capítulo 48

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Chegamos à casa de apostas, onde Gustavo assumiria temporariamente a posição de chefe da segurança. Ele parecia um pouco nervoso, mas também determinado a enfrentar esse novo desafio.

- Você vai se sair muito bem, Gustavo - disse, encorajando-o. - Confio em você para liderar a equipe e garantir a segurança deste lugar.

Ele respirou fundo, tentando controlar suas emoções.

- Obrigado, Alemão. Vou fazer o meu melhor.

Enquanto nos aproximávamos da entrada da casa de apostas, Gustavo pôde ver a equipe de segurança esperando por ele. Eu permaneci ao seu lado, mas deixei claro que não interferiria em suas decisões.

- Boa sorte, Gustavo - falei em tom de encorajamento. - Estou aqui se precisar de alguma coisa.

Ele assentiu, agradecendo novamente pela confiança que eu depositava nele. Em seguida, ele se dirigiu à equipe de segurança e começou a dar as instruções para a noite.

- Vamos manter a segurança em primeiro lugar - ouvi Gustavo dizer com firmeza. - Todos devem estar alertas e atentos a qualquer sinal de perigo.

Observando Gustavo em ação, eu podia ver que ele estava levando seu papel a sério. Ele se comunicava claramente com a equipe e parecia estar no controle da situação.

Enquanto a noite transcorria, eu me mantive discreto, observando tudo de longe. Gustavo tomava decisões com confiança e cuidado, demonstrando sua habilidade como líder.

No decorrer da noite, houve algumas situações tensas, mas Gustavo lidou com elas de forma calma e eficiente. Sua presença imponente e sua postura de segurança transmitiam autoridade, mantendo a ordem no ambiente.

Conforme a noite avançava, Gustavo parecia cada vez mais à vontade em sua nova posição. Ele estava se adaptando ao desafio e mostrando que tinha todas as qualidades necessárias para liderar a equipe de segurança.

- Você está se saindo muito bem, Gustavo - comentei ao nos encontrarmos em um momento de pausa.

Ele sorriu, parecendo mais confiante.

& Obrigado, Alemão. Essa experiência tem sido incrível, e estou aprendendo muito.

- Fico feliz em ouvir isso - respondi, satisfeito com o progresso dele.

Após ver que Gustavo estava liderando com maestria, decidi me afastar um pouco e me juntar ao bar da casa de apostas para tomar uma dose. Precisava de um momento de relaxamento após a tensão do dia e para refletir sobre as responsabilidades que carregávamos.

Ao me sentar no balcão, o barman já me cumprimentava com um sorriso.

- Alemão, a de sempre?

Assenti com um aceno de cabeça.

- Sim, por favor.

Enquanto ele preparava a bebida, pude sentir os olhares de alguns frequentadores do bar, reconhecendo minha presença como um dos membros da família. A vida mafiosa era assim, vivíamos sob o olhar constante das pessoas ao nosso redor.

Tomando um gole da bebida, pude sentir o calor percorrer minha garganta. Era uma sensação reconfortante, e por um momento, consegui me desconectar das preocupações e tensões que enfrentávamos diariamente.

O barman me observou com curiosidade.

- As coisas estão tranquilas hoje?

- Por enquanto - respondi, mantendo-me um tanto reservado em relação aos detalhes.

Enquanto saboreava a bebida, minha mente se voltou para Gustavo e sua jornada como parte da família. Ele havia provado ser um valioso membro da equipe, e eu estava satisfeito em vê-lo crescer e se desenvolver como um guerreiro determinado.

- Ele está se saindo muito bem - comentei, pensando alto. - Gustavo está assumindo suas responsabilidades com confiança.

O barman assentiu.

- É bom ver novos talentos surgindo. A família precisa de jovens fortes e leais para manter as coisas em ordem.

Concordei, entendendo a importância de continuar fortalecendo nossa família mafiosa para enfrentar os desafios que viriam. Afinal, o mundo em que vivíamos exigia união e preparo constante.

Após terminar minha bebida, levantei-me do balcão e agradeci ao barman.

- Obrigado pela dose, estava ótima.

- Sempre às ordens, Alemão.

Enquanto me afastava do bar, sabia que os desafios do mundo mafioso estavam longe de acabar. No entanto, confiava na força de nossa família e no potencial de Gustavo e outros jovens que estavam se juntando a nós.

Enquanto a música ecoava ao meu redor, eu me permiti relaxar um pouco, aproveitando o momento para curtir enquanto Gustavo liderava com excelência. Fiz algumas apostas, conversei com alguns conhecidos e tomei mais algumas doses. A sensação de euforia começou a me envolver, e por um momento, consegui me desconectar das preocupações do dia-a-dia.

No entanto, à medida que a noite avançava e as doses se acumulavam, a lembrança de Cigana me atingiu como uma faca cortante. As imagens dela, seu sorriso encantador e seu olhar cativante, inundaram minha mente. A saudade apertou meu peito, e a dor da perda voltou a me atingir com força total.

Tentei afastar as lembranças, me distraindo com as apostas e as conversas ao meu redor, mas era impossível ignorar a falta que ela fazia em minha vida. Cigana era minha amada, minha companheira, e a morte dela deixou um vazio profundo em meu coração.

Ao olhar para as pessoas ao meu redor, percebi que muitos estavam distraídos e imersos em suas próprias vidas, alheios à dor que eu sentia. Era a realidade do mundo mafioso em que vivíamos; cada um carregava suas próprias cicatrizes e lutas.

Em meio à euforia e à música alta, senti uma onda de tristeza e raiva crescer dentro de mim. Por um momento, a ideia de me perder nos excessos parecia tentadora, uma maneira de escapar temporariamente da dor. No entanto, eu sabia que não era a solução.

Decidi me afastar do bar, afastando-me das distrações e procurando um momento de tranquilidade. Encontrei um canto mais calmo, onde pude me sentar e refletir sobre tudo o que havia acontecido.

Ali, no silêncio, deixei as emoções me invadirem. A saudade de Cigana era dolorosa, mas também sabia que precisava enfrentar a realidade e continuar seguindo em frente. Ela sempre será parte de mim, uma lembrança eterna em meu coração.

Prometi a mim mesmo honrar a memória dela, continuar sendo um membro forte da família mafiosa e proteger aqueles que amo. A dor da perda ainda estaria presente, mas eu aprenderia a conviver com ela, transformando-a em força para enfrentar os desafios que ainda estavam por vir.

Assim, naquela noite de mistura entre euforia e saudade, tomei a decisão de me reconstruir, de encontrar força na dor e seguir adiante com coragem e determinação. A vida mafiosa continuava, e eu estava disposto a enfrentá-la de frente, sabendo que, em meio às sombras, minha luz interior brilharia com a lembrança daquela que sempre amei e que sempre me guiaria em cada passo que eu desse.



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