Stella Marin
Peguei um vestidinho florido leve azul e vesti, colocando como peça de sobreposição uma jaqueta de couro preta que o Dom me deu de presente a uns dois meses.
O Nicco me chamou para sair hoje de novo e eu admito que estou gostando de sair com ele.
No começo eu achei que isso não fosse ser nem de longe algo divertido, mas eu estou contente por ter me enganado. Eu sei que nunca vou amar ele, até por que infelizmente o meu coração já é a algum tempo ocupado, mesmo que eu não tenha coragem de assumir isso nem para o meu próprio reflexo.
A grande questão aqui é que o Nicco não me disse para onde vamos hoje, disse apenas que eu vou me divertir bastante e que eu deveria vestir uma roupa confortável.
É exatamente o que eu fiz.
— Principessa, não chega tarde tá? Amanhã vamos viajar e daqui até o Brasil são muitas horas de vôo.— Tio Tom disse aparecendo na porta do meu quarto abrindo um grande sorriso quando me viu.
— Pode deixar tio, no máximo meia noite eu volto.— Respondi indo até ele lhe dando um belo abraço apertado.
— Eu sei, você sempre foi bem comportada. O Domenico vem dormir aqui hoje, ele achou mais cômodo sair direto daqui junto com nós dois.— Tio Tom disse como um aviso e eu Assenti com a cabeça.
Incrível como a cada dia que passa a menção do nome "Domenico" me faz sentir várias coisas diferentes.
Gratidão, carinho, admiração... E o maior sentimento de todos, o que ocupa o meu coração e o único que eu nunca vou poder dizer a ninguém.
Melhor me casar de uma vez com o Nicco, ao menos ele me parece um homem bom e agradável.
— E o senhor não vai sair hoje?— Questionei com a voz sugestiva erguendo as sombrancelhas.
Ele nunca me falou claramente que está se envolvendo com alguém, mas eu não sou boba, já tive indícios mais do que o suficiente sobre isso.
Acho que ele ainda tem receio de que o Dom não vá gostar disso ou vá ficar ressentido pela mãe dele, eu gostaria de poder falar ao tio Tom que isso não vai acontecer.
Tudo o que o Domenico quer é que o pai seja plenamente feliz, e se um novo amor for a chave para isso, então eu tenho certeza que ele apoiaria.
Afinal já são mais de vinte anos de viuvez.
— Principessa, apesar de eu ser um homem com muita energia, além de muito bonito é claro, preciso seguir as minhas próprias instruções, o dia amanhã vai ser bem longo e eu preciso estar descansado.— Ele disse dando uma piscadela para mim logo antes de sair do quarto na direção do quarto dele.
Eu sorri e passei um pouquinho de batom nos lábios. Nunca fui muito adepta de maquiagens fortes e chamativas, então tudo o que eu uso no dia a dia geralmente se limita a um batom rosinha ou avermelhado e uma máscara de cílios.
Coloquei as chaves de casa na bolsa e desci, foi o tempo completamente perfeito de ver o Dondon entrando pela porta da frente com uma careta de desconforto misturado com dor.
— Você não parece muito bem.— Comentei franzindo a testa chamando a atenção dele, que automaticamente camuflou a expressão anterior, colocando um belo sorriso galanteador no lugar.
— É só um resquício dos meus machucados, hoje está frio então é inevitável.— Respondeu dando de ombros se jogando no sofá sem conseguir evitar uma careta de dor.
Isso sempre me deixa preocupada, de vez em quando ele sente essas dores e não parecem nada tranquilas, mas ele me disse que não adianta ir ao médico já que eles não vão poder fazer nada para ajudar.
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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle
RomanceDois anos após o ocorrido Domenico ainda é atormentado por pensamentos e lembranças terriveis e principalmente pela culpa. Uma das poucas fontes de alegria e paz que ele possui além da sua família, é a relação de familiaridade que foi construída com...