Vai embora..

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— Como se eu nunca mais fosse ver você! — Indagou Charlie.

— E isso te preocupa, Charlie? Te preocupa que a gente nunca mais se veja?

Eles ficaram por uns instantes, olhando um para o outro, sem desgrudar.  

— Vai embora, Steve.— Disse Charlie, sem ânimo.

— É isso que você quer, Charlie? — Questionou Steve, olhando para bem no fundo de seus olhos.

Charlie ficou em silêncio, por alguns instantes, até responder.

— Sim, é isso! — Falou olhando para os lados.

— Por que será que eu não acredito? — Indagou Steve.

Depois daquilo, eles se olharam pela última vez, até Steve dar de ombros e ir começar a caminhar.

Steve começou a dar uns passos, e...

— Steve..— Chamou Charlie.

Steve se virou.

— Obrigado.— Disse o mais novo.

Steve abriu um sorriso e acenou positivamente com a cabeça. Depois foi embora.

Charlie fechou a porta e colocou as costas na mesma, deslizando lentamente até o chão.

— Será que isso aconteceu mesmo, ou foi a bebida!?  — Indagou Charlie.

[...]

— Eu ainda não acredito que ele não quis me levar para sua casa.— Disse Alana, furiosa.

— Calma, amiga. Ele acabou de chegar a Seattleville. E deve estar bem cansado pela viagem e pelo fuso horário.

— Não importa, Stella. Você sabe quanto tempo eu esperei pelo dia em que ele finalmente estivesse aqui? Foram anos!

Alana nunca se conformou com o término de seu relacionamento com Steve.

— Ele te trouxe até na sua casa, isso não é muito? — Indagou Stella.

— Não. Eu queria estar na cama dele, agora.

— Alana, você é linda, amiga. Você poderia ter o homem que quisesse na sua cama. Não esquece do Rodrigo.

— O Rodrigo não me interessa. E sim, eu poderia ter qualquer homem que quisesse, mas eu quero ele, só ele. Eu quero o Steve, Stella. Eu o amo, e esperei muito por ele. Agora, ele será meu!

Enquanto ela falava, segurava num retrato antigo dos dois, ela e Steve, juntos.

Stella pôde ver que ela estava falando muito sério.

[...]

— Vamos, limpa logo, Greta.— Disse ela.

— Eu já estou indo.— Respondeu Greta, limpando o chão.

— E depois, troque os lençóis dos quartos e os lave.— Falou a mulher exageradamente maquilhada.— Ah, enquanto isso, eu vou tomar o meu banho de leite e mel.

Greta limpava o chão, com a cabeça baixa.

— Deve ser horrível, né? — Questionou ela, olhando pra Greta.— Deve ser horrível ser você. Imagina só, numa família de gente linda, você é a única feia. Por isso não serve pra nada, só pra limpar mesmo.

— Você já pode ir embora, Carina.— Disse Greta.

Greta era uma mulher que nasceu com um dos olhos deficientes, e isso a tornou na ovelha negra da família.

Sua mãe era dona de um bordel privado, em que suas irmãs e algumas mulheres eram dançarinas e faziam trabalho fácil.

Devido à sua estética, Greta não servia como prostituta. Por isso, ela era encarregada pelos trabalhos pesados do local.

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