Capítulo 35

1.5K 178 11
                                    

Stella Marin

Engatilhei a arma para o caso dela querer dar uma de espertinha e tentar fugir, creio que ela não vai ser idiota o bastante para correr o risco de levar um tiro na cara.

— E então Rose, vai me contar tudo o que eu quero saber?— Perguntei sorrindo para ela, preciso admitir que eu estou adorando estar com toda essa pose de poder, não costumo me portar muito dessa forma mas estou adorando a sensação.

— Você vai me dizer quem você é? — Perguntou ainda agarrada aos papeis como se sua vida dependesse disso.

Pobre garota, mal sabe ela que sua vida depende na verdade da minha boa vontade.

— Isso não é da sua conta, o que você precisa saber sobre mim é que eu sou a pessoa que pode manter a sua cabeça grudada ao pescoço.— Respondi de forma seria para que ela compreenda quem está no controle dessa conversa, parece que eu consegui atingir o meu objetivo por que ela se limitou a sacudir a cabeça para cima e para baixo.

— Otimo, comece me falando sobre a sua relação com o Jean.— Me sentei em sua cama para guiar a conversa da forma mais confortavel possivel para mim.

— Quem é esse?— Questionou e eu revirei os olhos instintivamente.

É serio que ela vai insistir nessa brincadeira ridicula? Dio mio, haja paciência.

— Você não quer me ver com raiva, Rose, pode acreditar nisso. Qual a sua relação com o Jean?— Questionei novamente respirando fundo para controlar a calma. Essa é uma oportunidade de ouro e quando ela contar tudo o que precisamos saber essa missão vai ter chegado ao fim finalmente, eu não posso me permitir ser boazinha e compreensiva agora, principalmente por que eu decidi que eu e o Domenico merecemos ficar juntos.

Não verbalizei isso em nenhum momento, estamos sendo monitorados a todo minuto e sinceramente eu não quero que ele fique sabendo dessa forma que eu decidi passar uma borracha em cima de toda a confusão sobre a sua ex, se eles terminaram é por que ele deseja ficar comigo de verdade, e o Dom sempre fez de tudo por mim, não posso medir o seu sentimento por um mal passo.

Ele é muito mais que isso.

O irritante é que quanto mais essa imbecil permanece guardando os segredos, mais tempo eu vou levar para estar com o homem que eu amo.

— Daniel me pediu para fingir ser a namorada desse Jean para não levantar suspeitas entre os membros mais fieis do cartel, ele não queria que o chefe ficasse sabendo.— Finalmente a Rose se deu conta de que o melhor para si mesma é abrir o jogo comigo, e grazie Dio foi o que ela começou a fazer.

— Quais os planos deles? — Questionei absorvendo cada palavra.

— O Jean envia alguns recursos para uma conta no exterior, onde o Daniel tem acesso e usa para manter os soldados que desetaram e se uniram a causa. Ele disse que se conseguir matar o atual chefe italiano e o seu filho uma nova era vai começar. — Rose disse soltando um pouco os papeis.

— E o que o Daniel ganha com isso?— Questionei interessada, ate agora ela apontou apenas a parte que cabe ao Jean, no entanto deixou o seu amante praticamente ileso de todas as acusações, não disse nada que possa custar a cabeça dele e eu duvido muito que isso siga dessa maneira por muito mais tempo.

— Não é obvio?— Perguntou ironicamente.

—Creio que não visto que eu pedi uma maior elucidação.— Conclui cruzando os braços.

— Ele vai conseguir ser o chefe do cartel.— Ela despejou de uma vez me deixando um pouco estarrecida e surpresa.

Claro que nada que venha de uma pessoa que ousa se unir a um maniaco perigoso e ajuda a convencer soldados do cartel em que faz parte deveria me surpreender, no entanto alta traição é um item bastante alto par acrescentar a qualquer lista de crimes em uma organização.

—Ele planeja matar o atual chefe? — Questionei apenas para confirmar, por que toda e qualquer pessoa por mais leiga que seja, tem o conhecimento das duas formas que um chefe é subistituido: abdica do cargo em prol do seu descendente ou é brutalmente assassinado e outro assume o seu lugar.

— Sim. — Retrucou simplesmente.

— E você Rose, o que ganha? — Essa é outra incognita grande para mim, formando quase um ponto de interrogação gigantesco na minha cabeça.

O Daniel tem um objetivo para ter arriscado a propria vida de forma tão indigna, ele tem grandes ambições, são idiotas, mas grandes de qualquer forma.

No entanto mesmo sendo um grande traidor em toda a extenção da palavra o Daniel não planeja renegar a esposa, roda por todas as bocas do cartel o quanto ele é um marido prestativo e carinhoso, fazendo sempre até o impossivel para agrada-la.

Qualquer um caracterizaria como amor, mas quem ama trai? Eu acho que não.

A grande questão aqui é o que ela ganha com tudo isso.

— Eu amo o Daniel, se você ama alguem na sua vida vai entender o que eu quero dizer.— Respondeu sem deixar sombra de duvidas. Confirmei com a cabeça.

— Motivo legal, mas a atitude ainda é idiota. Agora me diga quem é esse suposto irmão do Jean, eu sei que ele é filho unico então esse outro é apenas um comparsa.— Perguntei de forma inquisidora sem querer deixar nada passar despercebido.

— Não passei tempo o suficiente com ele para saber o seu nome, eu juro. Já contei tudo o que eu sei sobre a rebelião, o fim dos Fontenelle está mais proximo do que todos imaginam, a organização esta forte e se preparando para o embate em suas maiores fraquezas.— Rose retrucou com um sorriso soberbo no rosto.

Que ironia, eu estava a poucos segundos atrás sentindo uma pontada de compaixão e pena por ela estar envolvida até o pescoço em um plano condenado ao fracasso, no entanto agora tudo o que eu quero é criar a oportunidade perfeita para fazer ela sofrer o maximo possivel para que pague por suas palavras sujas.

Mas por que eu deveria negar esse prazer a esposa do Garcia? A mulher ficará viuva em breve, é justo que possa se vingar de alguem que a fez de boba.

— Os Fontenelle nunca vão cair querida, não acredito que você se iludiu a esse modo. Eles são uma fortaleza e por mais que a corja imunda da quala você faz parte insista nesse plano, vão morrer tentando. — Respondi me aproximando friamente dela, me certificando de deixa-la incomodada com a proximidade do meu corpo, sentindo que eu a qualquer momento posso reduzi-la a um nada bastante sangrento no chão.

— Posso sair agora? — Rose perguntou e eu assenti dando permissão. A garota tentou sair rapidamente ainda com os papeis em mãos. Ela é burra naturalmente ou precisa se esforçar?

— Deixa os documentos e o diario em cima da mesa, e nem tente alertar o Garcia, se fizer isso eu vou ficar sabendo e vai ser muito pior para você.— Ameacei e pelo seu olhar amendrontado eu sei que nenhuma palavra vai sair da sua boca.

De qualquer forma ela não vai precisar guardar segredo por muito mais tempo, amanha mesmo tudo já vai estar resolvido e estaremos em casa.

ainda essa noite iremos agir.

— Você não vai contar a senhora Garcia sobre mim e o Daniel, vai? — Perguntou com as mãos tremendo de tanto medo.

Senti os cantos da minha boca repuxarem  levemente formando um meio sorriso discreto.

— Não se preocupe, eu não vou contar.— Garanti mesmo sabendo que isso não é verdade.

— Obrigada.— Dito isso ela saiu rapidamente pela porta.

Ela é uma pessoa má, merece sofrer, é uma pena que eu não vá poder assistir ao espetaculo.



oi amoressssssssssssssssss, eu ando um pouco sumida, eu sei, mas é por que escrever ta sendo um grande esforço fisico pra mim, mas continuo firme aqui pra vocÊs.  não esqueçam de votar e comentar muitooooooo

O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora