Capítulo 4

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Stella Marin

Cada dia que passa eu tenho mais certeza que o tio Tom está namorando, e eu não poderia estar mais contente por ele.

Ele é um homem maravilhoso, como não se vê por aí, ele merece alguém que vá cuidar dele, até por que eu não vou ficar aqui para sempre.

Nem sei mensurar o quanto eu fiquei aliviada quando o Dom disse que ficaria feliz pelo pai caso ele ame alguém novamente. Eu não podia esperar menos de um homem com o coração tão bom quanto o dele na verdade, eu nem deveria ter ficado surpresa.

Não que eu fosse me importar de ficar, mas um dia eu vou acabar me casando, sendo por amor ou para ajudar com alguma negociação da famiglia.

— Filhinha, tenho uma notícia muito boa para você.— Tio Tom disse entrando no meu quarto interrompendo a minha
Leitura.

Coloquei o livro de lado para poder dar mais atenção a ele.

— Que notícia maravilhosa é essa?— Perguntei com um sorriso no rosto.

— Hoje tem uma festa da famiglia, e você vai junto.— Ele disse com um sorriso gigante.

Ele tenta me levar para as festas da famiglia a dois anos, mas eu sempre evitei por medo de trazer comentários maldosos para uma família que não fez nada além de me acolher com tanto carinho. Eu sei que ninguém iria comentar nada maldoso na nossa frente, mas muitas pessoas poderiam comentar pelas costas e isso só levantaria burburinho, principalmente pelo fato de que o que o meu pai fez é de conhecimento de praticamente todo mundo da famiglia, o que só deixa o fato dessa família ter me acolhido ser ainda mais "absurda" aos ouvidos de todos.

Até aos meus para ser bem sincera.

O Dom bem imagina isso, mas eu me sinto um pouco culpada por tudo o que aconteceu com ele, afinal de contas foi o meu pai que colocou em prática o plano das ameaças.

Eu sou muito grata pela acolhida, mas eu de verdade não acho que mereça.

— Tem certeza que é bom eu ir tio?— Perguntei um pouco incerta.

— É claro que sim filhinha, até por que a sua presença é indispensável! Fontes seguras me informaram que vários homens estão querendo te conhecer melhor.— Ele disse com um sorriso presunçoso no rosto, como se não fosse surpresa nenhuma vários homens estarem interessados em me conhecer melhor.

Franzi a testa no mesmo momento.

— Fontes seguras?— Perguntei desconfiada esperando ele falar de uma vez que grande fonte segura é essa.

— Tá bem, o Giuseppe quem me falou, mas ele é uma grande fonte segura, você sabe disso. De alguma forma ele sempre sabe o que o conselho discute e segundo ele a maioria dos homens que estão sendo algo do conselho casamenteiro indicaram o seu nome como possível noiva.— Ele disse com o sorriso dobrando de tamanho.

— Tio, eu sei que o senhor esperava mais animação, mas eu ainda não entendo o motivo de vários homens que poderiam escolher qualquer uma terem dado o meu nome como opção.— Respondi com completa sinceridade.

Eu nunca me considerei uma mulher feia, mas com certeza estou longe de ser uma beldade. Claro que também não ajuda muito o fato de eu não ter contato com pessoas do sexo masculino que não sejam membros dessa família. Eu ouso dizer que nenhum deles consegue me ver como algo além de uma criancinha que eles consideram parte da família.

Então eu não faço a menor ideia de como eu faço os homens reagirem ou sei lá, sinceramente não faço a menor ideia e não acho que vá ser tão positivamente ao ponto de ter mais de um pretendente.

— Minha principessa, quando vai entrar na sua cabecinha que você é uma garota expendida? O homem que casar com você vai ser o mais sortudo do mundo, e vai saber disso.— Ele disse sentando em um banco ao lado da minha cama com o mesmo olhar fraternal que sempre direciona a mim.

Eu achava que o meu pai tinha sido um bom pai antes da época que a dívida explodiu, mas eu acho que é por que eu nunca tinha conhecido outra realidade.

Uma mais suave, e muito mais verdadeira.

Ele é o pai que eu nunca tive, mas que o destino me deu de presente.

— Tudo bem, já que o senhor tem tanta certeza assim eu vou estar lá.—  Falei com um sorriso tentando camuflar a incerteza e o nervosismo que começou a brotar dentro de mim.

Ótimo, agora eu preciso me preocupar com a roupa que eu vou usar nesse evento, não tenho nem mesmo um mísero vestido que possa ser usado para isso.

Tio Tom saiu do meu quarto com um sorriso vitorioso e me deixou com essas inúmeras questões de vestuário na mente.

Ótimo, vou precisar fazer uma coisa que eu detesto: incomodar outra pessoa com os meus problemas bestas.

Peguei o celular e liguei para a Ana.

Eu poderia ligar para a Bea, mas ela chegou de uma viagem muito cansativa a pouco tempo, não quero tirar ela de um descanso tão merecido.

Ana atendeu no terceiro toque.

— Oi Stella! Que bom que você ligou, quais as novidades?— Ela perguntou com a voz tão animada que eu entendi no mesmo minuto. Ela já sabe muito bem que é relacionando a essa festa da famiglia.

Não sei como que eu não pensei nisso antes, é claro que ela já iria estar sabendo.

O senhor Giuseppe fica sabendo das coisas e conta para o Marco, e tudo o que o Marco sabe a Ana fica sabendo logo em seguida.

— Tem que aprender a disfarçar a empolgação Ana, você não é nada boa nisso.— Falei com um suspiro me jogando nos travesseiros.

Ela gargalhou do outro lado da linha.

— Você tem toda razão, mas eu resolvo isso depois. Você resolveu ir para a festa?— Perguntou com animação escancarada agora, sem nem mesmo se esforçar para disfarçar.

— Se eu arranjar uma roupa boa o bastante até o horário da festa, vou sim.— Respondi com a mais pura verdade.

— O problema todo é esse?— Ela questionou como se a minha questão fosse uma grande bobagem.

Me senti encolher entre os travesseiros mesmo que ela não possa me ver como uma garotinha assustada toda encolhida.

— Bom, sim, eu não tenho nada que sirva.— Respondi ainda encolhida.

Ainda bem que ninguém pode me ver agora, isso é tão ridículo.

— Meu bem, você acha que está falando com uma amadora? O seu vestido já está aqui comigo, pode ficar despreocupada.— Ana disse e eu ouvi um farfalhar de tecido do outro lado da linha me levando a constatar que ela não está mentindo, realmente tem um vestido me esperando na casa dela.

Arregalei os olhos.

— Como você sabia que eu iria dizer que sim dessa vez?— Perguntei sentindo os olhos doerem um pouco devido a estarem tão abertos assim.

— Eu não costumo errar. Agora eu vou precisar desligar por que o meu filho incansável chegou do treino com o Dom, ele precisa de um banho.— Ana disse e eu tive a certeza de ouvir ela torcendo o nariz.

— O Rael?— Perguntei com um sorriso.

— Os dois na verdade, estão imundos! Mais tarde eu mando o vestido para você, não se preocupe eu escolhi um maravilhoso e do tipo que não vai te deixar desconfortável.— Antes que eu pudesse responder a Ana desligou o telefone e me deixou completamente abismada.

Bom, se já está tudo escolhido e resolvido  eu não tenho mais como eu desistir de ir.

Dei de ombros tentando ficar despreocupada.

Eu nunca estive em uma festa assim antes, o que eu devo esperar?




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O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora