Ele Me Deixa Louco

Explique-se, Walter.

Walter estava nervoso, podia-se dizer, que estava em estado de início de desespero.

— Você obrigou a Mariela a casar com você? — Indagou o senhor, olhando para o filho e se aproximando.

Quando Mariela percebeu a cara de desespero de Walter, foi a primeira vez que o viu vulnerável.

— Não, ele não me obrigou a nada.— Disse Mariela.— Eu amo ele, senhor.

O senhor olhou pra Mariela e depois pra Walter. Sem demora, ele abriu um sorriso terno e se aproximou dela, dando um abraço, em seguida.

— Que bom, minha filha. Nossa, você me assustou. Eu sei muito bem o que o Walter é capaz de fazer quando quer uma coisa de verdade!

— Então, eu acho que ele me quer de verdade! — Disse Mariela, olhando para o mesmo com deboche.— Mas ele não me obrigou, não.

— Fico mais satisfeito.

— Pai, o senhor acha mesmo que eu seria capaz de fazer uma coisa dessas?  Eu?

— É claro que não, senhor. O seu filho é um anjo, não é, Walt?

Walter percebeu que aquilo era uma ironia.

— Oh, meu amor.— Disse Walter, se aproximando e segurando em suas mãos.— Você é tão linda.

— Você também, meu fofinho.— Falou, apertando a sua bochecha.

— Bom, eu vou deixar vocês a sós! — Disse o senhor Dumont, indo embora e deixando eles ali, na sala de estar.

— Que gracinha...— Disse Mariela, enquanto se certificava que o senhor já estava distante.

E quando percebeu que ele foi, abriu um sorriso debochado.

— Então.. quer dizer que o papai não sabia de nada? Hum, você está me saindo um péssimo exemplo, senhor Dumont.

— Eu disse que faria tudo pra ter você ao meu lado, Mariela.

Mariela deu uns passinhos, enquanto sorria com deboche. Sem demora, soltou umas gargalhadas irônicas.

— Nossa, que ironia. Você fez chantagem por todo esse tempo pra que eu me casasse com você, como se tivesse algum poder. E agora, eu descobri que você é só um garotinho medroso que não faz nada sem o papai. Nossa...

Walter se aproximou dela e olhou para bem no fundo de seus olhos.

— Olha só quem está na mão de quem agora..

— Eu sempre estive nas suas mãos, Mariela. Só agora você percebeu.

Eles estavam com os rostos bem próximos um do outro.

— Será que você não disse o mesmo para a Jéssica?

— Nunca, ela não é você!

— Ela já foi sua.

— Tem razão, mas eu nunca fui dela! — Foi a última coisa que Walter disse, antes de dar um beijo nela e sentir o seu lábio sendo mordido.— Ai...

— Isso, é pra você aprender a não se meter comigo. Quem mandou me beijar?

Mariela deu de ombros e foi buscar a sua bolsa, que estava no chão.

Foi quando Walter segurou em seu pulso e a virou rapidamente, juntando seu corpo ao dela.

Sem hesitar mais, o homem tacou um beijo daqueles nela. Mariela socava o seu peito levemente, até se entregar ao ósculo e parar de lutar contra a maré.

— E se eu te disser que você também é minha?

Mariela abriu um sorriso com certa malícia.

— Eu diria que você está delirando!