O meu filho.

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Charlie tentava, mas não conseguia sentir o seu corpo. Ao mesmo tempo, sentia muita dor. Algo estava errado, as lembranças estavam todas sendo exibidas em câmera lenta.

— Eu te amo, Charlie...”

— Daniel? — Chamou Charlie, se lembrando, no momento em que o médico tirou o tubo de ar de sua boca por uns instantes.

Steve olhou pra ele e segurou em sua mão, com muito esforço.

Era como se todo o passado estivesse sendo revelado naquele momento.

— Feliz aniversário, Charlie. Sopra as velas..” — Disse Karen.

“— Cuidado...” — Gritou Karen, no dia em que eles sofreram um grave acidente de carro.

“— Charlie? Meu amor?
— Quem é você? - Questionou o menino.
— Como assim? Filho, sou eu, a sua mãe.”

E quanto mais Charlie mergulhava em suas lembranças, mais coisas dolorosas ele recordava.

— Ele não pode mais fazer esporte. Isso colocaria em perigo a sua vida. Ele é muito jovem e já tem um problema cardíaco tão sério.

Enquanto o doutor falava, sem saber, o menino estava ouvindo cada palavra, por trás da porta, balançando a cabeça negativamente. Aquilo era um choque.”

Charlie, você está aí? — Questionou Steve.

Naquele instante, uma lágrima desceu da canto do olho de Charlie.

Charlie abriu os olhos por um instante, sem poder responder nada, visto que a sua boca estava ocupada por aparelhos que o ajudavam na respiração.

— Vai dar tudo certo.— Disse Steve.

Charlie voltou a fechar os olhos, e as lembranças não paravam de sobrevir.

O jovem se sentia como se estivesse assistindo um filme, em que ele era o protagonista e não sabia. A sua história estava se dando a conhecer, e naquele momento, Charlie estava descobrindo quem verdadeiramente era.         

[...]

Catalin simplesmente não podia acreditar no que estava vendo.

— Não, não pode ser! — Disse a senhora, começando a chorar.— Não..

— Nós temos que ir para o hospital, mãe. Mas pra que hospital? — Disse Nicole, começando a ficar nervosa.

— Não, isso não pode ser verdade. Se o Steve morrer, eu nunca vou me perdoar!

Catalin estava visivelmente fora de si.

— O quê? — Indagou Nicole.— Do quê que você está falando, mãe?

Quando ela tomou noção do que tinha dito, tentou reverter.

— Eu nunca vou me perdoar, eu.. eu deveria ter impedido essa loucura da cabeça dele, de ficar com esse pobretão. Olha só, olha só onde ele foi parar por culpa desse rapaz. A culpa é dele.

— A gente não sabe de nada, mãe. Como você sabe que a culpa é do Charlie? Meu Deus..— Disse Nicole, colocando as mãos na nuca, ainda preocupada.— Meu Deus...

— Eu sei, que se ele estivesse com uma mulher como a Alana, ao seu lado, nada disso estaria acontecendo. Ai, meu Deus...— Disse ela, indo buscar a bolsa.

[...]

— Eu estou procurando a sala onde está o meu amigo, meu melhor amigo, o nome dele é Charlie Portella.

Ela indicou a sala e Mariela ficou ali, na sala de espera. Afinal de contas, Charlie estava na sala de emergências.

— Meu Deus, eu não acredito nisso! — Disse Mariela.

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora