Stella Marin
Sorri para o Henrique enquanto estou completamente enroscada a ele por seus braços firmes em minha cintura.
Sinceramente, tivemos que ficar assim tantas vezes durante esses dias de infiltrados que eu já estou mais que acostumada a essa proximidade escandalosa.
No começo eu ficava retraida e ele sussurrava um "relaxa" para mim e sorria, aprendi a fazer isso e agora encaro apenas como o que é, um simples trabalho que nos foi confiado.
— Vou ficar aqui distraindo o Daniel e os outros, você inventa alguma coisa e vai bisbilhotar o quarto da Rose, precisamos coletar informações.— Henrique disse aos sussurros e eu assenti com a cabeça, confirmando que compreendi a tarefa.
— Pode deixar, vou agora.— Respondi já me afastando dele.
Meu parceiro de missão pareceu um tanto quanto retraído e segurou a minha mão me puxando para perto dele novamente.
— Você está com uma arma, não é?— Questionou com atenção.
Por favor, ele acha que eu sou tão amadora assim?
— Claro, muito bem escondida, ninguém vai notar a menos que eu queira.— Retruquei convencida.
Uma arma foi a primeira coisa que o tio Tom me deu quando fui morar com ele, o senhor Giuseppe disse que ainda era muito cedo já que eu estava literalmente engessada, mas o seu irmão alegou que de qualquer forma eu precisava ter meios para me defender.
Logo depois que fiquei melhor e o Dom conseguiu se colocar de pé ele me ensinou a nunca errar a pontaria.
— Va bene, se precisar de mim grite e eu chegarei em um segundo.— Falou antes de depositar um beijo no meu rosto para não levantar nenhuma suspeita, para todos os efeitos somos apenas um casal apaixonado.
Me afastei dele e subi as escadas que levam para os quartos tendo a escuridão ao meu favor, nenhuma das luzes está acesa de todos os moradores dessa casa estão na sala de jantar dando mais uma de suas muitas festas.
Encontrei a porta do quarto da Rose e entrei sem pensar duas vezes, como eu já imaginava ele está completamente vazio.
— Por onde eu começo?— Perguntei em voz baixa para mim mesma sem esperar nenhum tipo de resposta externa, no entanto ela veio.
— Bom querida, eu começaria a procurar embaixo do colchão.— Dei um pulo de susto ao ouvir a voz da dona Milu atrás de mim.
Que droga! Eu esqueci de fechar a porcaria da porta.
Respirei fundo e não consegui evitar a cara de culpada quando me virei para ela.
Não fui capaz de emitir uma única palavra, fiquei parada olhando para essa senhora astuta e fofoqueira que parece estar me estudando e desvendando o significado de todos os meus trejeitos.
— O que foi menina, o gato comeu a sua língua?— Questionou entrando no quarto.
— Não senhora.— Consegui responder.
— E o que está fazendo parada aí? Comece a procurar, seja lá o que espere encontrar eu espero que encontre, aquela garota malcriada merece ser corrigida.— Senhora Milu disse torcendo a boca como se apenas citar a Rose lhe causasse algum mal estar.
— A senhora não vai me dedurar?— Não pude evitar a pergunta, qualquer pessoa que visse alguém que mal conhece bisbilhotando iria gritar por reforços para que eu fosse pega no flagra.
No entanto ela não fez isso.
— Dedurar você? Claro que não criança. De você eu gosto, daquela garota eu só sinto desprezo.— Ela retrucou olhando com atenção para a escrivaninha que fica encostada na parede do quarto.
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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle
Storie d'amoreDois anos após o ocorrido Domenico ainda é atormentado por pensamentos e lembranças terriveis e principalmente pela culpa. Uma das poucas fontes de alegria e paz que ele possui além da sua família, é a relação de familiaridade que foi construída com...