A vida na cadeia.

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— Mãe, que história é essa? — Indagou Cíntia, chegando na delegacia.

— Filha..— Disse Karen, olhando pra ela.

— Cadê o Charlie? Onde eles colocaram o meu irmão? — Ela olhava para os lados.

— Eles colocaram o Charlie na cadeia, meu filho..

— Oh, mãe..— Disse a filha, se aproximando e dando um abraço em sua mãe.— Calma, vai dar tudo certo. Mas do quê que eles estão acusando o Charlie? Por quê que eles prenderam ele?

— Assassinato, eles estão acusando o Charlie de...— Cíntia a interrompe, esboçando incredulidade em seu rosto.

— O quê? — Questionou Cíntia, arregalando os seus olhos.— Não, não pode ser. Isso foi um engano. Além do mais, o Charlie agora está paraplégico, como ele pode ter assassinado alguém?

— Eu não sei, filha. Eles tinham um mandado. E segundo eles, eles têm provas!

— Não, mas eles podem fazer isso? O Charlie está doente, ele não pode andar. Como, como ele vai ficar, na cadeia?

— Eu não sei como isso foi acontecer, mas nós vamos tirar o Charlie daqui. Nós todos sabemos que o Charlie é inocente.— Disse Karen.— E.. filha, sobre aquele assunto...

— Depois a gente fala disso, mãe. Agora, o mais importante é o Charlie.

— De acordo com as leis de Seattleville, é muito provável que amanhã seja o julgamento do Charlie.— Disse Karen.

— Sim, por isso, é muito importante que a gente contrate um bom advogado, ainda a tempo. O Charlie vai precisar.

— Sim, meu amor, o Steve disse que vai fazer isso! — Disse Karen.

— Menos mal.— Disse Mariela, que tinha vindo com Cíntia.

— Filha, a sua roupa.. o seu cabelo..

— Ah, deixa pra lá. Eu ia passar pra tomar um banho em casa, mas depois dessa notícia eu vim direto pra cá, aliás, a gente veio.

— É! — Respondeu Mariela.

— Bom, o Charlie é um excelente garoto. Ele é um estudante aplicado, pelo que pude constatar, e não tem antecedentes criminais. Ele é réu primário. Isso vai ajudar muito neste processo.

— Tomara, tomara que sim, amor! — Disse Karen, segurando na mão dele.

[...]

— Olhem só a Cinderela, gente. Você tem cara de um filhinho de papai, moleque. Mas isso acaba aqui! — Disse um detento, um que estava na mesma cela que Charlie.— Não é, galera?

— É...— Gritaram eles, em uníssono.

Instantes depois, alguém veio pra interceder por Charlie.

— Eu acho bom você calar essa sua boca, antes de falar do Charlie.— Disse Lucas.

— Você? — Indagou Charlie, vendo Lucas em sua defesa.

Lucas deu uns passos, lentamente, esboçando em seu rosto o quão sério estava o seu tom de voz.

— Como vocês já puderam ver, o Charlie está numa condição especial e  não precisa ficar ouvindo os seus comentários desagradáveis. Escuta bem..— Disse Lucas, se direcionando ao detento que fez bullying contra o Charlie.— Se eu ficar sabendo que você fez ou disse alguma coisa de mau gosto..— Lucas o puxou pela camisa e o juntou às grades, com agressividade.— Contra o Charlie, eu vou fazer da sua vida um inferno. E você sabe que eu não estou brincando!

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