A mão dele

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Charlie estava jantando quando a campainha tocou e Pillar foi atender.

— Já vai.— Disse a senhora, indo abrir.

Quando viu quem era, ficou surpresa.

— Ele está aí? — Indagou ela, em voz baixa.

Pillar acenou positivamente, com os olhos arregalados e um sorriso do tamanho do mundo.

Então, Karen entrou sorrateiramente.

Charlie comia normalmente, parando pra olhar para o lado. Instantes depois, ele sentiu um cheiro estranho.

— Nossa, esse cheiro...— Disse Charlie, se virando pra trás.— Mamãe?

— Meu filho.— Disse Karen, se aproximando o mais rápido que pôde e o abraçando.— Nossa, senti tantas saudades.

— Você está aqui, eu nem acredito nisso.

— Eu não podia deixar de vir agora, meu filho. Eu só estava esperando uma oportunidade pra isso, agora que você está livre. Eu sabia, coração de mãe não se engana. E olha você aqui, livre!

Charlie soltou uma gargalhada.

— Falha sim, mas dessa vez estava certo.

Karen se sentou.

— Olha só, o que nós temos aqui? — Questionou ela, se servindo do que tinha em sua mesa.

— E como está a Cíntia? E o Sandro? E todos vocês?

— Está tudo bem, estamos todos bem, meu filho. Felizmente, o tratamento está fluindo como o esperado e parece que está tudo voltando ao normal. Logo logo eles poderão estar de volta à Seattleville, mas claro, continuando com o tratamento até que estejam totalmente independentes das drogas. Fácil não é, mas eles estão dispostos, e não há nada mais forte que o poder do querer!

— É, tem razão.— Disse Charlie.— Fico feliz, estou com saudades daquela...

Karen olhou pra ele com um olhar de repreensão.

— Irmã! — Acrescentou, abrindo um sorriso maroto.

— Hm, entendi! — Karen olhou pra Charlie e viu algo.— O quê que é isso?

Ela estava respirando ofegante, com os olhos arregalados. O seu coração batia levemente acelerado, e os seus pêlos ficaram eriçados.  

— Mãe? Está tudo bem? — Indagou Charlie.

Karen estava pasma.

— Não, não pode ser o mesmo...

— Mãe? — Charlie percebeu que ela estava um pouco pálida.— Mãe...

Charlie percebeu que Karen olhava em direção ao colar.

— É o colar?

— Onde é que você achou isso, Charlie? — Indagou ela, deixando escapar um lágrima no olho esquerdo.

— Mãe? Você está chorando? Foi a dona Pillar quem me deu de presente, o que foi?

Karen se levantou imediatamente e foi à procura de Pillar, não muito feliz, ao que parecia.

— Onde é que você achou?

— Senhora, me desculpe, eu não estou...

— Onde é que você achou aquele colar?

— Colar? — Pillar engoliu em seco.

— Sim, o colar que você deu para o Charlie.

— Ah, era o meu colar, senhora. Eu nunca o tirei, mas quis dar de presente para o menino Charlie. Me desculpe, eu fiz algo errado, senhora?

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