Domenico Fontenelle
Acordei quando senti o sol batendo no meu rosto me deixando completamente incomodando.
Senti o meu braço ficando um pouco dormente e eu agradeci a Dio pela sensação, foi exatamente isso que me fez perceber que a noite de ontem foi real e não apenas um sonho como em outras vezes.
Abri os olhos com um sorriso bobo e me perdi observando o quanto a estrelinha é linda quando dorme.
Estiquei o braço e peguei meu celular no bolso da minha calça que está jogada no chão ao lado da cama.
7:00. Puta. Que. Pariu.
Eu preciso levantar agora mesmo se eu quiser que ninguém veja.
Não seria um grande problema já que estamos apenas os membros da família aqui, e eu aposto que nenhum deles iria querer ver as regras da famiglia se aplicando a nós, mas eu não acho que seria confortável para a Stella colocá-la em uma situação tão exposta assim.
Por isso eu levantei da cama com cuidado para não acorda-la, vesti as minhas roupas e depositei um beijinho na testa dela antes de sair porta a fora. Depois eu mando uma mensagem explicando o motivo de ter tido que sair sem me despedir.
Passei pelo corredor dos quartos me esgueirando tentando fazer o mínimo barulho possível, assim que consegui chegar ao meu quarto soltei o ar que estava prendendo nos pulmões.
Gazie Dio que deu tudo certo.
Tomei uma ducha rápida e me vesti, fui rápido o bastante para conseguir comer a primeira refeição com toda a família, caso a Estrelinha não acorde a tempo ninguém vai suspeitar já que é apenas uma pessoa que perdeu a hora.
Desci as escadas com um sorriso no rosto.
— Buongiorno família.— Saudei a todos quando puxei uma cadeira para mim, bem de frente para o Marco que está alimentando seu pequeno monstrinho de dois anos.
— Buongiorno, dormiu bem fratello?— Bea perguntou com um sorriso simpático.
— Muito bem.— Respondi ainda sorrindo.
Hum, tem bolo de laranja com cobertura de chocolate! Nada melhor que repor as energias com algo que não tem muito valor nutricional.
— Alguém viu se a Stella já acordou? Ela sempre acorda cedo e até ajuda a colocar a mesa.— Meu pai levantou o questionamento com a sobrancelha franzida realmente pensando na questão.
Eu não consegui me fazer de impassível, a primeira coisa que surgiu na minha cabeça foi a imagem de alguém subindo para verificar se ela está bem e a encontrando completamente pelada em cima da cama com um sono pesado.
Engasguei com o bolo.
— Ca-cofcof... Cazzo!— Falei tentando beber um pouco de água.
— Tá tudo bem filho?— Meu pai perguntou dando uns tapinhas na minhas costas para ajudar.
— Tudo, so acabei comendo rápido demais.— Respondi tentando parecer casual.
— Ótimo, eu vou lá ver se a Stella tá passando bem.— Meu pai disse já se levantando da cadeira.
Pânico. Pânico. Pânico. Pânico.
— Deixa ela dormir, pai, aposto que ela foi dormir tarde fazendo alguma coisa, quando ela quiser levantar ela vem.— Falei dando de ombros enquanto tomo um copo de suco de morango olhando o meu pai por cima da borda do copo.
Ele voltou a sentar na cadeira, gazie Dio.
Eu não sei o que eu posso ter feito pra merecer misericórdia, mas eu agradeço mesmo por essa ajudinha.
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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle
RomanceDois anos após o ocorrido Domenico ainda é atormentado por pensamentos e lembranças terriveis e principalmente pela culpa. Uma das poucas fontes de alegria e paz que ele possui além da sua família, é a relação de familiaridade que foi construída com...