28

67 7 3
                                    

Ele fez uma careta, olhando para mim com uma expressividade óbvia que denota o quanto me acha maluca. Apesar disso, um sorriso lateral brotou em seu rosto como se soubesse a razão pela qual levou o beliscão.

Depositei um beijo em seu punho exposto, exatamente onde o belisquei. O papo do beijinho pra sarar.

— Você tem um parafuso solto? — Deu uma risadinha rápida. Conhecia bem o ditado popular, considerando que morou no Brasil até a adolescência.

Depois de entrarmos em discussão para decidir quem pagaria pela comida, levando em conta que ele comeu mais do que eu. Daehyun, realizou o pagamento resmungando, enquanto eu o apelidava de mão fechada.

No instante em que chegamos à recepção, descobrimos que seu guarda-chuva havia sido roubado. Ele suspirou, pressionando as têmporas, deixando escapar algumas palavras feias.

— Pelo menos, a chuva amenizou. — Estiquei o braço para o lado de fora e constatei que o temporal tinha cessado.

Ao sairmos do local, o observei adotar uma postura mais ereta, exibindo confiança. E, sem que eu percebesse, sua mão se entrelaçou à minha.

Arregalei bem os olhos, e minhas bochechas queimaram de imediato.

Interrompi a caminhada, minha atenção alternava entre seu rosto que tentava entender a razão que me fez parar, até a firmeza de nossas mãos entrelaçadas.

— O que foi? — Ele me lançou um olhar curioso.

Abri a boca para buscar respostas sobre o significado daquilo. Porém, minha única reação foi erguer as sobrancelhas e retraçar o percurso com os olhos, de nossas mãos unidas, até os olhos dele.

Daehyun sorriu e apertou um pouco mais minha mão. Ele me queria perto a si e não tinha nenhum problema que o resto do mundo soubesse disso.

Continuamos o caminho lado a lado, de mãos dadas, e eu lutando para não deixar transparecer um sorriso, quando vez ou outra, o polegar dele acariciava carinhosamente o dorso da minha mão.

Não demorou muito para que entrássemos em conflito mais uma vez. Agora porque eu esperava que ele fosse descansar por causa da dor que estava sentindo, e ele fez cena para ir estudar comigo na faculdade.

— Seu malcriado. — Torci o nariz, contrariada. Sabia que não o convenceria a trocar de ideia. — E, vá se desculpar com o Ye Jun, depois.

Ele franziu o cenho, levantando uma das sobrancelhas. — Nem ferrando! — Bufou. 

— Você foi grosseiro com ele, Daehyun. — Expelir ar pela boca, com o nível de estresse mais alto. Ele sacudiu os ombros, sem dar importância. Seus lábios arquearam formando um bico irritado. — Não vai se desculpar? — Ele fez com a cabeça que não, portando-se como uma criança birrenta. Contrair os músculos, rangendo os dentes. — Afffff, você me enlouquece.

Um sorriso travesso se formou em seu rosto sedutor.

— Estou lisonjeado, em saber que te enlouqueço. — Me olhava pelo canto dos olhos, segurando mais um sorriso sem-vergonha.

Com as nossas mãos ainda entrelaçadas, não consegui conter o riso.

— N-não… — Revirei os olhos — Não é desse jeito, seu babo-ya. — O insultei de idiota na língua dele.

Naega babo-ya? (Eu sou um idiota?) — Simulou estar ofendido e, céus… ele é infinitamente mais atraente quando fala em seu idioma nativo. — Wae? (Por que?)

Wae, Wae? — Reproduzir, de forma infantil e ininteligível. — Cara de pau!

Ele riu, revelando todos os dentes da frente, me atraindo junto ao seu corpo.
Namja chingu, me chame assim.

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora