Surpresas e lembranças.

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Charlie estava no pátio, quando o policial veio e o dirigiu à sala de visitas.

— Mamãe?

— Filho, como você está? — Indagou Karen, já querendo dar um abraço.

Só que aquele policial não era conivente com esse tipo de coisa.

— Nada de abraços, fiquem à uma distância considerável.

— Tudo bem.— Disse Karen. 

Eles se sentaram.

— Como você está, meu filho?

— Bem, e com a senhora? — Indagou Charlie.— Como vocês estão?

— Nós estamos bem, filho.

Karen foi acompanhada de uma senhora, que pareceu bem familiar aos olhos de Charlie.

— Eu conheço a senhora, né? — Indagou o menino.

— Sim, você me conhece! — Disse a senhora, já pegando na mão de Charlie e dando um beijo. Um tempo depois, ela limpou uma lágrima que escorreu do canto do olho.

Aquela cena deixou Charlie e Karen surpresos.

Charlie franziu o cenho e olhou pra ela, perguntando:

— A senhora está emocionada.. ou é impressão minha? Está tudo bem?

A senhora abriu um sorriso.

— Me desculpa, eu sou uma boba mesmo.— Disse ela.— Desculpe, é que eu fiquei sabendo do que está acontecendo com você, e... Achei muito injusto!

Charlie abaixou a cabeça, e separou as suas mãos das dela.

— É, sei lá.— Respondeu Charlie.— Mas nem tudo são espinhos aqui.

— Não? — Perguntou Karen, franzindo o cenho.

— Não. Apesar da minha condição física, e de ter certas limitações devido a mesma, eu estou bem. Nós temos biblioteca aqui, quem diria?

Karen ficou surpresa.

— Sim, e até tem ginásio aqui. Quer dizer, não é nenhum ginásio ProGym, mas está valendo. Aqui tem até cursos profissionais e tudo mais. Claro, só pra quem quer.

— Nossa, eu não esperava que fosse tudo isso.— Disse Karen.

— É, e às vezes, ele liberam uma TVzinha básica. Claro, não é nenhuma Netflix, mas já está valendo.

— Nos sábados, sei...— Comentou Pillar, deixando eles mudos.

Quando ela percebeu a cara deles, logo tentou mudar o jogo.

— É isso, né? Ouvi falar...

— É, é sim! — Respondeu Charlie.— Enfim, está tudo bem, na medida do possível.

— Fico muito feliz, meu filho.— Disse karen.— Bom, você deve estar se perguntando o porquê da presença da dona Pillar, aqui. Eu explico tudo! Eu decidi contratar a dona Pillar pra ajudar você, isso ainda nos primeiros dias de você ser diagnosticado com paraplegia e voltar pra casa. Ela...

— Fala logo, mãe.— Disse Charlie, revirando os olhos.— Daqui a pouco começa o telejornal!

— Ok, então eu vou falar. Filho, quando você sofreu aquele acidente, a gente teve que voltar de Cuba pra Seattleville às pressas. Sendo que a gente já havia feito reserva de hotel e tudo mais, até mesmo na clínica onde a Cíntia e o Sandro seriam tratados. Só que agora, a gente não...

— Vocês não podem jogar tudo para o alto por minha culpa! — Completou Charlie, sem papas na língua.

— Não é bem assim, filho. É que...— Charlie a corta.

Ele Me Deixa Louco Onde histórias criam vida. Descubra agora