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Ao adentrar o apartamento dele, deparei-me com um ambiente estreito, porém acolhedor. Colocamos nossos sapatos molhados no hall de entrada, enquanto Daehyun segurava seu gatinho no colo, este parecendo ansioso por escapar.

As paredes ostentavam um suave tom de cinza claro, capturando a luz que se infiltrou pela única janela. No canto esquerdo, uma confortável cama com lençóis de algodão branco, e almofadas coloridas que completavam a decoração.

O espaço, desprovido de divisões óbvias entre os cômodos, acomodava áreas para dormir, cozinhar, tudo em um único ambiente perfeitamente arrumado e limpo.

A área da cozinha era compacta, com um fogão cooktop moderno. Os objetos nas prateleiras estavam bem colocados e a mini geladeira estava discretamente embutida em um nicho adjacente.

— Eu achava que você morava no dormitório da universidade.

— Nah, lá tem regras demais. — Ele retirou um cesto do armário sob a pia de aço inoxidável para depositar as roupas molhadas. — Não podemos chegar tarde e nem convidar garotas para o quarto. — Ele me olhou de soslaio, pressionando os lábios para conter um riso.

— Huh, então você costuma trazer muitas garotas aqui? — Cruzei os braços, desafiadoramente.

— De vez em quando, acontecem coisas desse tipo... — Ele finalmente deixou escapar um sorriso que tentou conter.

— Ah, é mesmo? — Respondi com um tom mais ríspido, meu rosto corado de raiva repentina. — Curioso! — Ironicamente, toquei com o indicador em seu peito.

— Você está brava?

— Eu? — Atirei o moletom encharcado que carregava nos braços em sua direção. — Deveria?

— Isso é ciúmes? — Ele fez uma careta surpreso com o ataque, e não resisti o desejo de lançar uma bolinha que encontrei no chão, provavelmente um brinquedo de seu animal de estimação.

— Eu não ligo para quantas garotas você traz aqui!

— Hmm, sua expressão diz o contrário.
— Ri, puxando-me para um abraço.

— Me solta, seu babaca. — Forcei-me a afastá-lo no instante em que ele me abraçava um pouco mais firme. — Me solta agora, antes que eu grite.

Encarei-o com fogo nos olhos.

— Não me olhe desse jeito, ou vou me apaixonar.

— Deixe seu coração para as outras que você traz casualmente para cá. — Senti minhas narinas se dilatando levemente quando revirei os olhos.

— Você fica tão adorável quando está com ciúmes. — Daehyun fez um biquinho e falou de maneira infantil.

— Você pretende me soltar ou prefere que eu dê um chute na sua canela?

— Você realmente faria isso comigo?

— Quer pagar pra descobrir? — Levantei uma sobrancelha.

— Estou só brincando. — Ele disse, me soltando. — Não precisa ficar com ciúmes. Eu não trago ninguém aqui. Mandu é a razão pela qual optei por morar neste lugar; no dormitório, eles não aceitam animais.

— Daehyun, você é realmente um idiota! — Ele soltou uma gargalhada diante do meu comentário. — Eu, sentindo ciúmes? — Murmurei, em voz baixa. — Nem pensar…

Daehyun me observou com absoluta certeza de que eu estava contradizendo meus verdadeiros sentimentos. Um sorriso que realçava suas covinhas se insinuou, durante o tempo em que eu travava uma batalha interna por acha-lo lindo em vez de continuar a sentir raiva.

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora