Por favor, Charlie.

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— Você está vendo só o quanto você é incompetente? — Indagou Catalin.— O Charlie está vivo, vivo e solto.

— Isso quer dizer que você não vai me dar a outra parte do meu pagamento?

— Isso quer dizer, que você deveria estar grato por eu não te pôr no olho da rua, seu incompetente. Mas é como se diz por aí, se você quer o trabalho bem feito, faça-o por conta própria!

— Você não faria isso, porque não tem coragem de sujar as mãos, né, princesa? — Ele se aproximou dela, quase a beijando.

— Fica longe de mim, seu imprestável. Você está louco?

— Antes você gostava, madame. Você sabe que eu sou o único homem capaz de levar você para a lua.

— É, você tem razão, antes eu gostava. Sim, é verdade, todo mundo tem o direito de fazer burrice uma vez na vida.— Disse Catalin.— O quê que eu vou fazer agora?

— Olha, se ele não morreu com as bombas que eu coloquei em casa dele, é porque ainda não chegou a hora dele.

— Ah, faça-me o favor. Você só está tentando justificar a sua ineficiência. E por sua culpa, o meu filho quase tinha o mesmo fim que aquele Charlie teve. Imagina só, perder o movimento das pernas. Pelo menos, a sua burrice não é total, de alguma coisa serviu o seu trabalho sujo.

— Isso quer dizer que eu mereço a minha recompensa.— Disse ele, puxando ela até si pela cintura.

— Me solta, seu imbecil. Você quer que alguém veja a gente? — Indagou ela, se afastando dele.

O homem ficou sorrindo, enquanto Catalin se afastava dele.

Pra todo mundo, ele era só mais um emprego da grande mansão Wonder.

— Bom dia, senhorita.— Disse ele.

— Bom dia.— Respondeu Nicole, passando por ele.— Nossa, esse cara é sinistro.

[...]

Steve estava em sua casa, quando passou pela geladeira e decidiu tomar uma água gelada.

Ao abrir a mesma, a primeira coisa que ele viu foi um pote de iogurte.

— O nosso preferido! — Disse ele, se lembrando de um dia muito especial em sua vida. Era mais um desses dias em que Charlie estava presente, iluminando-os com o ar da sua graça.

O olhar de Steve denunciava o quão pensativo ele estava. Os últimos dias não foram fáceis pra ele, muito menos pra Charlie.

Tudo o que acontecia com Charlie afectava muito Steve. Eles estavam muito conectados, de tal forma, que o que acontecia com um, automaticamente acabava afectando o outro.

Ainda assim, parecia que não estava tudo perdido.

Depois daquilo, Steve pegou naquele pote de iogurte e teve uma ideia.

[...]

Uma semana havia se passado, depois que Charlie se deu alta no hospital. Felizmente, por já estar bem, ele teve a opção de terminar de se recuperar em casa, tendo em conta que Karen era médica.

— Eu não sei, sinto que não reconheço mais ele. O Charlie anda muito fechado, não fala, não come e não faz nada, absolutamente nada.— Disse a mãe.

— Ele está irreconhecível! — Falou Mariela.— Ele nem quis falar comigo. O Charlie não é assim, gente. Ele precisa da gente.

Naquele momento, alguém tocou a campainha.

Karen foi abrir a porta.

— Bom dia, Karen. Tudo bem?

— Bom dia, Steve. Pode entrar! — Respondeu ela.— Como você está?

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora