capítulo 38

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A viagem até "Isla del Corazón" foi cheia de expectativa e tensão. Nossa família estava unida no propósito de encontrar Vicenzo e fazê-lo pagar pelos crimes que cometeu. Sentíamos uma mistura de emoções: ansiedade por finalmente encontrá-lo e enfrentá-lo, mas também medo do que poderíamos encontrar naquela ilha remota.

Enquanto o barco avançava pelas águas do oceano, nossos olhares se perdiam no horizonte. Cigana segurava minha mão firmemente, transmitindo força e confiança. Sabíamos que essa jornada poderia ser perigosa, mas estávamos decididos a enfrentar qualquer obstáculo.

Finalmente, a ilha apareceu diante de nós, cercada por uma aura de mistério. Ao desembarcarmos, nossos corações batiam mais forte. A paisagem selvagem e exuberante parecia esconder segredos e perigos. Avançamos cautelosamente, seguindo as pistas que o investidor japonês nos havia fornecido.

Conforme avançávamos pela ilha, percebemos que estava cheia de armadilhas e obstáculos. Era evidente que Vicenzo estava bem protegido. Mas nossa determinação era inabalável, e seguimos em frente, usando toda a nossa astúcia e habilidades para evitar os perigos.

Enquanto seguimos pela ilha, avistamos uma clareira escondida em meio à exuberante vegetação. No centro da clareira, uma imponente e luxuosa casa se ergue majestosamente, como se fosse um refúgio secreto em meio à natureza selvagem. Meu coração dispara ao pensar que essa pode ser a residência de Vicenzo.

- Parece que encontramos o lugar onde Vicenzo se esconde. - falei quase em um sussurro

- É uma casa impressionante. Será que ele está lá dentro? - a curiosidade era visível na voz de Marasato

- Só há uma maneira de descobrir. - Erick respondeu destravando sua arma

Nos aproximamos lentamente, cautelosos em cada passo. A casa é magnífica, com jardins bem cuidados e uma aura de riqueza e poder que a envolve.

Com nossos seguranças ao nosso lado, adentramos a casa. O interior é tão impressionante quanto o exterior. Salas luxuosas, obras de arte e mobília refinada dão um ar de grandiosidade e sofisticação.

- Parece que ele estava vivendo uma vida de rei aqui. - cigana diz com nojo na voz

- Vamos encontrá-lo e fazer com que ele responda por tudo o que fez. - Gabriel sussurrou

Seguimos em frente, buscando qualquer sinal de Vicenzo. O silêncio é perturbador, e a tensão paira no ar.

De repente, ouvimos um barulho vindo de uma das salas adiante. Nos aproximamos silenciosamente e nos deparamos com Vicenzo, sentado em uma cadeira, olhando pela janela com uma expressão pensativa.

- Vocês vieram me buscar, como um bando de corvos sedentos por vingança? - Vicenzo falou com desprezo na voz

- Chegou a hora de enfrentar as consequências de seus atos, Vicenzo. - Erick falou ao me lado

Vicenzo se vira para nós, seus olhos cheios de desdém e arrogância. Sabíamos que ele não se renderia facilmente.

- E o que vocês pretendem fazer? Me matar? - Vicenzo perguntou com sarcasmo

A tensão no ar é palpável, mas nossa determinação é inabalável. Juntos, estamos prontos para enfrentar qualquer desafio que surgir. O olhar de Vicenzo caiu sobre a arma na mesa ao seu lado

- Não precisamos lutar, Vicenzo. Se entregue à justiça e responda por seus atos. Você sabe que traição não tem perdão.

Vicenzo hesita por um momento, olhando em nossos olhos. Parece haver uma fagulha de dúvida em sua expressão, mas logo é substituída por um olhar desafiador.

- Não vou me render a vocês. - a determinação dele é quase palpável

- Você destruiu nossa família, Vicenzo. - antes que cigana pudesse terminar a voz dele ecoou mais forte por toda a sala

- a família que EU criei? A família que eu uni e denominei família? Vocês deviam me agradecer e não me crucificar por conta de um erro

- um erro? - Erick pela primeira vez ergueu a voz - não devemos NADA a você! Tudo que fizemos foi sempre pra você, você nunca pensou em nós!

- menino tolo. Você acha mesmo que nunca fiz nada por vocês? Se não fosse por mim vocês não seriam nada, não seriam ninguém. Eu peguei seis crianças destinadas ao fracasso e fiz delas seis guerreiros, seis empreendedores

A discussão continuou acalorada, com palavras afiadas sendo trocadas entre nós. Vicenzo mostrava pouco remorso por suas ações, o que só aumentava nossa determinação em fazer com que ele pagasse pelos seus crimes.

- Vocês sempre foram fracos demais para liderar. - Vicenzo disse com desdém


- Isso não lhe dá o direito de nos trair e nos colocar em perigo! - coiote respondeu com raiva

- É um código que sempre respeitamos, mas você quebrou esse código. - falei olhando fixamente para o homem que um dia eu chamei de pai

- O código da máfia é apenas uma desculpa para perpetuar o poder! No final vence o mais inteligente.

- Você tinha um lugar na família, Vicenzo. Mas preferiu seguir um caminho de traição e ganância. - pena passou pelas palavras de cigana

- Você será levado à justiça, Vicenzo. Não escapará das consequências de seus atos. - Erick falou puxando sua arma

Meu punho treme levemente, segurando firmemente a arma que carrego. Minha mente é invadida por um turbilhão de pensamentos, um misto de coragem e medo. Somos nove, mas ele é apenas um, um David enfrentando nossos Goliats.

Os olhares se cruzam, e vejo no brilho ardente dos seus olhos uma determinação implacável. Ele não recuará facilmente, está disposto a arriscar tudo por sua ganância. A adrenalina corre em minhas veias, e o instinto de sobrevivência prevalece.

Sem trocar mais uma palavra, como uma equipe afinada, nos posicionamos. Nossos corações batem em uníssono, como se compartilhássemos a mesma pulsação. Somos um só, uma barreira intransponível.

Os segundos se estendem, como se o tempo se rendesse à iminente colisão. E então, o primeiro disparo rasga o ar, rompendo a calmaria da noite. A luta se inicia, e somos um em busca da vitória.

As balas ecoam como trovões, ele é ágil como uma sombra dançante. Nos desafia com destreza e sagacidade, mas estamos preparados para enfrentar esse desafio.

Somos um muro de aço, intrépidos em nossa missão. Não recuaremos, não cederemos ao medo. A noite se torna um cenário de fogo e fumaça, e nosso propósito se fortalece.

Seis irmãos unidos, em uma dança mortal com o ladrão audacioso. O confronto é intenso, mas nosso objetivo é claro: proteger o que é nosso. Somos uma muralha invencível, prontos para defender o que amamos.

Um último disparo ecoa, e então silêncio. A sala envolta em fumaça não me permite ver mais do que um palmo a minha frente. O medo frio percorre minhas veias. Meus irmãos, preciso achar meus irmãos.

Mais um disparo faz meu coração acelerar. A arma em punhos, meus braços já tremendo, suor escorrendo pela minha testa. Um barulho baixo chama a minha atenção.

Cigana aparece em meio a fumaça, sua respiração irregular e a mão sobre uma pequena poça de sangue em sua camiseta. Sem pensar largo minha arma e vou em sua direção agarrando-a poucos segundos antes dela cair já sem forças.

-

ele está morto! - suas últimas palavras antes de perder a consciência me dá um leve alívio. O mal maior foi abatido, agora temos que cuidar dos nossos.

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