capítulo 6

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Quando dei conta, meus braços já estavam ao redor do pescoço do coiote, seus braços puxaram minha cintura me trazendo ainda mais para perto

- você fez tanta falta - ele falou contra o meu pescoço

- agora eu to aqui de volta! - acaricei a nuca dele sentido-o presionar-me ainda mais contra seu corpo

- aconteceu tanta coisa, eu poderia sentar e falar por horas todos os B.O.s que rolou - algo como tristeza brilhou em seus olhos - o que é aquilo? - ele me perguntou olhando para trás de nós, segui seu olhar até o pequeno brichinho laranja e peludinho, sentado no canto da sala assustado com a nova presença na casa.

- é o gatinho! Vou levar pra italia quando tiver tempo. - meu deus que coisinha mais linda - ele se aproximou do bichano, e pegou-o no colo – o pai vai adorar, qual o nome dele? - os olhos dele brilhavam como duas jabuticabas

- eu não dei um nome para ele, tá em casa só a uma semana, a gente nem tem tanta afinidade ainda

- isso se chama falta de sentimentalismo, quem tem um bichinho a UMA semana e não deu nem um nome pra ele? - a cara de indignação dele me fez rir - o nome dele vai ser kitsune

- porque?

- primeiro porque esse peludinho parece uma raposinha, segundo porque gatos são fieis e inteligentes, e terceiro, olha o rabo desse gato e me diz que não parece um rabo de kitsune - ele parecia tão feliz com o gatinho que nem fiz questão de contrariar, agora o nome dele seria kitsune

- vem, vamos sentar la fora no sol, aqui dentro tá muito frio - coiote passou pela cozinha ainda com o gato nos braços, eu o segui até passarmos a porta da cozinha que dava na area da piscina - e como você tá? Disseram que tava de ressaca, mas você parece bem melhor!

- eu tomei um banho, dois comprimidos e uma xicara de café! Já to pronta pra próxima – ri enquando me deitava em uma espreguiçadeira

ele colocou o gato em cima de mim e se afastou para puxar um pequeno sofá que estava ao lado da churrasqueira e colocar do meu lado na beira da piscina

- acho que vou comprar uma coleira amanha pro kitsune, uma verde pra combinar com os olhos dele - ele pegou o gato e se jogou no sofa, em poucos segundos o pequeno amontoado de pelos se acomodou no peito dele e fechou os olhos. - quem foi atrás de você?

- o alemão, e de você? - perguntei enquanto observava as núvens que dançavam no céu

- o Gabriel... - ele repirou fundo antes de continuar - eu não ia vir, já tava decidido

- e porque veio?

- o pai me ligou, ele quer todos nós... - pelo tom de voz dele, estava escondendo alguma coisa

- ELE te ligou? Os meninos me disseram que só precisava resolver o negocio da minha balada, e pelo jeito que falaram, deu a entender que eles não tinham mas tanto contato com você – me ajeitei na espreguiçadeira e olhei para ele

- realmente, não estamos conversando muito, teve os b.o que você conhece, ai o pai afastou todos nós, mas eu continuei por aqui, ele me pediu que continuasse trabalhando, alguém tinha que gerenciar tudo... - ouve uma pequena pausa antes dele continuar - pra resumir, eu comecei a namorar, um idiota matou ela, eu perdi a cabeça e sai descontando em todo mundo que aparecia na minha frente, até que fui preso.

- e onde eles estavam? Se vocês mantiveram contato por mais um tempo eles sabiam de tudo isso ne? - me levantei e fui até o frezzer que ficava ao lado da churrasqueira, peguei uma garrafa de suco de manga, dois copos e voltei para o meu lugar

- aparentemente muito ocupados para fazer qualquer coisa. Só que você sabe como funciona, alguém tinha que gerenciar tudo, então enquanto estava guardado, o Erick tomou conta de tudo, e quando eu saí, valia muito mais deixar o mais velho na frente dos negocios, ele é mais experiente né. - enchi os dois copos e coloquei um na mão dele.

- então você saiu da frente, mas não porque quis! - essas historias estavam muito erradas

- eu não sabia disso - a voz soou de tras de nos, me fazendo assustar - ele só me disse que você não tava em condições e que eu deveria voltar - erick se sentou ao meu lado na espreguiçadeira

- será que ele tá tramando alguma coisa? - perguntei olhando para o erick

- pera! A pergunta mais importante. Da onde você saiu? - a cara de indignação do coiote me fez rir

- entrei pelo portão dos fundos e deixei o carro no meio da trilha - ele respondeu rindo também - os meninos estão vindo pra cá, parece que estão no mercado pegando as coisa pra fazer lanche

- e quando vamos resolver o que realmente interessa? - perguntei enquanto erick pegou meu copo de suco e deu um gole

- provavelmente essa semana, vamos só esperar todo mundo se instalar na casa e já vemos no que vai dar isso ai.

- a convocação pra ir pra italia, vocês também receberam - devia ter um enorme ponto de interogação nas nossas testas, porque o coiote nem esperou nós respondermos antes de continuar- pelo que parece, daqui a quatro semanas vai ter um baile na mansão do pai, e a gente vai ser convidados sem a opção de recusar

olhei para o lado e encontrei os olhos azuis do erick, um mar de preocupações correu pelos olhos dele, antes de desviar o olhar de volta para o coiote

- a gente deve se preocupar?

- eu sugiro - coiote se sentou pegando o kitsune nos braços - que a gente aproveite essas semanas para beber, curtir e resolver tudo o que for preciso - um pequeno sorriso passou pelo canto de seus labios antes que nos três nos virassemos ao ouvir um barulho de carro estacionando na frente da casa

- você ainda mantem contato com o tenente? - erick olhou para mim de volta antes de se levantar eu sacudi a cabeça, ha muito tempo não via o tenente -  seria um ótimo momento para achar ele, a gente não sabe o que nos espera do outro lado do oceano, o exercito como aliado seria bom - coiote começou a rir enquanto se levantava

- um traficante e agiota querendo se aliar ao exercito? Isso se eles não fizer uma leve pesquisa e descobrir que você além disso tudo é capo?

- isso é o que vai me ajudar, se o pai tá tramando alguma coisa, a hora que a gente descobrir a arapuca vai estar armada, assim que ele revelar seus verdadeiros planos, a gente entrega ele.

- isso, se não deduzimos errado e na verdade ele não tá tramando nada! - exclamei chamando a atenção dos dois

- mas por via das duvidas, é melhor ter uma certeza que sairemos vivos dessa, na pior das hipoteses ele vai preso e a gente vai ter que trabalhar em dobro.

Ele não podia estar falando serio, entregar o próprio pai isso vai contra a etica e tudo que aprendemos desde pequenos. Sem contar que após entregar nosso pai, o plano era assumir um império sem a menor noção do que estamos fazendo, isso era loucura.

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