capítulo 51

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Ao adentrar a festa, fui recebido por um cenário que misturava extravagância e excentricidade. Mais de quinhentas pessoas dançavam e se divertiam ao redor da piscina, algumas delas seminuas, enquanto a água se enchia de espuma. A música alta preenchia o ambiente, e as risadas e vozes se mesclavam, criando uma atmosfera de euforia.

Gustavo me seguia, com os olhos arregalados e uma expressão de espanto no rosto.

- Alemão, nunca vi nada assim antes! É impressionante!

- É assim que comemoramos no mundo mafioso - eu respondi, observando o olhar fascinado dele. - Mas fique atento, nem tudo aqui é o que parece.

A mesa repleta de bebidas chamava a atenção, e pessoas aproveitavam cada momento com entusiasmo. Por toda parte, homens conversavam animadamente, cercados por diversas armas de todos os tipos, lembrando-nos constantemente do ambiente perigoso em que vivíamos.

- Essas armas estão aqui apenas como um símbolo de poder - expliquei a Gustavo. - Elas são uma parte da nossa vida, mas é importante lembrar que elas também carregam responsabilidade e consequências.

Gustavo assentiu, assimilando minhas palavras.

- Entendo, Alemão. A vida mafiosa não é apenas festa e diversão, não é?

- Exatamente - confirmei. - Nós vivemos em um mundo de desafios e riscos constantes. É importante aproveitar o momento, mas sempre com cautela e consciência.

Enquanto caminhávamos pelo ambiente, observei as pessoas usando drogas como se fosse uma prática corriqueira.

- Essa festa é uma forma de escape para muitos deles - expliquei a Gustavo. - Mas também pode ser perigoso.

Gustavo olhou ao redor, capturando a complexidade da situação.

- Eu nunca imaginei que a vida mafiosa fosse assim.

- É um mundo de contrastes - disse a ele. - Por um lado, temos o poder, a riqueza e a influência. Por outro, enfrentamos constantes ameaças e perigos. Mas, como parte dessa família, é nosso dever encontrar o equilíbrio entre nossas responsabilidades e momentos de descontração.

Ao longo da noite, observei Gustavo absorver cada aspecto da festa. Ele estava aprendendo sobre nossa realidade e como as coisas funcionavam nesse ambiente único. Meu objetivo era mostrá-lo que, apesar da aparência de celebração, nossa vida mafiosa era complexa e repleta de desafios.

Ao me aproximar da mesa onde meus irmãos estavam reunidos, Gustavo seguia ao meu lado, observando com olhos curiosos a cena que se desenrolava. Um grande narquile estava montado no centro da mesa, exalando fumaça aromática, enquanto garrafas de bebidas caras e notas de dinheiro eram exibidas de maneira quase ostensiva.

- Hey, Alemão! Que bom que você veio! - disse Marasato, acenando para nós.

Sentei-me à mesa e Gustavo fez o mesmo, ambos tentando absorver o ambiente ao nosso redor. Mulheres seminuas dançavam de forma sensual, mas eu sabia que não podíamos nos deixar levar pelo que era apenas uma fachada de luxo e ostentação.

- Estávamos apenas discutindo alguns negócios - disse Coiote, com um sorriso malicioso no rosto. - E, claro, aproveitando um pouco da vida noturna.

- É uma festa incrível, irmãos - Gabriel disse demonstrando sua apreciação pelo evento.

- Mas não podemos esquecer que nossa vida mafiosa requer responsabilidade. - Gabriel falou degustando sua bebida enquanto observava uma morena a sua frente

Gustavo observava a conversa com atenção, percebendo como cada palavra carregava um significado profundo em nosso mundo.

Erick, sempre mais sério, assentiu.

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