Ele Me Deixa Louco

A justiça

— Eu nem posso acreditar, meu filho. Parece até um sonho, você, aqui, jantando com a gente.— Disse a mãe, emocionada.

— É, mãe. Isso parece até um.. sonho! — Disse Luiz Carlos, num tom morno, nem muito feliz e nem muito triste.

A partir daquele momento, Teresa percebeu que algo está estranho.

— Nossa, que cara é essa, meu filho? Nem parece que você está feliz por estar aqui. Depois de todo esse tempo?

— Deixa o garoto, Teresa.— Intercedeu o pai.— Deixa ele comer em paz.

Luca permanecia em silêncio, enquanto comia.

Os seus pais olharam um para o outro, e aquele olhar já dizia tudo.

A dúvida pairando sobre o ar, confundia os seus pensamentos.

— Filho, sempre que quiser conversar com a gente, nós estamos aqui! — Disse o seu pai, João.

Luca olhou pra ele, um pouco surpreso.

Percebendo a sua expressão facial, João franziu o cenho e perguntou:

— O que foi, meu filho?

Luca olhou para ele fixamente, e respondeu:

— Não, nada. É que o senhor não é assim. Como assim? Isso é tão estranho!

— Como assim “Eu não sou assim”?

— O senhor está tão... Compreensivo!    

João olhou bem para o seu filho, e disse:

— Filho, quando você foi preso, eu percebi o quão injusto eu estava sendo. Não só com você, mas também, com a sua mãe. E por outro lado, comigo mesmo!

Teresa baixou a cabeça, depois abriu um sorriso.

— Eu entendi, meu filho, que a vida é curta demais pra ficar perdendo o meu tempo ficando chateado o tempo todo. Eu entendi, que a minha família é o que de mais importante eu tenho. E até agora, eu não estava valorizando isso. Quando você foi preso, e a sua mãe estava lá, na cama de um hospital, eu percebi que não há nada mais importante do que o amor que a gente encontra naqueles que são a nossa prioridade, a nossa família! — Disse o homem, abrindo um sorriso.— Eu sei que nem sempre digo isso, mas eu quero que saibam que vocês podem sempre, sempre, contar comigo. E não importa o que for, a gente ultrapassa juntos!

Luca segurou na mão de seu pai, que também segurou na mão de sua esposa.

— Nós somos uma família, e é isso que nós temos que ser! — Disse João.

— Obrigado, pai.— Agradeceu Luca.

— Eu sei, meu filho, que você ainda está um pouco abalado pela experiência que teve. Mas por outro lado, isso foi bom, para que você aprenda a tomar juízo.

— É! — Respondeu Luiz Carlos.

— E eu tenho a certeza, de que de agora em diante, você fará o que é certo!

Luca olhou para ele fixamente. Era como se João soubesse o que estava dentro de seu filho, tanto, que Luca até ficou constrangido por aquele olhar.

[...]

— O que foi, meu filho? — Indagou Eduarda, vendo o quão feliz estava Inácio.— Nossa, você está tão.. alegre.

— É, eu descobri algo. É algo que pensando bem, já estava dentro de mim há muito tempo, mas só agora eu descobri.

— Nossa, e nós podemos saber que algo é esse? Ou essa? — Questionou Alana, abrindo um sorriso, fazendo uma indirecta.

— Não é da sua conta, irmãzinha.— Disse Inácio, abrindo um sorriso e se aproximando delas.