Nikkie.
Não consigo dormir, já faz uma semana que ele está na minha casa, ele me grita, me ameça e está me tirando do sério. Ceasar não consegue falar com meu pai, por isso ele foi para Meridian tentar entrar em contato com ele. Ele está certo, ninguém deve saber de mim, nem mesmo meus irmãos. Sou uma fantasma, uma condição para que eu ao menos estivesse ligada a ele de alguma forma. Engraçado, muito por sinal, um pai que não gosta de filhas mulheres, fazer isso por uma delas.
" NIKKEI! " de novo?
Já me arrependi muito por ter atirado na perna em vez da cabeça. Pelo menos ele estaria enterrado agora. Caminho até a porta e abro, não entro no quarto, lá está ele, amarrado por que eu não tenho confiança em deixar ele solto pela minha casa com meu pescoço ao ar livre. Mesmas roupas que apareceu aqui.
- o que você quer? - pergunto já cansada.
- Mijar. - ele diz com o queixo levantado.
- Sério? - ergo a sombrancelha em dívida irônica? - você não foi ontem?
- seus métodos de amor fraternal estão em cima da linha amor e ódio garota. - ele diz chacoalhando as mãos - me tire daqui e deixe eu fumar.
- Você já fuma bastante. - digo olhando de relance para os maços de cigarros pelo chão.
- Banks me soltaria. - ele diz com um riso.
- Spoiler! - Bato as mãos em palmas - eu não sou a Banks, então não vou soltar você.
- Isso te faz tão mais minha irmã do que ela. Desobediente. - ele diz me encarando de novo como se quisesse meu pescoço. - Corrompida.
- Seja lá o que for. - digo entrando no quarto e olhando a perna dele. - quando vai embora?
- Estou esperando. - ele diz brincando com a franja que cai nos olhos negros. - de você soubesse como entrar nos quartos secretos eu iria embora assim que seu tiro fechasse.
Meu tiro. Nem pegou tão pesado, atravessou então fecha rápido, por que ele quer tanto ficar aqui? Estamos longe de Thunder bay. Nunca perguntei:
- como chegou aqui? - Eu suspiro - como me encontrou?
- Peguei um carro, entrei nele, dirigi até aqui, e te encontrei. - ele abre as mãos em palmas. - Seja mais inteligente Nikkie.
- Você é bem engraçado para quem está preso. - Aperto a perna dele a mesma do tiro - mije na cama.
Saio, idiota, por que eu ainda tento? Meu telefone vibra e eu atendo. Quando vejo o nome quero chorar.
- mãe...- sinto a bile subir.
- Onde você pensa que está sua vadia! - Ela grita como se eu fosse surda.
- Em casa. - digo saindo do corredor para evitar que aquele idiota nos ferre mais. - Por que?
- Volte para casa, você vai voltar para universidade. - Ela diz sem espaço para argumentos.
- mas...eu não quero...- digo entredentes.
- não perguntei. Ou você vem para casa ou eu vou buscar você e você sabe que eu faço isso de maneiras horríveis! - ela diz como se eu fosse um cachorro.
- Mãe...por favor...- sinto meu corpo tremer. Não quero apanhar de novo. - me deixe em paz...
- Pro inferno com sua paz Nikkie! - ela grita - você estragou minha vida! Agora faça o que eu quero ou vou acabar com seu sonho de um dia sair da minha colei!
Respiro fundo...
- Me dê mais tempo. Juro que vou fazer o que quer se eu não conseguir...- digo com o coração na boca.
- Cale a boca, você tem três dias para voltar para casa, se não eu vou encontrar você e você sabe que eu sou ótima nisso...- O tom de ameaça na voz dele me fez travar.
Desligo o telefone e tento me apoiar na parede, ela vai vir atrás de mim, vai acabar comigo, se eu não conseguir o apoio do meu pai ela vai me espancar de novo... Droga!
Respiro fundo e tenho uma grande ideia! Volto para o quarto de Damon.- Olha que voltou! - ele diz com os dentes na corda.
- Se me ajudar eu tiro as cordas...- digo limpando a camada fina de suor da testa.
- Eu não ajudo pessoas Nikkie. - ele diz sorrindo.
- Um acordo. - Ele me olha com diversão nos olhos... - preciso que o pai-
- Gabriel. - ele corrigiu.
- Gabriel. - digo - preciso que ele de um jeito na minha mãe...
Ele deu uma risada e então me olhou, dessa vez seriamente.
- Se me soltar, eu ajudo você a acabar com sua mãe. - Ele diz sorrindo -uma vez Torrance sempre Torrance.
- Vou fingir que você não é louco e não perguntar o que isso quer dizer. - Refuto - Preciso que ela me deixe em paz...
- Eu também precisava sabe...- ele levanta as mãos - vamos fazer assim Nikkie.
Não tirei o pé de onde estava, esperando a conclusão.
- Dou um susto na sua mãe. Você me solta e não diz nada ao nosso pai. - Ele levanta o dedo - E me diga os códigos de todos os quartos secretos que você sabe...
Cruzei os braços e pensei. Então sorri e disse:
- Todos os 87? - Ele soltou um palavrão e então riu.
- Sim. Você é capaz disso. - Me aproximo dele e encaro ele, de perto, posso sentir o cheiro de cigarro e canela vindo dele.
- Não me mate. - digo séria.
- Não tente me matar de novo. - ele diz - sabe que eu sou nem vingativo?
- Não me importo. Vou soltar você, você vai até a minha casa e vai dar um susto na minha mãe hoje. Então conversamos. - digo e ele me xinga.
- como a filha do diabo não é? - ele diz isso como se eu fosse pior que ele.
Não me importo, não posso deixar minha mãe me pagar, não tenho forças contra ela. Ela entra na minha cabeça e eu aceitou tudo que ela faz, eu preciso não ter ela aqui. Não der um fantoche.
- ah! Por sinal! - ele diz apontando o dedo na minha cara - você atira bem demais para quem treme na base de medo da mamãe.
- Cale a boca. - Digo empurrando a mão dele, solto só as pernas dele. - se fizer sua parte, vamos nos dar bem.
- Você é mais chata que o Kai! - ele diz puto. - Se não fosse minha irmã eu te foderia para calar sua boca!
- Quem garante que eu sou sua irmã? - digo com um pouco de diversão na voz.
- Esse seu tom de rei do mundo. - ele pisca - a genética é podre mas não falha.
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Night of the Devil's Daughter
Fanfiction⚠️Contém gatilho Nikkie Green's é uma garota que está passando por um mau momento, fugiu de casa por não ser suficiente para a mãe, deixou a universidade por um tempo e agora está vivendo por bares e boates em busca de algo que faça a dor da reje...