capítulo 27

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Domenico Fontenelle

Em algumas horas nós chegamos ao México, e exatamente como planejado nós pousamos em um local seguro e afastado de qualquer observador, não podemos correr o risco de sermos vistos juntos.

Admito que fiquei lançando alguns olhares furtivos na direção da minha estrelinha apenas para me certificar de que ela está de fato bem, não posso negar o quanto me senti satisfeito por ver o Henrique ter ido para um lado completamente oposto do dela quando entramos no avião.

Ele sabe o que é bom para sua própria vida.

Comecei a pegar as minhas malas e as da Bea, nós dois ficaremos instalados em um casebre mais distante do que a hospedaria em que Henrique e Stella vão ficar, mas precisamos estar bem equipados e preparados para qualquer coisa.

— Primo, o carro já está nos esperando.— Bea disse chamando a minha atenção para o que é de fato importante. Idai que o Henrique está carregando as malas da Stella para ela e dando sorrisos bastante exagerados para a minha garota o tempo inteiro? Isso não me preocupa nem um pouquinho.

Assenti com a cabeça para a minha prima e olhei uma última vez para os dois na minha frente antes de colocar as coisas no carro e em seguida entrar nele para dar início a missão.

— Você parece chateado.— Bea comentou despreocupadamente colocando os pés no painel do carro.

— Impressão sua.— Retruquei simplesmente sem querer me demorar nessa conversa.

Não é como se as pessoas não estivessem tendo a chance de perceber o que anda afetando o meu humor ultimamente, eu realmente não faço o mínimo esforço para disfarçar então se ainda não notaram é por que de fato não estão prestando atenção.

— Tudo bem, se você diz eu acredito.— Ela respondeu dando de ombros mostrando que por ela está tudo bem eu não querer conversar sobre o que me incomoda.

Nós não demoramos muito para chegar ao casebre, e assim que estacionei vi que é exatamente aquilo que o Marco descreveu.

Aparentemente caindo aos pedaços, extremamente precária e com certeza o tipo de lugar que não serviria para alguém estar dentro, provavelmente tendo sido abandonado a cerca de cinquenta anos antes.

Peguei as malas e a Bea pegou apenas a mala na qual está os aparelhos de computador, era a mala mais leve e também a com coisas mais frágeis.

Entramos no local e mais uma vez o meu primo estava certo, por dentro o casebre parece mais do que simplesmente confortável, é quase como um alojamento perfeitamente planejado para agradar pessoas jovens com suas tecnologias e praticidade.

Bastou colocar os notebooks em cima de algumas mesas com alguns conectores que eles ligaram automaticamente e sintonizaram em câmeras com imagem e áudio perfeitos, e uma tela dividida dos celulares dos chefes do cartel, cada mensagem que eles recebem também chega na nossa tela.

As imagens das câmeras nos dão uma visão perfeita do alojamento em que a Stella e o Henrique acabaram de chegar.

Qualquer desavisado que olhe para eles sem saber a verdade realmente os enxergaria como um casal bastante jovial, ele está andando despreocupado enquanto pousa um braço sobre os ombros dela, e a Stella por sua vez entrelaçou os seus dedos aos dele dando uma olhada carinhosa em sua direção algumas vezes antes de começarem a conversar com uma mulher na recepção.

Precisei usar muito do meu autocontrole para não atirar na tela do computador.

Fiquei na conversa dos dois enquanto a Bea jogava as nossas malas para longe.

— Nós gostaríamos de falar com o segundo no comando do cartel, por favor, estamos viajando a dias e precisamos de um lugar para ficar.— Stella disse para a moça em sua frente que aparentemente os estuda com certa atenção.

claro, esperem um momento por favor, irei chamá-lo.— A jovem de cabelos negros disse indo para trás de uma porta quase que imediatamente.

Os dois ficaram imóveis aguardando, tentando não dar um passo em falso.

— Eu sei que você sempre foi protetor em excesso com ela primo, na sua cabeça ela sempre vai precisar de proteção demais, mas fica tranquilo, está bem? Ela vai conseguir se sair bem.— Bea falou enquanto se senta em uma cadeira a meu lado, eu não olhei para ela, apenas assenti com a cabeça e continuei vidrado na tela.

Assim que eles conseguirem a permissão para ficar, as coisas vão ficar mais complicadas.

Pouco tempo depois um homem de cerca de trinta e sete anos, cabelos escuros e uma grande estatura surge na mesma porta onde a mulher sumiu.

Daniel García, o segundo no comando do cartel por ter conseguido conquistar a confiança de Alejandro Hernández, o chefe do México.

— Minha assistente disse que são viajantes e querem falar comigo.— Ele disse cruzando os braços em seguida.

Henrique tomou a frente da resposta.

— Sim, senhor, somos Lucas e Lana.— Ele disse tranquilamente os apresentando com os nomes falsos.

— Então digam logo o que querem, eu não tenho o dia todo.— Daniel não me parece um homem de muita paciência, mas Grazie Dio nós já esperávamos isso, então não gerou nenhum tipo de nervosismo ele ter sido relativamente grosso.

Viemos pedir para ficar aqui por um tempo, viemos da Itália, a cosa nostra não nos permitia ficarmos juntos e queriam casar a Lana com outro, nós não pudemos aceitar isso, então fugimos.— Henrique retrucou como se estivesse exausto de uma longa viagem, achei ótimo afinal é exatamente assim que ele deve parecer.

— Ele é uma ator e tanto, não? Realmente tem talento para mentiras.— Minha prima comentou casualmente ao meu lado e eu Franzi a testa desviando a atenção da tela pela primeira vez.

— Do que você está falando?— Perguntei realmente curioso para entender como funcionam as engrenagens dela.

— Nada Dom, foi só um elogio a performance dele com a história do disfarce.— Retrucou prontamente encolhendo os ombros como se eu que estivesse vendo coisas demais onde não tem.

Tudo bem então, voltei a olhar para a tela me concentrando novamente no que é importante.

Daniel está analisando os dois com um olhar frio e cortante, segundo os comentários sobre isso, ele costuma usar esse olhar para intimidar e confundir qualquer pessoa, geralmente tem o resultado esperado e a pessoa alvo do olhar começa a gaguejar caso esteja contando mentiras, e por isso o Daniel confia que esse seu olhar inquisidor é infalível.

Grazie Dio não é, Henrique e Stella continuam calmos e impossíveis como se estivessem contando toda a verdade.

O capo já notou a ausência de vocês?— Daniel perguntou.

— Com certeza sim, ele é sempre bem informado.— Stella retrucou como se sentisse acuada com a facilidade do Marco em saber das coisas que acontecem em seus próprios domínios.

Ela está se saindo muito bem.

Devem estar sob ameaça de morte a uma hora dessas. Tudo bem, vocês podem ficar aqui, sempre tem espaço para pessoas que queiram ajudar de qualquer forma, a minha secretária vai mostrar a vocês um quarto e depois podem descer para comer alguma coisa.— Daniel respondeu bondoso e estendeu a mão na direção do Henrique lhe dando um aperto de mão cordial.

No outro computador eu digitei e enviei uma mensagem simples para o Marco.

"Nós entramos."

Agora ele pode dar início a sua parte do plano.





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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora