Ele Me Deixa Louco

Acidentes

— Não, Steve. É melhor a gente parar por aqui.— Disse Charlie, enquanto os seus narizes se roçavam levemente.    

— Charlie...— Suspirou Steve, com os olhos fechados.— Você tem toda a razão. Isso foi um acidente.

— É, um acidente.

Steve se distanciou de Charlie, indo para o outro lado.

....

Depois, Steve levou Charlie até a sua casa.

— Valeu, por me trazer! — Disse Charlie, tentando forçar um sorriso.— Bom, eu tenho que ir.

Charlie abriu a porta do carro e já estava quase descendo, quando Steve segurou em seu pulso. Charlie se virou e Steve foi descendo até segurar na sua mão, olhando pra ele sem desgrudar.

— O que foi? — Questionou Charlie.

— Qualquer coisa, liga pra mim.

— E por quê que eu ligaria pra você? Olha, você foi muito gentil e eu agradeço, mas que fique claro que...

— Calma, Charlie. Você não precisa ser assim. Eu só estou querendo ajudar.

— É, só que ninguém pode me ajudar.— Respondeu Charlie, soltando a sua mão das mãos de Steve.— E além do mais, acho que a sua namorada.. a Alana, não vai gostar nada de que eu fique ligando pra você!

Charlie olhou pra frente, esboçando muita seriedade em seu olhar.

— Escuta...

— Hm..— Respondeu Charlie.

— A Alana não é minha namorada. E, além do mais, você está com ciúmes? — Questionou Steve, soltando um leve sorriso de canto.

— Ciúmes? Eu? — Questionou Charlie, ficando um pouco nervoso e sentindo o seu coração travar por um breve instante.— Eu tenho preocupações demais, pra estar com ciúmes, Steve. Agora tchau.

— Espera, eu te acompanho.— Disse Steve, tirando o cinto de segurança.

— Não..

— Isso não está em discussão, Charlie.— Retrucou o mais velho.

— Olha, como quiser.

Eles subiram até o andar de Charlie.

— Não precisava me trazer até aqui, Steve.

— É, mas eu trouxe.— Disse Steve, metendo as mãos nos bolsos. Depois, ele percebeu que Charlie estava perdido em seus pensamentos.— Hey, pode contar comigo. Vai ficar tudo bem com a sua mãe e sua irmã.

— Steve, vai embora.— Disse Charlie, abrindo a porta e a segurando, enquanto olhava pra Steve.— Olha, você já fez mais do que devia por mim, valeu. Agora, eu preciso ficar um pouco sozinho.

— Você tem razão.— Disse Steve, forçando um sorrisinho leve.— Bom, fica bem, Charlie.

— Você também, Steve.— Disse Charlie.— Tchau.

Steve deu de ombros e saiu andando até o carro.

Chegando lá, ele parou pra pensar por uns instantes e depois arrancou o carro, rumo à casa.

Enquanto isso, Charlie se atirou em sua cama e caiu no choro.

— P0rra.. p0rra.. p0rraaa..— Gritava ele, dando socos em seu travesseiro.— P0rra, eu não acredito. Por quê? Porquê que tudo sempre corre mal?

E Charlie ficou chorando por um tempo, até pegar no sono enquanto chorava.

[...]

— Não, gente. Esse carro não é nosso. Acabaram de consertar ele.— Disse Luca.— Não, a gente não pode fazer isso.