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Daehyun, ainda surpreso, riu nervosamente enquanto pegava sua camisa jogada ao lado da cama.

— Cat, o que você está fazendo aqui? — Ele perguntou, tentando soar calmo.

— Eu só queria ver se tinha alguma coisa para beliscar... — disse ela, enquanto encolhia os ombros e se dirigia à mini geladeira, abrindo a porta para conferir o conteúdo. — Não tive tempo de ir ao mercado, e estou morrendo de fome.

Sentei-me na cama, tentando cobrir-me com o edredom.

— Claro, tem pizza na geladeira. Pode pegar à vontade — disse ele, tentando não demonstrar a frustração evidente em sua voz.

Cat sorriu enquanto pegava a fatia gelada para comer, simultaneamente procurando por algo para beber.

Minha mente pulsava enquanto tentava assimilar a situação. Daehyun deu a ela a senha do seu apartamento para que pudesse entrar quando quisesse? Esse nível de intimidade me deixa vulnerável e insegura.

O que me incomoda é que ele não demonstrou irritação quando ela interrompeu nosso momento, e se estivéssemos avançado para a próxima etapa?

O sorriso cínico no rosto dela me enlouquece. Será que ela está fazendo isso de propósito ou é realmente ingênua o suficiente para não perceber que está atrapalhando?

— Humm, mesmo gelada, essa pizza está deliciosa — disse Cat de boca cheia. — Quatro queijos sempre foi a nossa favorita, né, Dae? — continuou ela, agora bebendo um pouco de refrigerante. — O pai do Dae costumava fazer essa pizza para nós todas as sextas-feiras à noite. Era incrível.

Não sei se ela está dizendo isso para me provocar, embora seu rosto mantenha uma expressão pacífica e divertida.

De repente, Cat começou a compartilhar histórias de quando eram mais jovens, faziam os deveres de casa juntos e tinham noites de jogos, já que suas famílias eram próximas.

Falava sobre Daehyun, contando histórias que eu ainda não conhecia, talvez para me fazer sentir que não o conhecia tão bem quanto ela.

A cereja do bolo foi quando ela mencionou que todos diziam que Daehyun e ela iriam se casar um dia. Naquele momento, senti meu rosto esquentar e enrubescer de raiva.

Por que ela está me dizendo essas coisas? Definitivamente, quer me provocar..

Tentei manter a calma, mas minha mente estava a mil. Cada história que ela contava parecia planejada para me desestabilizar.

Daehyun ria junto com ela, relembrando os momentos compartilhados, alheio ao meu desconforto.

— E você lembra daquela vez que nos perdemos no parque? — perguntou Cat, sorrindo. — Foi assustador na hora, mas depois rimos tanto disso!

Eu forcei um sorriso, tentando não deixar transparecer minha irritação.

— Vocês têm muitas histórias juntos, hein? — comentei, tentando parecer casual.

Cat assentiu entusiasticamente.

— Sim, crescemos praticamente juntos. Ele é como um irmão para mim.

Irmão? Aquilo soava estranho, considerando o quanto ela parecia empenhada em enfatizar a conexão deles.

Percebendo a tensão no ar, Daehyun tentou mudar de assunto.

— Onde está Mandu? — perguntou, procurando por seu gato.

— Olha só, ele estava bem aqui... — respondeu Cat, pegando o bichano que dormia tranquilamente na pequena e única janela do apartamento. — Ei, amiguinho... estava com tanta saudade de você. Quando o Dae ganhou o Mandu, ele era tão pequeno que cabia na palma da mão.

Amor de Algodão DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora