente foram substituídos pelo pesadelo de ter um filho com a Karla, e eu sinceramente não consigo definir qual das duas versões de tormento é a pior.

A Stella pode estar vindo me dar um grande pé na bunda, ela pode finalmente ter tido a revelação de que eu sou alguém terrível para amar, talvez ela tenha percebido que eu sou um grande imã de tragédias, se for isso qualquer resultado com a história desse possível filho vai acabar não fazendo tanta diferença, mas se por algum milagre de Dio ela decidir que mesmo assim vale a pena ficar comigo eu corro o risco que ela mude de ideia logo depois que eu contar a possibilidade de ser pai.

Meu coração começou a acelerar gradativamente diante dessa possibilidade até eu finalmente me convencer de que não vai adiantar sofrer por antecipação, eu preciso saber o que ela vai me dizer.

Terminei o meu banho cantando a mesma música repetidas vezes apenas para ocupar a minha cabeça e fui me vestir, coloquei apenas uma calça de moletom com uma camisa regata, eu uso coisas assim apenas em casa desde que fiquei cheio de cicatrizes pelo corpo.

Não é uma coisa agradável de ver e não acho justo obrigar as outras pessoas a conviverem com isso além do que é necessário.

Passei o perfume que a Estrelinha me deu e guardei o frasco. Evito usar com tanta frequência por que não vou usar ate o fim, segundo a Ana existe uma lenda popular no Brasil que diz que quando o perfume que a pessoa amada te dá acaba, o amor também acaba.

Eu sei que é só crendice popular, mas eu não vou me arriscar.

Fui caminhando para a sala e senti o coração acelerando novamente quando a vi sentada no meu sofá, com suas sacolas de comida chinesa na mesinha de centro.

— Já que você trouxe comida eu posso interpretar como uma notícia boa essa conversa?— Perguntei me aproximando cautelosamente.

Dio, eu prometo que se a notícia for boa eu passo dois meses sem comer lasanha.

Dio sabe que é a minha comida favorita.

— Senta aqui, vamos conversar.— Stella disse com um sorriso sem me dizer nem que sim, nem que não.

Senhor, eu não vou aguentar de tanta aflição.

— Se for coisa ruim, fala logo por favor.— Pedi com as mãos ficando frias.

Per Dio, isso é patético! Eu passo por diversas missões perigosas, já estive entre a vida e a morte, estou sempre assassinando e torturando pessoas, e é uma simples resposta que me deixa nervoso dessa forma? Qual é o meu problema?

Respirei fundo para me conter.

Se fosse ruim ela não estaria sorrindo, não é?

— Dom, eu nunca vou conseguir agradecer o bastante por você ter pedido para me resgatarem e nem por ter se preocupado tanto comigo desde então, você foi o responsável por hoje eu saber o que é uma família, e nada no mundo seria o bastante para te devolver o imenso bem que você me fez.— Stella começou a falar e eu permaneci em silêncio, aguardando ansiosamente pela resposta final.

O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora