A sensação de ser acordado abruptamente fez meu coração disparar e meus olhos se abriram rapidamente. O sol nascente iluminava fracamente o quarto, indicando que ainda era uma hora muito precoce. A confusão rapidamente deu lugar ao entendimento quando vi Erick parado diante de mim, com uma expressão séria e um terno preto jogado na minha cama.
- O que está acontecendo? - perguntei, minha voz ainda embargada pelo sono.
Erick olhou diretamente nos meus olhos.
- Precisamos nos mexer, a situação é urgente. Vista isso rapidamente, temos uma emergência.
A seriedade em sua voz me fez despertar completamente, e o nervosismo começou a se espalhar em meu peito. Eu sabia que, quando Erick agia com tamanha urgência, era algo sério.
Sem questionar, eu peguei o terno preto e comecei a me vestir com pressa. Minha mente estava começando a se clarear, mas ainda havia muitas perguntas sem resposta. Enquanto eu ajustava a gravata, olhei para Erick em busca de mais informações.
- O que está acontecendo? Onde estamos indo? - insisti.
Erick manteve-se lacônico.
- Vou te explicar no caminho. Temos um problema para resolver.
Eu terminei de me vestir e peguei minha arma, seguindo Erick pelo corredor e para fora da casa. A manhã estava fresca, e o ar nítido ajudou a me acordar totalmente.
Fui recebido pela visão dos meus irmãos e Gustavo, todos vestidos de terno preto, ainda claramente sonolentos e com expressões confusas em seus rostos. A cena era quase cômica, se não fosse pela seriedade da situação.
- O que está acontecendo? - perguntou Marasato, bocejando enquanto falava.
- eu já falei, uma emergência! Agora entrem no carro, não temos tempo! - Erick falou já sem paciência
Nós nos acomodamos dentro do carro, a ansiedade pairando no ar como uma nuvem densa. Olhei para meus irmãos, suas expressões refletindo a mesma incerteza que eu sentia. Gustavo, que também estava conosco, parecia nervoso, mas determinado.
Olhei para a janela enquanto o carro começava a se mover, o cenário passando rapidamente diante de mim, mas meu foco estava em outro lugar. Minha mente girava com especulações sobre o que estava prestes a acontecer. O silêncio no interior do carro era quase tangível, apenas o som suave do motor e nossas respirações inquietas preenchiam o espaço.
Troquei um olhar com um dos meus irmãos, nossas sobrancelhas franzidas em um gesto mútuo de incerteza. Nenhum de nós ousava falar, temendo que nossas palavras pudessem revelar a ansiedade que estávamos sentindo.
Enquanto olhávamos para a estrada à nossa frente, eu me perguntava para onde exatamente estávamos indo. O que estava esperando por nós no final dessa jornada? O que Erick havia descoberto que exigia nossa presença imediata?
Eu sentia o peso da responsabilidade em meus ombros. Muitas vezes me vi liderando e tomando decisões difíceis. Mas essa sensação de estar no escuro, de não saber qual era a emergência, era uma experiência nova para todos nós.
A tensão era palpável dentro do carro, e o silêncio parecia ecoar nossas próprias preocupações. Minha mente estava em turbilhão, tentando antecipar o que estava por vir. Olhei para a expressão de Gustavo, suas mãos apertadas no colo, e me perguntei o que ele estava pensando. Ele era um membro relativamente novo da nossa família, mas já havia enfrentado desafios significativos ao nosso lado.
Enquanto o carro seguia em frente, eu tentei me concentrar, bloquear as preocupações que ameaçavam inundar minha mente. Sabia que precisávamos permanecer focados, alertas e prontos para enfrentar o que quer que estivesse à nossa frente.
O desconhecido estava diante de nós, e eu estava determinado a enfrentá-lo de frente, junto com meus irmãos. Independentemente do que Erick havia descoberto, independentemente da natureza da emergência, estávamos juntos nessa jornada. A confiança na nossa unidade como família e a determinação em proteger nossos interesses estavam nos guiando, mesmo quando o destino permanecia um mistério.
Entramos no jato particular com uma mistura de ansiedade e apreensão pairando no ar. Os olhares trocados entre mim e meus irmãos refletiam a incerteza que todos sentíamos. Erick, no entanto, permanecia silencioso, mantendo o mistério sobre a emergência que nos aguardava.
O interior luxuoso do jato contrastava com a tensão no ar. Acomodamo-nos em nossos lugares, as conversas escassas, os olhares atentos. Eu podia sentir a curiosidade e a preocupação crescendo em cada um de nós. Gustavo, que estava conosco, também compartilhava a mesma inquietação.
Erick finalmente se virou para nós, seu olhar sério e concentrado.
- Vamos para o nosso destino. Lá, vou explicar tudo em detalhes.
A simples menção de que ele finalmente iria nos informar trouxe um suspiro coletivo de alívio. Embora o nervosismo ainda estivesse presente, pelo menos estávamos um passo mais perto de entender a natureza da emergência.
O som dos motores do jato enchia o espaço, criando uma espécie de redemoinho sonoro que parecia espelhar a turbulência de pensamentos em nossas mentes. Olhei ao redor, vendo os rostos dos meus irmãos, todos refletindo uma mistura de expectativa e tensão contida.
Finalmente, após um voo que pareceu uma eternidade, o jato começou a reduzir a altitude e nos aproximamos do nosso destino. Olhei pela janela, vendo a paisagem abaixo se transformar à medida que nos aproximávamos do solo.
O jato pousou suavemente, e assim que as portas se abriram, a luz do dia inundou o interior da aeronave. Todos nós saímos, nossos olhos se ajustando à nova paisagem diante de nós.
Erick liderou o caminho, sua postura firme e decidida. Seguimos em silêncio, cada passo nos aproximando do que quer que estivesse prestes a ser revelado. O coração batendo mais rápido, a mente girando com especulações e perguntas não respondidas.
Erick nos conduziu até uma pequena casa no campo, seu exterior simples contrastando com a intensidade da situação. Enquanto saímos do carro e nos aproximamos, meus olhos vagaram pela paisagem, absorvendo os detalhes da área ao redor. As árvores balançavam suavemente ao vento, o sol lançava um brilho dourado sobre o terreno, e o ar parecia impregnado com uma serenidade que contrastava com a agitação que eu sentia por dentro.
Chegamos à porta da casa e Erick parou, olhando para cada um de nós com um olhar sério e significativo. Sua voz era firme quando ele disse:
- A explicação de tudo está dentro dessa casa.
Meu coração começou a bater mais rápido, uma mistura de antecipação e nervosismo preenchendo meu peito. A porta se abriu lentamente, revelando o que estava além dela. Meus olhos se fixaram na figura que estava na entrada, e meu coração parecia congelar por um momento.
Eu mal conseguia acreditar no que via. Minha mente lutava para processar a presença diante de mim, uma mistura de emoções me varrendo de uma só vez. Era alguém que eu nunca esperava ver novamente, alguém que pensava ter perdido para sempre.
Meus irmãos ao meu lado também pareciam surpresos, suas expressões refletindo a mesma mistura de choque e alegria que eu sentia. Gustavo, que estava conosco, pareceu momentaneamente sem palavras diante da cena que se desenrolava diante de nós.
Eu dei um passo à frente, minha voz falhando um pouco quando finalmente consegui dizer:
- Você... você está aqui.
Os olhos daquela pessoa encontraram os meus, um brilho de emoção refletindo neles. As palavras eram desnecessárias no momento, pois nossos olhares falavam volumes sobre o que estávamos sentindo.
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Herdeiros Do Submundo
Teen FictionNos recantos sombrios de uma cidade italiana envolta em segredos, a família D'Amico carrega consigo uma herança macabra. Após anos de luta para escapar do mundo do crime, os seis filhos do lendário mafioso italiano, Vincenzo D'Amico, se encontram in...