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— Precisamos conversar, Daehyun. — Disse, tentando manter a calma..

— huh. — Foi tudo que ele proferiu, congelando meu coração com um temor indescritível.

— Entendo que tenha ficado chateado — prossegui —, mas nunca tive a intenção de esconder algo de você. Eu amo você e quero que confie em mim.

Um silêncio terrível se instalou, mas consegui perceber seu suspiro do outro lado da linha.

— Ainda está aí? — Perguntei, rouca e trêmula.

— Sim, estou.

Hesitei antes de continuar.

— É você o único que invade meus sonhos todos os dias, o único com quem desejo estar. Meu amor pertence a você. Não desejo mais ninguém. — Tentei afastar as lágrimas que caíam de modo quase ridículo. Lilly sempre diz que sou excessivamente dramática, mas meu temperamento é melancólico; não posso evitar.

— Ella, eu te amo. — Senti um peso sendo retirado de meus ombros. — E compreendo que todos cometemos erros. Eu também não sou perfeito, eu só queria que tivesse sido honesta comigo desde o início; uma atitude impensada poderia ter sido um gatilho para problemas maiores.

— Você está certo. Isso não pode ocorrer novamente. — Minha voz se transformou em uma extensão sonora, transmitindo um profundo pesar e uma reflexão sincera. Daehyun estava disposto a me perdoar e tentar superar essa situação. Senti-me aliviada e grata por ter alguém tão especial ao meu lado. — Posso ir até o seu apartamento? Eu preciso te ver.

— São 23h29, se aparecer aqui a essa hora, terá que passar a noite, já que os portões do seu dormitório fecham à meia-noite. Tudo bem pra você? — Ele riu, e foi tão reconfortante ouvi-lo sorrir que meu coração se sentiu como se estivesse recebendo um abraço caloroso e acolhedor.

— Sim, só quero estar com você agora.

— Estou te esperando, então.

O tempo era curto para trocar de roupa e juntar algumas coisas para passar a noite com ele; então, rapidamente, empacotei o essencial em uma bolsa.

Meu cabelo ainda pingava da ducha há poucos momentos, necessitando de uma secagem rápida antes de sair. Enquanto ponderava sobre uma maquiagem sofisticada para causar uma boa impressão, notei que o portão estava prestes a se fechar em poucos minutos.

Sem hesitar, decidi apenas borrifar meu perfume preferido.

Apesar de saber que ele morava apenas a duas quadras da universidade, decidi não arriscar uma caminhada solitária pelas ruas tarde da noite. Mesmo confiando na segurança desta área, chamei um táxi enquanto me apressava para chegar à portaria.

Ao chegar ao apartamento de Daehyun, meu coração estava acelerado. Eu estava ansiosa para vê-lo, para sentir seus braços ao meu redor e ouvir sua voz suave. As batidas na porta ecoaram, e segundos depois, ele a abriu, um sorriso adorável iluminando seu rosto. Mantendo seu gato Mandu nos braços, acenou com a pata do felino e disse:

— Mandu estava com saudades — E em seguida, sussurrou para mim quando me aproximei o suficiente para ouvir. — E eu também!

Daehyun ostentava uma camisa cinza chumbo, generosamente folgada, combinada com calças de moletom preto. Seus fios de cabelo tinham crescido quase até a nuca, e eu não podia deixar de apreciar o visual; no final, eram meus olhos que se transformavam em corações enquanto o observava com admiração.

Abandonei minha bolsa no chão e ergui o gato nos braços, acariciando com ternura seu peludo pescoço.

— Olá, minha bola de pelos brancos favorita. — Fiz carinhos nele, permitindo que o gatinho expressasse seu afeto rosnando e lambendo meu rosto como um beijo.

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora