A conversa

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Depois que eles já estavam no carro de Steve, um silêncio ensurdecedor gritava mais que alto que a voz.

Steve não conseguia achar forças pra dirigir, e Charlie, só conseguia olhar para o lado de fora do carro do carro.

— E agora? O quê que a gente faz? — Questionou Steve.

— A gente? Não existe mais “a gente ”, Steve. Você vai se casar com outra, lembra?

— E você está namorando com outro!

— Isso é culpa sua, meu bem.

— O quê? — Questionou Steve, abrindo um sorrisinho de quem não acreditava.— Culpa minha? Não fui eu quem te lançou para os braços dele.

— Foi sim, cada vez que eu percebia que cada vez mais era melhor que eu tirasse você da minha cabeça. Eu tive que tomar medidas drásticas.

— Engraçado, foi a mesma coisa que eu fiz.

— Você esperava que eu fizesse o quê? A Alana está grávida, grávida de um filho seu. Você esperava que eu simplesmente, por egoísmo, afastasse um pai de um filho?

— Quem disse que eu ia me afastar dele, Charlie? Nós estamos no século XXI, hoje em dia as crianças crescem bem com pais separados.

— Século XV ou XXI, não importa. Eu sei como é crescer sem um pai, e não importa a época, essa dor sempre será a mesma pra uma criança!

Steve olhou para o lado, depois deu um soco no carro.

Por um momento, Charlie arregalou os olhos.

— Você não entende que eu te amo, Charlie? E você simplesmente se afastou!

— Além desse, eu tive os meus motivos pra me afastar de você.

— Quais? Quais foram esses motivos, Charlie? Será que eu posso saber?

— Faria alguma diferença? Daqui a alguns dias você se casa com a Alana, e eu estou começando uma nova relação, longe de você! — Disse Charlie, desviando o olhar.— Talvez a gente fique feliz um dia.

— E por quê adiarmos a nossa felicidade, Charlie? Pra quê? Eu não entendo.

— Por favor, me leva para o meu hotel. Enquanto isso eu ligo para a minha tutora.

Steve balançou a cabeça positivamente.

— Obrigado!

— Eu não tenho mais nada a dizer, Charlie. Eu disse que eu te amo, e você não disse mais nada. É, fico feliz por você já ter me esquecido.

Charlie já queria contra argumentar, quando decidiu ficar em silêncio. Steve nem percebeu aquilo.

Ele começou a dirigir e eles foram até o hotel onde Charlie morava em completo silêncio, sem mais nem menos!

Chegando lá, por ironia do destino, só agora a dona Pillar atendeu e veio buscar o Charlie.

— Muito obrigada, senhor.— Disse ela, sendo grata ao Steve por ter trazido o Charlie até ali.— Muito obrigada por ter trazido ele. E me desculpe, meu neto.

Charlie achou um pouco estranho, mas respondeu:

— Tudo bem!

— De nada! — Disse Steve, dando de ombros e voltando para o seu carro sem falar mais nada e sem olhar para trás.

Charlie olhava para cada gesto de suas mãos e fitava em seu rosto com atenção, se deslumbrando com aquela pele.

Por um momento, Steve olhou para o lado de fora e os seus olhares se cruzaram. Depois, ele arrancou a carro e foi embora, quebrando a ligação de olhares.

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