capítulo 1

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Respirei fundo depois de reler o relatório pela décima vez, e por mais incrível que pareça, dessa vez não identifiquei nenhum erro, talvez estivesse bom para os meus chefes

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Respirei fundo depois de reler o relatório pela décima vez, e por mais incrível que pareça, dessa vez não identifiquei nenhum erro, talvez estivesse bom para os meus chefes.

Enviei o arquivo para impressora, peguei minha caneca e adentrei a cozinha do escritório em busca de café, ao abrir a garrafa e começar a despejar o conteúdo escuro em minha caneca, o aroma adocicado invadiu meu corpo me deixando com mais vontade ainda de provar a bebida recém feita.

Segui com minha caneca, agora cheia, até a impressora onde meu relatório me aguardava, ao olhar pela janela reparei que a noite já se instaurava pela cidade, fazendo luzes em todos os lugares se acenderem. A imagem era realmente magnífica lembrando um céu estrelado.

Tomei meu café enquanto observava as pessoas passeando na rua e os carros passando, observar a cidade a noite realmente me encantava.

Peguei as folhas e atravessei o escritório até o elevador, esperei por alguns segundos até o mesmo parar no andar em que eu estava e abrir a porta.

Entrei e observei meu reflexo pelo espelho da parede oposta, quem diria que um dia eu estaria aqui, meu cabelo antes preso em um perfeito rabo, já começava a apresentar sinais do longo dia de trabalho, minhas roupas já se encontravam levemente amassadas, e meu batom havia sumido a várias horas atrás.

O elevador parou no térreo, segui em direção a recepção e me debrucei sobre o balcão para que pudesse deixar os papéis em um lugar fácil para a secretária.

Passei pelo hall de entrada e sai pela porta, adentrando a noite gelada e úmida que já se instalava pela cidade.

Entrei em meu carro, abri as janelas e liguei o som, voltar para casa é a melhor parte do meu dia, dirigir pela cidade a noite e então chegar a paz da minha casa, encontrar meu namorado fazendo janta, depois tomar um banho e me preparar para dormir.

Por ser uma sexta feira a cidade se encontrava bem iluminada, pubs em todo o centro já estavam de portas abertas, e pequenos grupos começavam a aparecer, já era possível encontrar pessoas de todas as idades e estilos sentadas em mesas postas na calçada.

Virei a esquina da minha casa e já pude ver as luzes de minha casa acessas, não era a casa mais bonita da rua e nem a maior, mas comportava muito bem eu, meu namorado e nosso gatinho.

Estacionei o carro na garagem e desci, feliz por estar em casa, meu gato me recebeu na porta já se esfregando em minhas pernas. Tirei meus saltos ali na porta mesmo, a essa hora meus pés já não aguentavam mais um minuto se quer dessa tortura. A sensação de meus pés quentes contra o chão frio, fez um arrepiou subir até minha nuca, mas logo se dissipou.

Senti o aroma da comida sendo feita o que fez meu estômago dar os primeiros sinais de fome. Segui para cozinha com o gatinho andando entre minhas pernas, mas parei na porta, me encostei no batente e fiquei alguns segundos observando a imagem a minha frente.

Meu namorado de costas para mim cozinhava alguma coisa no fogão, enquanto dois pratos acompanhados de duas taças já se encontravam dispostos na mesa entre nós.

A imagem a minha frente me transmitia paz, saber que depois de um dia cansativo, eu chegaria em casa e ele estaria me esperando, e que qualquer problema sumiria assim que ele me abraçasse.

Como se lesse meus pensamentos Lucas se virou e me encarou de volta, inclinando um pouco a cabeça de um jeito que sempre fazia com que meu coração errasse algumas batidas.

- boa noite meu amor! Faz tempo que está aí parada, só me observando? - dei de ombros enquanto ele andava até mim - chegou cedo hoje, como foi seu dia?

- o de sempre, resolvi problemas dos outros e almocei com a Gabi, nada de novo - ele me apertou contra seu peito, então passei os braços pela sua cintura

- sobe tomar um banho, a comida tá quase pronta, depois a gente pode assistir um filme - assenti com a cabeça e me desvencilhei de seu abraço

Assim que ele virou as costas para mim e voltou aos seus afazeres, subi as escadas de vagar como se cada passo precisasse juntar todo o resto de força que havia dentro de mim.

Passei pelo meu quarto e adentrei a escuridão do banheiro, acendi a luz e meu reflexo no espelho dizia que eu estava acabada. Liguei o chuveiro no quente e comecei a me despir.

Respirei fundo e entrei em baixo da água quente, sentir ela percorrer por todo o meu corpo é como se lavasse também a minha alma, e por uns segundos o mundo não existisse mais. Lavei meu cabelo e me ensaboei, as pedrinhas do esfoliantes fez cócegas pelo meu corpo, fazendo-me rir baixinho de mim mesma.

Fiquei mais alguns segundos apenas sentindo a água escorrer pelo meu corpo antes que eu saísse em busca da minha toalha, me sequei e enrolei a toalha sobre meu corpo até que chegasse ao quarto para poder me trocar.

Ao entrar em meu quarto escuro minha mão foi direto no interruptor, e me espantei com o que encontrei, não estava esperando mas aparentemente alguem decidiu fazer uma surpresa para mim.

Em cima da cama havia uma caixa grande branca e um buquê de rosas também brancas. Me aproximei de vagar ainda sem saber se o que estava na minha frente era real. Abri a caixa e encontrei um espumante e diversos chocolates branco. Em cima de tudo um bilhete com uma única frase: "saiba que eu te amo"

Coloquei meu pijama e desci animada para agradecer ao Lucas pela surpresa. Fazia algum tempo dessa última vez que ele me presenteou inesperadamente.

- eu também te amo - falei assim que cheguei na cozinha

- eu também te amo meu amor - ele disse meio confuso como se não soubesse do que estava falando

- eu amei a surpresa que você fez para mim! - exclamei chegando mais perto dele

- que surpresa? - ele me olhou ainda mais confuso

- as flores e os chocolates! Foi você não foi? - ao ver a cabeça dele balançar negativamente meu coração gelou e o ar faltou em meus pulmões.

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