Amor de Algodão Doce

09

A noite em Busan é deslumbrante, com as luzes da cidade tornando-se ainda mais impressionantes. As pessoas percorrem o calçadão de Haeundae Beach, saboreando as deliciosas comidas de rua.

Os bares e clubes à beira-mar oferecem uma vida noturna animada, com música ao vivo. Nenhuma palavra pode capturar adequadamente a espetacularidade deste lugar. No entanto, estou demasiadamente aborrecida para desfrutar disso.

“Você é tão dramática, Manuella!” É o que Lilly diria se soubesse quantas vezes chorei hoje.

Pensamentos negativos invadem minha mente enquanto volto para o hotel. Agito a cabeça freneticamente para afastar qualquer pensamento de desistir.

Após um banho quente, libero toda a tensão muscular e me jogo na cama. Visto uma camisa velha e confortável, muito maior do que eu.

Ao verificar o celular que recuperei, vejo chamadas perdidas de Luana e mensagens como: "Desculpas, não posso te encontrar, vou sair com Matthew."

— Sério? — Ironizo.

Além disso, há mensagens de Lilly perguntando se estou bem. Respondo com um áudio no estilo de um podcast, explicando tudo.

— Você é tão dramática, Manuella... — Ela diz, exatamente como imaginei que faria.

Deixo o celular de lado e relaxo meu corpo. Respiro profundamente, massageando minhas têmporas para evitar a dor de cabeça que se aproxima.

Pisco várias vezes com minhas pálpebras cansadas, na esperança de que aqueles olhos de ônix desapareçam da minha visão. Mas eles continuam lá...

Ele é absurdamente bonito. Alguém como ele não merece tanta beleza. Abro e fecho os olhos com mais força, tentando fazer a visão sumir, até que finalmente adormeço.

Os primeiros raios de sol que entram pela pequena janela do quarto me acordam. Faço um alongamento demorado antes de planejar o meu dia.

Entre as peças desnecessárias que trouxe, encontro meu vestido vintage com gola quadrada e mangas ligeiramente bufantes. O caimento está perfeito. Analiso meu reflexo no pequeno espelho em cima da escrivaninha. Sinto-me bonita.

Faço uma maquiagem suave, com bochechas levemente rosadas em minha pele clara, lip tint cereja e máscara para alongar os cílios.

Nas ruas, a atmosfera mágica de Busan ganha vida. Admiro a graciosidade deste lugar durante um passeio solitário - porém gratificante - pela cidade, registrando cada detalhe com minha câmera.

Afasto uma mecha do meu cabelo ruivo, que decidi deixar mais ondulado do que o habitual, quando ela escorrega pelo meu rosto. Concentro-me em ajustar a fivela do meu sapato.

Quando finalmente me endireito, olho para cima. Inesperadamente, meus olhos encontram um par de olhos de ônix, criando uma tensão carregada de expectativa no ar.

Com um sorriso gentil, ele se aproxima, e suas mãos fortes envolvem minha cintura.

— Você é tão linda! — Sussurra bem perto do meu ouvido, com palavras suaves e sinceras.

Com as bochechas levemente coradas, sorrio em resposta ao elogio. Fecho os olhos e sinto seus lábios encontrando os meus em um beijo que marca o início de algo especial e apaixonado.

De repente, sou interrompida por um som ensurdecedor.

— Quem programa o despertador para tocar às seis da manhã em pleno domingo?— Esfrego meus olhos com as mãos ao acordar. — Nossa, que pesadelo!

"Por que sonhei com aquele idiota esta noite?" Pergunto, aborrecida, enquanto saio do elevador.

Em questão de segundos, encontro Luana dormindo no chão do hotel.

— Luana, acorde! Você não pode dormir aqui!

— Busan é uma cidade turística, você precisa ficar bêbada! — Ela diz, enrolando as palavras. — Ai, minha cabeça... O que aconteceu?

— Você está na recepção do hotel, Luana! Levante-se! — Digo, ajudando-a. — Exagerou na festa, amiga. Bebeu demais!

— Oh não, eu não devia ter feito isso. — Ela dá um sorriso torto, cambaleando enquanto tenta ficar em pé.

— Eu não sabia que você bebia álcool. — Sustento seu braço em meu ombro para ajudá-la a chegar ao seu quarto.

— Eu não gosto de álcool. Mas Matthew passou a noite toda dizendo: "Busan é uma cidade turística. Você precisa ficar bêbad..." — Ela mal termina a frase e vomita perto da entrada do elevador.