Mentindo pra si mesmo!

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— O que você está fazendo aqui, Sandro? — Indagou Charlie.

— Eu fiquei sabendo do que aconteceu com a Cíntia, e...

— Olha, ou você sai daqui, ou...— Charlie parou de falar quando percebeu que ele estava chorando.

E o silêncio reinou por um tempo, enquanto Sandro olhava pra Cíntia de longe.

— Como isso aconteceu? — Questionou Sandro, fungando o seu nariz.

Charlie ficou em silêncio.

— Isso está acontecendo por minha culpa.

Quando Charlie ouviu aquilo, se virou franzindo o cenho.

— O quê?

Sandro continuou chorando.

— Sim, foi tudo culpa minha. Eu e ela fugimos de casa, foi ideia minha!

Charlie ouvia aquilo, sem ter o que dizer.

— Depois, a gente se juntou com um pessoal barra pesada. Foi lá onde a gente quis experimentar um cigarro, e assim foi, até que quando demos por nós, a gente já estava usando drogas.

Charlie ficou com os olhos levemente marejados.

— A culpa não é sua, é dos dois! — Disse Charlie, tentando manter a racionalidade.

— Como isso aconteceu? Eu...— Ele deu uns passos em direção à ela, e depois parou de andar, enquanto chorava amargamente ao ver o quanto certas coisas podem prejudicar alguém.

— Me desculpa, Cíntia.

— Ela já está bem, Sandro. O médico me disse que ela já está fora de perigo!

— Isso é verdade? — Indagou ele, intercalando entre olhar para Charlie e pra ela.

— Sim, é verdade. Bom, eu vou deixar a sós.

Na verdade, Charlie estava se segurando pra não dar um soco em Sandro, por isso, decidiu não o privar do direito de ver sua namorada, mas não era obrigado a ficar ali e fingir que estava tudo certo.

— Com licença.— Disse Charlie, saindo do quarto de hospital onde estava sua irmã mais velha.

Quando Charlie fechou a porta do quarto, Sandro fechou os olhos.

— Você sempre foi, o amor da minha vida.— Disse ele, abrindo os olhos, em seguida.

Depois, Sandro se aproximou dela lentamente, olhando pra ela com atenção.

— Tão linda.— Disse ele.

Instantes depois, ele fez uma carícia em seu rosto pálido. Enquanto a sua expressão facial mudava pra um sorriso terno.

— Até no hospital você é linda, princesa. Me desculpa, isso é tudo culpa minha.— Disse Sandro, voltando a chorar.— Fugir e deixar tudo pra trás não foi a melhor ideia. A gente se envolveu com quem não devia, e agora, agora você está aqui.

Ele tentava parar de chorar, mas as lágrimas brotavam pelos olhos, numa sintonia constante.

— Eu te amo, Cíntia.— Disse Sandro.

E ele não percebeu, mas no momento em que ele disse aquilo, do outro lado do rosto de Cíntia, uma lágrima escorreu.

Mesmo inconsciente, Cíntia pôde sentir aquilo.

— E quando você ficar bem, a gente vai assumir publicamente o nosso relacionamento. E aí, ninguém poderá fazer nada pra impedir o nosso amor, você me ouviu? Você me entendeu, Cíntia?

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora