Escolhe, Charlie.

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Charlie já estava fora da cela, e ainda permanecia incrédulo.              

— Ainda faltam uns papéis e a advogada já está a caminho, depois você vai embora! — Disse o policial.

Charlie não falou nada.         

Aquilo tudo era demais pra ele. E mesmo crendo, era demais acreditar que uma simples oração mudou todo o rumo de uma vida.

Um tempo depois a advogada chegou e checou toda a papelada e o desenvolvimento do caso. Por um momento, ela até achou que alguém tivesse subornado o juiz para que mudasse a sentença, mas àquela altura do campeonato, era muito pouco provável que fosse isso.

— Eu tenho que ligar para alguém responsável, para que venha buscar você! — Disse a advogada.

— A senhora pode ligar para a Mariela, a minha amiga. Ou para a dona Pillar.

— Certo!         

Um tempo depois, a advogada o fez.

Mariela não atendia o celular, e muito menos dona Pillar, a tutora de Charlie na ausência de Karen.

— Ninguém atende, Charlie.— Disse a advogada.

— Tudo bem, a senhora pode me levar pra casa, depois eu me viro lá!

— As coisas não são assim, Charlie. Nós temos que ter em conta a sua condição física, eu não posso simplesmente tirar você daqui e largar na sua casa, sozinho. Não, mas espera aí...— Disse a advogada, lembrando de alguém.— Espera um pouco, Charlie.

Charlie não entendia, mas ficou calado e deixou ela tomar um providência.

Um tempo depois, Charlie viu alguém familiar.

— Luca? — Indagou Charlie, vendo ele algemado.

Charlie franziu o cenho.

— O quê que você está fazendo aqui?

Luca olhou para Charlie e depois para o policial.

— Por favor, eu só preciso de um segundo pra falar com ele. Ele é a maior vítima nessa história! — Disse ele.

O policial acenou positivamente.

— Vítima? Do quê você está falando? — Questionou o jovem Charlie, não entendendo mais nada.

Luca se aproximou de Charlie e se agachou.

— Eu tenho que contar uma coisa pra você, Charlie. Na verdade, duas! — Disse.— A primeira, é que eu decidi ouvir o seu conselho e ser feliz com o cara que eu gosto.

— O quê? — Indagou Charlie, arregalando os olhos e abrindo um sorriso de incredulidade absoluta.— Espera aí, é ele?

Luca balançou a cabeça positivamente, sem mudar a expressão facial.

— Nossa, que cara é essa? Não era pra você estar feliz? Não, espera aí.. você ainda não me disse porquê está aqui!

Luca olhou pra Inácio e depois voltou o seu olhar envergonhado pra Charlie.

— A outra coisa que eu tinha pra dizer, Charlie, é que você realmente não era o culpado pela morte daquela mulher. Eu sei, porque eu estava quando ela foi assassinada! — Disse ele.

A expressão facial de Charlie mudou automaticamente.

— Como assim?

— Me desculpa, Charlie.

— Fala, fala logo.

— Quem atropelou aquela moça, foi ele, o Inácio.

Charlie colocou a mão no rosto.

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora