Recordações

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— Não, isso é uma loucura. O Charlie foi muito claro no que disse.

— Mas, Steve...

— Mas nada, Rony. Eu não posso voltar atrás na minha decisão. A mamãe está certa, a Alana está grávida e a minha família está numa situação muito critica perante a sociedade. Essa, é uma oportunidade única pra tentar limpar um pouco o nome da minha família, que foi manchado pelos erros do Rodrigo. Você entende?

— Não, Steve. Aliás, sim, eu entendo. Entendo que você está cometendo o pior erro da sua vida, Steve. Esse é o momento em que o Charlie mais precisa de você.

— Eu não quero mais falar disso, Ronaldo. Já chega!

— Tudo bem, amigo. Se essa é a sua decisão final, eu te apóio.— Disse Rony, rendendo os braços.

Depois de um tempo em silêncio, Rony voltou a se manifestar.

— Mas você sabe que...

— Chega, Rony.— Disse Steve.

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

[...]

— Meu filho, como você tem estado aqui? Eles têm tratado você mal, né?

— Calma, mãe, está tudo bem. Bom, na medida do possível.— Respondeu Charlie, abrindo um sorriso terno.

Karen olhou pra ele com espanto, enquanto franzia o cenho.

— O que foi, mãe? Que cara é essa?

— Meu filho, como você consegue sorrir, numa situação dessas? — Questionou a mãe, fazendo carinho em seu rosto.

A verdade, é que depois das declarações de Luca, o humor de Charlie mudou repentinamente.

— Sei lá, um amigo me ensinou que ficar chorando por isso, não vai mudar nada. Eu tenho que aceitar a minha pena e não tem jeito. Mãe, o que a advogada disse? Eu estou aqui, mas eu sou inocente. Eu não matei ninguém, mãe.

— Eu sei, meu filho. Eu te conheço perfeitamente, meu anjo. Eu sei que você seria incapaz de fazer mal a uma mosca. A gente não sabe o que aconteceu, mas tudo indica que foi você. O carro era seu, Charlie.

— É isso que eu não entendo, mãe. Como é possível que aquela mulher tenha sido atropelada pelo meu carro? Como? Ninguém tem acesso ao meu carro, ninguém!

Charlie parou para lembrar de algo.

Karen olhou para o filho, que olhou para o nada, de repente.

— O que foi, meu filho?

Charlie olhou bem no fundo dos olhos de sua mãe, e mais recordações ficaram nítidas.

— Mãe, eu estou lembrando.

— Eu não sei o que aconteceu, ele simplesmente travou do nada. Sorte que eu consegui o trazer até aqui.

— Pode deixar, meu jovem. Eu vou consertar o seu carro num piscar de olhos, e a um preço bem camarada.

— Sério? Que legal. E até quando ele estará aqui? Quando estará disponível?

— Em menos de uma semana ele estará novinho em folha, meu caro. Bota fé, vai ficar novinho em folha.— Disse o homem.

— Ok, muito obrigado.”

Eu lembrei, eu lembrei de tudo, mãe.— Disse Charlie, abrindo um sorriso do tamanho do mundo.

— Do que você está falando, filho? O que você lembrou, exatamente?

— A data desse crime, coincide exatamente com a semana em que eu fiquei sem o meu carro, porque ele estava no mecânico.

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