Encontros e conversas

38 3 0
                                    


— O quê que esse cara está fazendo aqui? — Indagou Mariela, franzindo o cenho e arregalando os olhos.

— Espera, vocês se conhecem?

— Não, senhora. Acho que a sua filha se equivocou. Nós não nos conhecemos.— Disse Walter.— Eu sabia o seu nome porque já tinha ouvido falar, do meu pai, que ouviu de seu pai.

Walter se aproxima das escadas e estende a mão, enquanto Mariela as descia.

Mariela olhou pra ele e balançou negativamente a cabeça. Depois, pegou na mão dele e eles foram juntos até a mesa. Walter puxou a cadeira pra ela e ela se sentou, depois ele também foi se sentar.

— É um prazer te conhecer, Mariela. É um prazer conhecer uma dama tão linda.— Disse Walter.

— O prazer.. é todo meu.— Respondeu Mari, num tom forçado.— Engraçado, você me parece tão familiar...— Disse ela, em tom de deboche.

— Bom, vejo que vocês já se apresentaram e nem precisaram de nossa ajuda.

— É, pai.— Disse Walter, esboçando um sorriso bobo e mirando em Mariela.

— Bom, eu e minha filha nos esforçamos muito para que o jantar estivesse do vosso agrado. É o mínimo que podemos fazer, depois do que o senhor fez pela gente, senhor. Realmente, muito obrigada!

— Não precisa me agradecer, mulher. E chega disso de “Senhor”, pode me chamar Dumont.

— Obrigada, Dumont.— Respondeu Marla, abrindo um sorriso.

— Então quer dizer que a Mariela ajudou a preparar esse jantar!? — Falou Walter, olhando pra Mariela de uma forma tão profunda, que ela até ficou levemente constrangida. 

— Sim, ela é uma cozinheira de mão cheia, modéstia parte! — Disse o seu pai, sustentando a tese.     

— Espero que não você não engasgue!

— Oh, fico feliz pela preocupação.— Rebateu Walter.— Não vejo a hora de provar a sua comida, Mariel..

— É Mariela!

— Ah, entendi.— Disse ele.

A actuação deles já estava ultrapassando os limites do esperado.

— Bom, podemos comer.— Disse Antônio.

— Não antes da oração! — Disse Marla.— Vamos dar as mãos.

Eles estavam em quatro, e Mariela e Walter estavam frente a frente, tendo que segurar na mão um do outro.

— Espero que não se incomode, Senhor Dumont.— Disse Marla.

— Não, claro que não, até acho louvável.— Respondeu sorrindo.

— Que bom.

No momento em que Walter segurou a mão de Mariela, Mariela deu um aperto, enquanto os seus olhos estavam fechados.

Por sua vez, Walter fez a mesma coisa, instantes depois das primeiras falas da senhora. Foi quando Mariela abriu os olhos e percebeu que ele a olhava como se a fosse devorar.

Depois, eles fecharam os olhos e dona Marla terminou a oração.

— Amém.

— AMÉM.— Disseram os três, em uníssono.

— Agora sim, podemos nos servir.— Disse ela.

Eles começaram a se servir.

— Deixa que eu sirvo, senhor Dumont.— Disse a mãe de Mariela.

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora